Fiquei pensando. Fomos privilegiados até aqui. Foi a primeira perda de um primo legítimo, ao longo de tantos anos vividos. Crescemos e vivemos toda nossa infância e juventude juntos. Primos irmãos. Éramos 8 e agora somos 7. Não conto com outros 3 primos que não cresceram com a gente, pois, além de mais velhos, foram ainda pequenos, morar em Brasília e por lá fizeram suas vidas. Não vivemos perdas assim enquanto jovens. Nossa geração de primos conseguiu chegar aos 50 anos. O último a cinquentar foi o meu irmão caçula que aniversariou na última terça-feira, dia 12. Ia fazer uma festa no próximo sábado, depois de amanhã, mas cancelou tudo. Disse que o objetivo, além da comemoração, era juntar a família que há tempos não se juntava. E que por ironia do destino, e com muita tristeza, acabou se encontrando no sepultamento de Didi.
Aqui dentro, um pesar dolorido, uma angústia crescente, cabeça zonza. Difícil de acreditar, mesmos vendo. Sabemos que estamos de passagem por esse mundo e que todos teremos o mesmo destino, mas sempre vai ser difícil momentos de despedida como esse.
Eu creio em Deus. E apesar da dor sentida, acredito na sua benevolência, e só Ele pra verdadeiramente consolar e acalmar nossos sentimentos.
Pra gente que fica, a vida segue seu curso, com a saudade e as lembranças que ficam. Até que chegue a nossa hora também. E disso ninguém pode fugir.
Obrigada, Deus, pela vida que nos destes. De alegrias e tristezas, ganhos e perdas. De amor, saudade, nossa vida.