Últimos minutos de 2021

Faltam menos de 20 minutos pro ano acabar...

Adeus, ano velho

Hoje, 28 de dezembro. Faltam 3 dias para o ano acabar. Um ano tão complexo quanto foi o anterior. A pandemia continuou e muita gente morreu. Muitas perdas, muita gente com medo. Muita gente. Um ano muito complexo que chega ao fim. 

E mais uma vez a gente quer pensar positivo, renovar mentalmente votos e esperancas de que o próximo ano seja melhor, mais próspero. Que a pandemia tenha fim. Menos mortes, menos medos, menos ansiedades. Que possamos voltar a ter tranquilidade e sermos felizes. Leves. Amenos. 

Há dois anos minha vida deu uma chacoalhada sofrida. Minha mãe, que sempre foi forte e disposta, começou a ficar doente. E eu até agora não consegui me estruturar diante de tudo o que vem acontecendo. Não consigo aceitar. Não sei o que fazer e isso me detona. Não sei onde vou chegar com tanta tensão que tenho vivido. Fico pensando se vai sobrar algo de bom em mim para mim mesma. Tudo foi bem difícil. Não foi um ano bom, assim como o anterior também não foi. Dois anos desagradáveis. Passei por maus momentos. Medo, dor, pânico, ansiedade, confusão, solidão, tristeza.

Espero muito que 2022 seja melhor. Se não, que eu consiga enxergar algo de bom no que vier. 

Quando?

Quando foi que me transformei nessa pessoa tão sem esperança? Tão sem ânimo e fé? Peço a Deus que me ajude, que aumente a minha fé, mas meu estado de espírito está lesado demais. É uma crise que parece não ter fim. Como eu queria ter um olhar mais leve apesar dos dissabores que estou vivendo. Eu não tenho estrutura pra esse tormento. Estou mal.

Dia péssimo

Tive, ontem, um dos dias mais difíceis da minha vida, que está se estendendo pro dia de hoje, pois estou com dores no corpo, na cabeça e na alma. E preocupações que só estão me detonando mais ainda.

Minha mãe não tá bem. Teve uma caída na sua saúde de forma que eu, que todo domingo vou pra casa dela pra cuidar deles, me acabei em força e exaustão. Pra piorar, por volta das 15h30 ocorreu uma tempestade com muito vento e a luz acabou. Estamos sem luz até agora, mais de 19 horas sem luz. 

Estou insone. Estou doída. Estou tensa. Estou mal. E tive que vir trabalhar. Estou aqui igual um zumbi. Doída e triste. Não tô aguentando a barra de tudo o que está acontecendo na minha vida. Tá muito difícil e pesado pra mim. Sinto minha saúde indo embora. Física e mental. E minha alma sofre.

Preocupada

A pouco mais de um mês, eu expus aqui a minha preocupação e alívio pelo término do relacionamento virtual da minha filha. Mas não acabou. Parece que se entenderam e tudo está como antes. Assim como a minha preocupação e receio.

Desilusão

Estava tudo tão bem... É clichê, mas alegria de pobre dura pouco mesmo.

E lá fui eu fui olhar no Flo - aplicativo de menstruação - pra verificar se eu poderia estar na TPM e ter uma explicação pra eu ter ficado tão triste e decepcionada com o que aconteceu. E pra constar, estou na TPM sim. Mas de qualquer forma eu não sei se meu desconforto foi por isso mesmo ou se por tantas coisas que já passei.

Bem, amanhã eu trabalho e o Celso sempre me leva e me busca. Eu disse a ele que iria trabalhar amanhã. E ele disse e eu teria que ir caminhando porque teria um compromisso e ia sair cedo. Ele já havia dito antes que tinha um compromisso de trabalho pela manhã. Então eu já sabia. Mas como vou entrar ao meio-dia, achei que ele pudesse me levar, pois outras vezes consegue voltar a tempo. Então perguntei que compromisso era esse que não daria pra voltar a tempo de me levar. Percebi que ele ficou atrapalhado, me olhando fixamente, com um sorriso sem graça no rosto e parecendo estar pensando no que dizer. Eu olhando nos olhos dele percebi seu desconforto. Preciso dizer que até aquele momento eu brinquei com a situação de perguntar que compromisso seria aquele, até sentir a situação. E aí quem ficou sem graça fui eu. Ele respondeu da seguinte maneira: "amanhã é o aniversário da tia Vera e ela chamou para ir almoçar com ela". Eu perguntei quem era tia Vera, e ele falou que era a cunhada dele. Nunca em 22 anos de relacionamento eu ouvi o Celso citar a Vera como "tia Vera" e soou estranho aos meus ouvidos. Mas até aí tudo bem. Então eu perguntei se a irmã dele iria também, ele disse que sim e que seria bom pra ela, pra arejar,  porque tá passando por uns problemas de saúde e tá preocupada com isso. Em momento algum ele me perguntou se eu gostaria de ir também, e isso me deixou triste porque, logo depois, ele alegou "como você tinha dito que iria trabalhar..." Pô, sabia que eu ia trabalhar, mas não me convenceu porque também sabe da flexibilidade que tenho no meu trabalho, de que eu poderia trocar o dia. E ele poderia ao menos me perguntar. Porém, o mais estranho ainda, e que me deixou incomodada, sem entender, foi ele não ter dito pra mim "a Vera faz aniversário amanhã, chamou pra almoçar com ela, eu vou lá com a Célia". Simplesmente. A impressão que eu tive foi como se ele tivesse sido pego fazendo uma arte, como uma criança, e foi forte essa impressão. Claro, tudo isso pode ser uma grande bobagem, minha mente viajando longe... mas eu precisava desabafar, porque eu não sou uma pessoa dada a ficar maquinando coisas que não existem. Já passei por muita coisa ruim com ele, e sinto que já passei dessa fase. Mas foi estranho.

Seria a TPM? Afinal de contas estou no tempo dela. Se bem que nunca fui de dar atenção pra isso e nunca consegui ligar léu com créu nesse universo. Só sei que isso me deixou mal. Um incomodo grande, uma angústia. Porque a impressão que tive foi que ele não queria que eu soubesse. Eu nem ligaria de não ir. Mesmo. Mas a maneira como aconteceu... Enquanto estava comigo, depois dessa impressão de "saia justa", não me perguntou se eu queria ir e foi embora. Pouco depois me enviou mensagem perguntando se eu queria ir. Que a Vera ia gostar que eu fosse. Piorou. Por que não perguntou antes? Posso estar vendo chifres em cabeça de cavalo, mas foi tudo muito estranho, e é óbvio, que eu recusei. Não senti nenhuma vontade de ir. Uma gastura. Recusei. Ele insistiu. Recusei. Insistiu novamente. Recusei de novo. Saí pela tangente com uma inquietação grande dentro de mim. Coisas sem sentido? Alguma coisa aconteceu. É o que acho.

Saudade de si

É horrível sentir saudades de si mesmo, da sua própria energia, se olhar e pensar "caraca, o que aconteceu comigo, eu era uma pessoa tão diferente"...

Onde a gente começa a se perder? Quando e como isso acontece?

Amores

De repente é um pouco cedo para eu falar sobre isso, mas o fato é que de certa forma, eu sinto um pouco de alívio diante das circunstâncias.

Há pouco mais de um ano minha filha conheceu um rapaz, do nordeste, pela internet e logo se apaixonou. Nunca se viram nem por chamada de vídeo, que hoje em dia é tão fácil fazer. Ela sempre me disse que era porque ele não queria. Eu nunca entendi, e nem ela. Mas, apaixonada, foi aceitando. Eu evitava falar sobre esse relacionamento porque, sendo fora dos padrões, criava dúvidas e desconfianças. Como não? Mas, ela estava feliz, cheia de ilusões, era algo que lhe fazia bem, ajudava com os seus medos e ansiedades. Ingrid sempre teve essas questões, infelizmente. E eu, confesso, nunca soube como agir direito.

Bem, hoje ela me disse que ele terminou com ela. Eu até ouvi, o que me pareceu uma discussão pelo telefone, não entendi muito bem o que estava se passando, mas dava para perceber que era um desentendimento. Mas outros já haviam acontecido antes, então não dei muita atenção. Ela tinha um compromisso pra hoje e não foi. Então percebi que o que estava acontecendo era algo difícil para ela. Fiquei no meu canto, aguardando. Quando me falou, não quis conversar, estava chorosa e foi pra casa de uma amiga.

Como eu disse no início, diante das circunstâncias senti sim, um certo alívio. Não que eu não acredite em relacionamentos onde as pessoas que se conhecem pela internet não possam ficar juntas e dar certo. Não é isso. mas sabemos que é delicado, diferente, tênue. As chances de darem errado, de não "vingar", são maiores do que de darem certo. E ela começou a dizer que ia embora, que iria morar em Pernambuco, e com tanta certeza, que eu comecei a ficar assustada e preocupada porque minha filha não tem experiências de vida, não conhece nada, não é sagaz, pelo contrário, é sensível e cheia de medos. Mas se eu fosse falar sobre isso, é claro, não dava certo. Ela estava sendo levada pela paixão, determinada a fazer o que tinha decidido. Tão determinada que rebatia todas minhas tentativas de argumento contrário. Tão certa do que queria que eu, de certa forma, comecei o processo de lavar as mãos. Uma mulher de 27 anos, ainda que sem grandes experiências de vida, como que eu iria prendê-la, impedindo-a de ir? Ainda mais estando tão decidida? Era taxativa!

Nos últimos dias comecei a ficar mais tensa com isso tudo, e comecei a orar a Deus, pedindo ao Senhor que conduzisse essa situação tão delicada pra mim, que me ajudasse a lidar com isso da melhor forma, que amparasse a minha menina. Que se tivesse que ser, se fosse algo bom, para a sua felicidade, então que assim fosse. Mas que se, de alguma forma, fosse trazer sofrimentos, então que afastasse da vida dela, das nossas vidas. 

Hoje ela me disse que ele terminou com ela. E eu eu senti alívio sim, porque acho tudo muito confuso, instável, complexo e inseguro. Quero minha filha sã e feliz. E ela merece ser muito feliz! Minha menina. Vai difícil por um tempo, mas vai passar. Novas coisas virão. Muito boas, virão.

Espero que realmente essa preocupação tenha acabado. E que Jesus continue ouvindo nossas preces e cuida do de nós!

Caminhada

Li na internet:

"Aprenda a deixar para trás tudo o que não te leva para frente. Na viagem da vida, todo peso inútil atrasa a caminhada."

É verdade. Mas não é fácil e não funciona desse jeito, simples assim. Nos arrastamos carregando pesos por anos a fio... há de se ter muita resistência tanto para deixar o peso para trás, quanto para carregá-lo atrasando a caminhada...

Vivendo por viver

Os dias estão um atropelo. Às vezes tenho impressão de estamos vivendo por viver. Tudo tão difícil, tão mais complicado. As coisas não estão no seu lugar. O povo tá sofrendo. Nós estamos sofrendo em todos os sentidos, em todas as áreas. Tá muito difícil, tudo tá caro, a inflação galopante. Não temos nossa remuneração de acordo com o que precisamos, e falo do que é básico. Nossos governantes não querem governar para o povo. Só pensam em seus interesses pessoais. Estamos à deriva. Não sei o que vai ser do futuro. 

Uma coisa que sempre penso, é que, como mostra a história do mundo, que de tempo em tempo vive épocas de crises, um dia tudo será superado e será mais um registro de um período de dificuldades. 

Mas está desolador viver esse momento, esse agora... Parece que não passará! E o que a gente vê, não traz nenhum tipo de alento, só piora a cada dia, e o povo sempre é o que mais sofre. A maioria sendo sempre esmagada pela minoria. 

Eu acho que o povo sabe a força que tem, mas tem preguiça e não sabe lutar. 

Sem tempo

É realmente muito ruim quando, às vezes, quero ficar perto da minha filha, conversar amenidades ou bobagens e me deparo com ela sempre ocupada no telefone com Fernando (o namorado que ela conheceu na internet há pouco mais de um ano e ainda não se conhecem pessoalmente). Sei lá, bate uma frustração. Nos últimos tempos, nunca tem tempo pra gente. E não é ciúmes não, é uma constatação. As vezes até dói um pouco. Mas ela tá apaixonada... eu entendo.

Vai passar

Eu sei que as pessoas estão vivendo. Sei que o céu é de um lindo azul e a natureza é bela. Mas agora não adianta forçar, pedir pra eu reagir, viver a vida linda, dádiva de Deus. Eu sei de tudo isso. Mas preciso desse tempo. Eu preciso desse momento comigo mesma, de ficar longe de quem não me entende. Agora. Mas eu creio, vai passar. É uma questão de tempo e tudo vai melhorar.

Quem diria

Tem pouco mais de uma semana que eu pedi ao Celso que se afastasse um pouco de mim porque eu não estava bem, aliás, eu ainda não estou bem. Ando cansada, esgotada mentalmente, confusa e tendo picos de ansiedade. Não tenho tido vontade pra nada, nem mesmo de estar com ele. E quem diria que um dia eu ficaria assim, sem sentir nada em relação a ele. Ele que sempre foi tudo na minha vida, que me custou sofrimentos emocionais terríveis ao longo desses 20 anos de relacionamento. A dependência emocional parece que se foi. Graças! Nem meu trabalho, que sempre me foi satisfatório e era o último na lista do que ainda me movia de forma positiva, se manteve de pé.

Mas eu ainda estou meio de pé atrás... sei lá. Essas coisas de sentimentos e emoções traem a gente... quando pensamos que está tudo bem, tudo certo, tudo no seu lugar, algo acontece e você vê que as coisas não são bem assim. 

Mas estou bem. E isso, agora, é tão importante pra mim! Eu precisava e realmente estou tranquila em relação a minha decisão. Estar só, comigo mesma, é o que eu preciso neste momento. O futuro? Não sei e não quero saber, por hora. 

Tenho andado à flor da pele por muita coisas que mudaram na minha vida nos últimos tempos, mas esse passo na minha relação com o Celso, foi grande e muito significativo. Diminuiu um bom peso dos meus ombros. 

Agora é aguardar o tempo passar. Tem muitas coisas ainda, mas é um passo de cada vez. Pode até demorar, mas o tempo vai colocando as coisas onde têm que ficar. Mas... Quem diria?

Depressão

Muitas vezes achei que podia estar com depressão, mas sempre neguei a mim mesma, porque apesar de tudo o que sentia, não podia me dar ao "luxo" de desabar. Aguentei o que pude, e ainda sigo aguentando. Mas tá muito difícil. Cada vez mais difícil.

- Tristeza persistente✓

- Sentimentos de angústia✓

- Perda de interesse e prazer pela vida✓

- Rebaixamento do humor✓

- Irritabilidade✓

- Emotividade✓

- Ansiedade✓

- Desmotivação✓

- Baixa autoestima✓

- Sensação de desamparo✓

- Sensação de impotência diante das situações da vida✓

- Sentimentos de inutilidade✓

- Desânimo e cansaço frequente✓

- Culpa✓

- Desesperança✓

- Alterações no sono✓

- Letargia✓

- Dificuldade de concentração✓

- Perda da libido✓

- Perda da vontade de se cuidar✓

- Desinteresse em interagir social e afetivamente✓

- Ideação suicida

- Alterações no apetite

- Pensamentos de auto lesão

- Baixa no sistema imunológico

Esses são sintomas que uma pessoa com depressão pode apresentar. E eu me identifiquei em vinte e um deles... Não me percebi nos últimos quatro. Ainda. 

A ficha caiu.

Eu tenho depressão. 

Eu me sinto só.

Exaustão

Ah, meu caro amigo, que há tantos anos me acompanha nos infortúnios escritos dessa jornada... Você foi meu confidente. O melhor! Me leu por todo esse tempo nos meus desabafos por aqui. Não me criticou, não me julgou. Somente me leu... E eu sei que você continua querendo o melhor pra mim. Desde que escrevi em você pela primeira vez 

Eu tô agora num momento tão difícil, tão ou mais do que nunca. Agora eu sinto que atingi a exaustão. Mas continuo não sabendo lidar com isso. Meu fiel companheiro, você sempre ao meu lado, o único a me socorrer por todos esses anos. Eu tô me sentindo cada vez mais só, cada vez menos compreendida. E eu só queria ter uma vida simples, eu sempre fui simples, não quero nada demais, só o suficiente para ficar bem e feliz. Aliás, eu não sei o que é ser feliz faz tanto, tanto tempo. Eu finjo sentir coisas que não sinto, não demonstro o que quero por não saber dizer não,  ou medo, ou por orgulho... eu tô cansada disso tudo, não me sinto valorizada, não me sinto amada.  ninguém dá importância ao que digo ou ao que sinto. Meus filhos, meus amigos, meus irmãos, ninguém alcança meus dilemas, e até Celso, que sem saber, era o meu porto seguro, foi embora, não me entende, não quer me ouvir, diz que só reclamo. Ele não entende o que eu sinto, não enxerga minha fragilidade. Ele que era meu porto seguro. Apesar de ter sido meu inferno, foi também meu paraíso, o grande amor da minha vida, que sei lá porque o destino me trouxe, ele não me compreendeu. Não aceitou minhas fraquezas. E eu só queria alguém que me acolhesse, alguém me entendesse, que me escutasse, que ficasse ao meu lado. Mas eu tô sozinha. Angustiada e triste, sem ninguém perceber. As únicas pessoas pra quem demonstro essas fraquezas, não tem paciência comigo. Eu queria ajuda. Mas todos têm seus próprios demônios pra lidar. Me sinto muito fraca. E tenho medo do que pode acontecer comigo. Se não cheguei no meu limite, o fio tá prestes a arrebentar. E eu sinto muito. Tá doendo tanto.. 

Mas ninguém tem culpa de nada. Eu sou a única responsável pelo que fiz da minha vida, a forma como a conduzi, o que fiz e deixei de fazer. Tenho consciência dos meus atos. Nada é por acaso. Eu acredito que são consequências de coisas que eu não soube ou não quis lidar. Eu acredito. E por isso ninguém tem culpa do meu mal estar. Eu amei muito, só não me amei.

Leo, Ingrid, mesmo errando, acertei com vocês na minha vida: meus amores pra sempre. Que orgulho de vocês!

Celso, você é o amor que me foi dado pra cuidar nessa vida louca. Que louca vida a nossa. Meu amor!

Platão

Quem ama extremamente, deixa de viver em si e vive no que ama.

Não

Hoje, sexta-feira 13 - um dia emblemático - eu digo: não leve nada em conta do que já escrevi aqui (o blog todo, praticamente) sobre meu relacionamento com Celso. Foi puro desabafo. Meras insanidades. Sonhos sonhados e desfeitos e refeitos e desfeitos de novo e não sei mais. Eu como uma genuína romântica e doidivana, romantizei tudo e mais. Não podia dar certo, né? A vida é real e não um conto de fadas. Acho que só eu não vi. Sentimentos em excesso. Dos dois lados. Mas estamos vivos. Acontece. 

Comparação

Nossa conversa foi interessante, acho que posso dizer assim. Você sofre pela falta de amor do seu filho e eu sofri muito pela falta do seu amor por mim. Ou pelo menos de senti-lo mais efetivo. Amor que almejei com todas as forças e que levei 20 anos para perceber, pra enxergar que infelizmente a gente não controla o sentimento do outro. Hoje, depois das barbaridades e do desprezo que o teu filho falou e mostrou pra você, sente o quanto queria que ele te amasse e te admirasse tanto quanto você o ama e o admira. Eu comparo sim, apesar de focos diferentes, o seu amor frustrado pelo seu filho e o meu amor frustrado por você. O seu querer cuidar dele e ele não permitir e o meu querer cuidar de você e você também não permitir. É aquela história, Jaqueline que amava Celso que amava Igor que não amava ninguém. No fundo, bem aqui no fundo do meu ser, há um lamento tão doído, que me faz entender a sua dor. E que sabe, nunca terá o peso do amor e da dor do sentimento por um filho.

De repente

Eu quis a sorte de um amor tranquilo...

De repente eu percebo que o pior já passou e que o que eu sinto agora são resquícios de um sonho não realizado. 

Longo tempo pra isso acontecer...

Outro domingo dia dos pais

Dia dos pais é sempre a mesma coisa na minha família. A gente faz um almoço pra comemorar. Churrasco. Mas já tem um tempo que meu pai não quer sair da cama, reclama que não aguenta, que seu corpo dói. Se bem que dessa vez ele saiu, e eu fiquei surpresa. Meu irmão colocou ele na cadeira de rodas e ele até ficou bem. Reclamou um bocado, mas segurou a onda por um bom tempo. Depois pediu pra voltar pra cama, e tudo bem, fez a parte que lhe coube. 

Confesso que esses dias comemorativos são muito estressantes pra mim, além de cansativo. Pra piorar, como tenho meu jeito de fazer as coisas, me sobrecarrego e fico exausta, com dor na coluna, nos pés, e doida de vontade de ir pra casa pra me deitar.

Enfim, passamos bem por mais esse dia. Ainda bem. E lá se vai mais um domingo de dia dos pais. Que Deus abençoe o meu. Amém!

Como me comportar?

Como me comportar nessa relação que não sei se ainda pode ser chamada de uma relação?

Quando comecei a namorar o Celso, nossa relação foi muito turbulenta, mas era um namoro, a gente se tinha como namorados. E foram 9 anos assim. 

Eu sempre quis casar com ele, morar junto, viver o romance que tinha dentro de mim. Então ele veio. Depois de muito resistir ele veio. Não sei o que o moveu pra isso, mas fomis viver juntos. Todos dias, todo o tempo. Foram 12 anos assim. Até que... ele achou que do jeito que estava (pra ele) não tava bom. E foi pra casa dele. Eu na minha casa. Ele na casa dele. Resumindo meu drama, foi difícil demais aceitar o que aconteceu. Surtei, chorei, morri por dentro. Mas o tempo passa.... 

Muitas vezes ao longo desse tempo em que vivemos juntos, eu percebi que a gente até estava perto um do outro, mas não estava junto. Vivi crises e crises sozinha dentro desse relacionamento. Eu vivi uma ilusão que eu mesma criei. E pior, me tornei uma dependente emocional. E por mais que eu enxergasse e achasse um absurdo tanta fraqueza da minha parte eu não conseguia me livrar. E essa é a pior parte, porque eu ainda me sinto dependente. São 21 anos de vício diário. Um vício sofrido, como qualquer vício, degradante. 

Hoje, tô sentindo a mesma coisa de anos atrás, que continuamos perto um do outro, mas não juntos.

Não fui feliz na minha vida amorosa que foi tão sonhada. Me sinto frustrada e sou triste emocionalmente. Perdi minhas esperanças quanto a isso. 

Quanto a nós dois, eu e ele, como não consigo vencer essa dependência emocional, sigo doente nessa relação que nem sei se ainda pode ser chamada de relação.

Detox

Maturidade é você sentir falta de uma pessoa e entender que é melhor cada um pro seu lado.

(trecho do livro detox emocional)

Desculpe

Querido eu, desculpe por sempre quebrar você por causa dos outros.

Em mim

Eu tô achando que hoje, se eu trabalhasse todos os dias, talvez vivesse mais fácil o que está acontecendo entre mim e Celso. Desde que ele decidiu ir embora, morar na sua casa e eu na minha, e ainda assim mantermos nossa relação, eu nem sei mais o que sinto direito. Acho que se eu me ocupasse de forma que ficasse cansada e com outros problema na cabeça, talvez me sentisse mais confortável nessa nova situação. Tem momentos que fico bem e outros que fico mal. Ainda não consegui elaborar essa nova realidade. Sonhei tanto todos esses anos em tê-lo comigo, ao meu lado, vivermos juntos, ter um bom casamento... e as coisas não terem acontecido como sonhei... É muito frustrante e difícil. Mas eu sei, eu sei, não soubemos fazer a nossa vida juntos. E também sei que se eu não superar tudo isso, sentirei essa dor para sempre em mim.

Tatuagem

Minha filha fez uma tatuagem. No braço. E eu lembrei de mim quando fiz a minha. Na perna, tamanho médio. Não sei se escrevi aqui, faz tanto tempo... Foi um dilema. Minha mãe teve um ataque. Desabou no chão literalmente. Fez uma cena dantesca. E eu não era uma menininha não, tinha 32 anos... nem pra retocar eu voltei. 

Fiquei dias sem ir na casa dos meus pais pra que ela não olhasse a tatuagem. Durante os primeiros anos só ia lá de calça comprida. Quando lembro disso, acho tão absurdo. Fui travada. É claro que o tempo foi arrumando as coisas, como sempre. Mas foi surreal. Quanto a minha tatuagem, está desbotada pelo tempo e do mesmo jeito que foi feita há 17 anos. Tenho vontade de fazer uma nova sobre ela. 

Nada será como antes

Algumas coisas nunca mais serão as mesmas. Hoje eu percebo isso. Lutei, e perdi. Insisti, não deu. Chorei, não adiantou. Acreditei, em vão. 

Agora tô num processo muito sofrido de desapego. De resgate de mim mesma. De deixar ir o que não me pertence, nunca pertenceu. Eu insisti numa teimosia burra que só depois de muito apanhar, aceitei a realidade. Dói. Não há mais como negar. A realidade veio com força. E eu fui vencida.

A gente merecia mais

Eu tô aqui sentada, observando o Celso colocar revestimento de cerâmica na parede da minha área de serviço. Não, não voltamos. Mas a crise pessoal que vivemos não impediu que ele se oferecesse pra fazer isso pra mim, pra eu não pagar mão de obra de pedreiro. E eu fico muito grata. 

Mas tô aqui olhando e pensando... A gente sempre foi tão legal. A gente é tão gente boa. Ele, até mais do que eu. Intuitivo, prestativo, amigo, solidário, desapegado de coisas materiais. A gente merecia mais. Uma melhor vida. Uma melhor sorte. Um fim melhor.

Sigo em frente

Tenho morrido muitas vezes. Depois, respiro fundo, lavo o rosto, sigo em frente.
Não é fácil morrer, difícil é renascer, fingir-se de sol, cegar a lua, beber o mar.
Detestável seria ter a covardia dos que me mataram.
Eu sigo renascendo, eles seguem covardes.

_Pedro Munhoz

Escuta

Sei que só eu posso resolver minhas merdas, mas valorizo quem me escuta e me acolhe. Faz um bem tão necessário... E não precisa dizer nada, só escutar, estar perto.

Tantas vezes

Quantas e quantas vezes eu escrevi aqui o suposto fim do meu relacionamento e quantas vezes não foi bem o que aconteceu. Pela quantidade de vezes que eu já escrevi sobre isso, dá pra perceber que há tempos não há sincronismo na nossa relação. E quando falo "há tempos", significa muito tempo mesmo. Tanto tempo que eu tô mais cansada do que nunca, esgotada emocionalmente e até fisicamente, por ter me dedicado tanto a essa relação que, na grande verdade, nunca foi como eu esperei, como eu sonhei. E não é segredo aqui, nesse tanto que eu já escrevi, o quanto que sou uma pessoa que sonha e sonha e sonha. Talvez esse tenha sido meu maior vacilo. Sonhar demais. Esperar demais. E não saber dizer não.

"Quantas vezes, Nani

Tantas vezes, Nani
Eu te desenhei num papel de pão
Tempestade clara
Sol do meu Saara
Eu te bronzeei sem você notar

Quantas vezes, Nani
Tantas vezes, Nani
Eu te procurei sem te encontrar
Numa tarde clara ou de madrugada
Vejo amanhecer sem você chegar

Ah! Foi bom te reencontrar
Saber que está feliz, linda e feliz
Ah! Foi bom que me abraçou
Mas sinto que o nosso amor já se acabou

Nani, Nani, Nani
Apenas mais uma
Nani, Nani, Nani..."

O que eu queria dizer

Celso, eu acho que tudo que eu podia ter feito pra nossa relação, pra você, eu fiz.

Eu sei que chegou um momento em que você enxergou que as coisas não podiam mais ser como eram, sentiu o desconforto de não ter uma estabilidade financeira pra se manter e consequentemente nos manter. Eu entendi. 

Mas eu tô cansada. Desde o ano passado as coisas que vêm acontecendo, nenhuma delas foi da minha vontade. Eu fui obrigada a ter que aceitar e sofri muito.

Eu me dediquei a nossa relação por muitos anos e também pra você de uma forma que eu não fiz nem em relação aos meus filhos. E sei que eu errei. 

Mas eu tô cansada de ficar em segundo plano, de ficar de lado até que você volte, mas que na verdade nunca volta de verdade. Eu tô triste e decepcionada. Mais comigo mesma do que com tudo o que aconteceu e tem acontecido. Eu nunca consegui ser forte e dar um basta em tudo isso que sempre me deixou mal, mais frágil, mais triste. Sempre esperando por uma coisa que não acontecia.

Eu também acho que a gente insiste mais por comodismo, porque a gente sabe que não vive mais uma relação de casal há muito tempo.

Se tudo isso não mexesse tanto comigo, se me fosse cômodo, de forma que não me abalasse, tudo bem. Acho que eu poderia viver assim até morrermos. Mas eu sinto. E muito.

Eu sou uma pessoa pacata, não tenho grandes ambições. Claro que um pouco mais de conforto e facilidades ajuda, mas eu ficaria muito bem e contente com o suficiente pra viver com dignidade. 

Cada dia que passa vou percebendo e tendo a certeza que não há mais nós dois juntos. Não conseguimos mais nos entender faz tempo. Não há paciência. Já esperei e me enganei muito. 

Eu também não suporto mais ver o seu sofrimento e não suporto mais sofrer por nossa relação. Sei que seu sofrimento é legítimo, eu o assisto há 20 anos. E me dói porque não acho justo. Nunca achei. Mas sofrimento é coisa que a gente sente, não dá pra simplesmente arrancar da gente. No máximo, aprender a viver com ele. Você tem o seu, eu tenho meu. 

Assim como não acho justo pra você, também não acho justo eu ficar sofrendo indefinidamente.

Por isso, eu acho que chegou a hora de caminharmos separados, cada um pro seu lado, com tudo o que esses novos caminhos possam nos trazer. E eu espero, que dessa vez, mais feliz pra nós dois.

Que pena, amor. Que pena...

Você tá matando amor que eu sinto por você... e olha que ele foi insistente...

489 dias - 2ª dose - Vacina Sim!

Vacinada. Ontem tomei a segunda dose da vacina Astrazeneca contra o novo coronavirus, que já matou no Brasil, mais de 541 mil pessoas até o momento. Agora sim, a imunização se completará. Mais duas semanas e estarei protegida, segundo os estudos científicos. Graças a Deus, que me privilegiou chegar até aqui.

Eu creio que tudo vai passar e que a gente vai sobreviver, que a gente vai ser muito feliz. Os dias ruins ficarão para trás e pra frente só coisas boas nos aguardam. A gente merece um tempo melhor, de boas vibrações, de paz e tranquilidade. Amém.

Hoje

Hoje não tô bem, estou bem mal. Sem vontade, sem ânimo, sem forças. Estou sentindo frio, me deitei, joguei uma manta nas pernas e pés. Espero aquecer meus pés que estão frios. Meu espírito está triste, vazio e sem rumo. Estou deprimida. Hoje eu estou com depressão. Hoje.

Gosto do meu trabalho

Vou falar um pouco de trabalho...

Enquanto tenho colegas que não fazem seu trabalho direito, não se empenham, não se apressam, não dão a importância que, na minha opinião, deveria ser dada para algumas coisas da rotina diária do nosso trabalho, eu fico aqui procurando o que fazer, querendo me ocupar, realizar, finalizar e estar pronta para o próximo, coisas que eu tanto gosto de fazer... É, coisas da vida.

Um grande embrulho

Os domingos têm sido dias bem difíceis para mim nos últimos tempos. 

Domingo é um dia de preguiça e a gente quer ficar jogado, sem compromisso, assistindo qualquer porcaria na TV ou navegando na internet pelo celular. Se for o caso, jogando conversa fora com quem aparecer ou simplesmente não fazendo nada. No verão, nos dias brabos de calor, qualquer movimento é um sofrimento, e nos dias de frio você quer ficar aconchegado, agasalhado, bem quentinho dentro de casa, com sua melhor roupa de mendigo, também sem compromisso de nada.

Mas nos últimos tempos, os meus domingos não têm sido mais meus. Não inteiramente. Não com a preguiça que quero sentir ou com a vontade de não fazer nada nem para mim, nem para ninguém. 

Há quase dois anos que eu tenho o compromisso de ter que ir religiosamente a casa dos meus pais para cuidar das coisas que eles  já não conseguem mais fazer. Meu pai é acamado já faz 11 anos. Minha mãe, há quase dois, perdeu sua autonomia e vitalidade depois de um tombo que fraturou o pulso. Após internação pra cirurgia, ficou evidente um desequilíbrio no seu caminhar, e não teve mais condições de continuar trabalhando como vendedora ambulante, sua profissão há mais de 35 anos. Deve ter sido difícil pra ela. A mente diz pra gente que dá pra continuar, e o corpo mostra o contrário. E assim, devido às suas condições físicas, infelizmente teve que parar. 

Por conta disso, e eu sendo a única filha mulher, acabei ficando sobrecarregada com coisas que os outros 2 filhos poderiam fazer igual, mas que não fazem. Todos fazemos alguma coisa, mas sempre um mais que o outro. E o "geral" (marcar médico, exames, fazer supermercado, farmácia, açougue, hortifruti, roupas, entre outros) ficou pra mim. Como sou mais preocupada, me sobrecarrego ainda mais. São quase dois anos assim, e eu ainda não sei lidar com tudo de forma menos pesada. Tenho sentido muito e fico esgotada. Me sinto só com tudo o que sinto. 

Meu casamento acabou. Sei que já estava meio mal das pernas, mas foi o empurrão que faltava pra cair de vez. Sofri muito. Eu tava mais frágil que nunca. 2020 foi um ano horrível pra mim em muitos sentidos. Tive crises de ansiedade. Melhorei sozinha. E até hoje não sei se foi bom ou ruim ele ter ido embora. A coisa ainda tá mal arrumada em mim. E esse grande embrulho da minha vida tá me desestruturando. E só eu sei.

Boba romântica

Eu sou uma boba romântica que choro com histórias de amor. Eu queria tanto uma pra mim, que me fizesse feliz. Que me fizesse ter a certeza, sentir de verdade, que apesar dos dissabores que acontecem (nada é perfeito), eu realmente me sentisse mais feliz. 

Eu sei, ando muito sensível nos últimos tempos.

Pouca coisa de vontade igual

"Dormir sozinho é muito bom."

Ouvir isso me doeu. Eu sei que teve um contexto sem a intenção de me ferir. Mas doeu. Porque eu sinto a tua falta ao meu lado quando me deito pra dormir, toda noite, desde que você foi embora.

É, a gente tem muito pouca coisa de vontade igual. Eu fico me perguntando como é que a gente ficou todos esses anos juntos. Mas eu sei, foi a minha teimosia. Eu fui muito teimosa e fraca em insistir nessa relação. Foram muitos os sinais ao longo do tempo, que eu escolhi ignorar. 

Eu só queria que a consciência de tudo isso me fizesse deixar de sofrer, de sentir o lamento que carrego dentro do meu peito. Mas fico esperando a ação do tempo, aquele que põe tudo no lugar. No seu devido lugar. 

Sonhadora-mor

Eu tenho uma visão muito romântica de tudo. Sou uma otimista que acredita em interagir com o mundo de um lugar de compreensão, empatia e carinho. 

Eu acredito em almas gêmeas e prefiro relacionamentos sérios a ser solteira. Embora isso signifique me conformar com o segundo melhor por uma questão de conforto. Eu sei que às vezes fico cega pelo amor que sinto, mas sei também que isso me permite, às vezes, aproveitá-lo. 

Sou uma sonhadora-mor. Sempre fui. Sonho com o amor sincero e atento, com a amizade leal, com as boas relações e tranquilidade da vida. Ilusão é a minha praia. 

Não estou aqui dizendo que isso tudo é bom ou é ruim. É só uma constatação.

Gripezinha

Tudo começou em dezembro. Era só um caso isolado.

Era lá na China. Nada demais.

Não tinha muito com o que se preocupar.

Depois chegou na Itália. 

A primeira morte.

O primeiro lockdown.

De repente aquela cena de corpos empilhados.

E o problema cada vez mais perto.

No Brasil eram tempos de carnaval.

E por aqui nada pode ser mais importante que isso.

O vírus que lute.

Depois da quarta-feira de cinzas a gente vê o que faz.

Disseram que só atacava idosos.

Aí a blogueira fitness ficou mal.

Um atleta saudável foi parar na UTI.

O primeiro jovem morreu.

Disseram para fechar tudo.

Depois protestaram para reabrir.

Morrer de fome ou de corona?

Sem leito ou sem emprego?

Salve-se quem puder.

O primo do amigo da minha vizinha pegou.

Depois o vizinho do cunhado dela.

Depois ela. 

Depois vários outros.

De repente os números começaram a ganhar rostos.

Nomes, histórias, saudades...

Mil pessoas mortas por dia é só um dígito.

Uma pessoa amada morta é um punhal.

Uma cicatriz eterna.

A gripezinha que quebrou a economia.

Que adiou uma olimpíada.

Que colocou o mundo de joelhos.

Que fez o ateu ter vontade de rezar.

Uma guerra contra um inimigo invisível.

Que os livros do futuro hão de registrar.

Faltou caixão, sobrou soberba.

Faltou ar, sobrou medo.

_Texto retirado da internet.

Noites traiçoeiras

As noites são as piores... queria poder deitar, fechar os olhos e dormir. Simples assim. Nem os pensamentos me inquietam tanto, mas os sentimentos que afloram e faz a solidão gritar. As lágrimas vêm. E bate uma tristeza doída. 

Eu me sinto tão exausta. Quando que isso vai passar, quando? Será que passa?

Quem sabe?

Definitivamente eu não fui feliz no amor. Eu sonhei com histórias românticas. Eu sou uma romântica. Mas não deu. Acho que não é pra mim. Não nessa vida. Quem sabe numa outra?

Nova realidade

Vou dizer, não sei mais o que pensar. Depois de uma semana angustiante, ontem ele apareceu. Eu pensei que isso pudesse acontecer, mas também pensei que ele pudesse não vir, afinal no sábado passado ele não veio porque disse que não tava bem por problemas com o filho. Eu posso até entender, mas é que já tô tão cansada de entender... eu não sei mais se eu entendo. Eu não quero mais entender!

Ele veio, foi bom e eu fico contente quando ele tá junto de mim, mas ao mesmo tempo me angustia sentir que a nossa relação não está mais como antes, que não moramos mais juntos. A gente deixou de viver sob o mesmo teto pra voltar a ser namorados de fins de semana. Minha cabeça não tá conseguindo atinar bem essa nova realidade. Tem momentos que eu até acho bom não estarmos juntos, e tem outros que eu acho péssimo. É bastante torturante e eu não sei explicar o que que eu tô sentindo exatamente. A gente fica junto, a gente conversa, a gente ri, a gente namora, a gente transa, a gente se desentende, fica mal, é irônico um com o outro, se estressa... Às vezes eu acho que saboto nossa relação justamente porque eu não tô conseguindo elaborar essa nossa nova realidade. No fundo eu tô com medo. Medo de que tudo o que vivi e senti no passado volte a me atormentar, com aquela ex-mulher dele adentrando novamente pelas nossas vidas, uma vez que ele voltou a morar sozinho, na sua casa, onde ela sempre teve liberdade de ir e vir, entrar e sair. Isso tá me consumindo. 

Pacote JaquelineECelso

Eu tenho um problema que é me apegar demais aos sentimentos que crio com os homens com as quais me relacionei ao longo da minha vida. Foi assim com meus grandes amores, e também com minhas paixonites. 

O mais longo foi esse, com Celso. Acredito que seja porque nunca tenhamos de fato terminado nosso relacionamento, e todas as vezes que a gente se desentendia, de alguma forma continuávamos perto um do outro, e assim acabávamos reatando. 

Nosso relacionamento foi furado todo esse tempo, e eu acho que insisti movida por isso que falei, apego. Já senti admiração, surpresa, curiosidade, paixão, excitação, tesão, ciúme, decepção, tristeza, raiva, compaixão, preocupação, alegria, amor, frustração, desamparo, medo, solidão, confusão, esperança e desesperança. Tudo nesse grande pacote de nome JaquelineECelso. O que mais tenho?

Noites traiçoeiras

"E ainda se vier noite traiçoeira, se a cruz pesada for, Cristo estará contigo. O mundo pode até fazer você chorar, mas deus te quer sorrindo."

Eu acordei com essa música na cabeça. Minhas noites não têm sido fáceis. Eu voltei a ficar triste quando me vejo sozinha na cama quando me deito para dormir. Me sinto só, me sinto desamparada. Tudo de novo. E pra piorar, essa noite não tive bons sonhos, então acordei angustiada. Não quero voltar a sentir tudo que já senti por tanto tempo. Não é justo. Eu não quero mais. Eu tô cansada. Tô me sentindo frágil e tá doído. Eu preciso renascer.

Desculpa

Acho que já não tenho mais o que fazer. Foram mais de 20 anos tentando, tentando... Eu quis ser feliz e fazer feliz a pessoa que mais dei importância na minha vida. Até mais que eu mesma. E hoje me envergonho de ter feito isso comigo. Perdi muita coisa. Perdi tempo. Perdi vida. Perdi amor próprio. 

Eu não sei do futuro. Mas eu sonhei com um futuro. Sonhei com o futuro, mas fiquei presa no passado, nas dificuldades e tristezas que encontrei no caminho. 

Não fui sábia. Não fui forte.

Ontem quando deitei pra dormir, no escuro do meu quarto, eu pedi desculpas pro infinito. 

Desculpa. 

Pedi desculpas pra Deus. Nada mais. 

Desculpa.

Vivemos esperando

Vivemos esperando o dia em que seremos melhores. Melhores no amor. Melhores na dor. Melhores em tudo.

Chorar equilibra as emoções

Eu li em algum lugar que o choro é, na verdade, uma maneira de equilibrar as emoções. E que os chorões geralmente lidam melhor com frustrações e tristezas...

Sei lá, mas eu não tô achando que, com tudo o que tenho chorado (mais até) nos últimos tempos, eu tô sabendo lidar com minhas frustrações e tristezas, não. Na verdade, ando me sentindo mais emocionalmente descontrolada que nunca.

Não amava ninguém

Alice amava Paulo, que amava Joana, que amava Pedro, que amava Ana, que amava Luiz, que amava Olívia, que amava Artur, que não amava ninguém.

Presença

Noutros tempos eu iria na casa do Celso fazer uma visita de surpresa, sem saber se ele ia gostar ou não, mas eu faria. Movida pela minha paixão pela vontade de ficar perto e com ele, eu faria. Mas hoje eu não tenho mais esse ímpeto, essa vontade como já senti tantas vezes em tempos passados. Tantas coisas mudaram ao longo dos anos.

Ele tá passando por uma situação bem ruim, tá abalado emocionalmente por problemas na relação dele com o filho, expectativas criadas com o filho voltando a morar com ele e frustradas tão rapidamente... e dessa vez mais difíceis. Mas eu não quero falar disso agora, um outro dia talvez, quem sabe? São problemas onde eu tenho a minha opinião de quem viu e ouviu muita coisa ao longo de 20 anos e ele tem o seu sentimento de culpa. Por mais que eu compreenda a tristeza dele, dessa vez não sinto vontade de me aproximar muito. Talvez seja bom ele ficar sozinho por um tempo, sem que eu imponha minha presença. Hoje eu consigo ficar afastada. Mas se ele vier, quiser a minha presença, assim estarei. 

Psi 1

Hoje eu vou a uma consulta com uma psicóloga. A minha expectativa é grande, mas ao mesmo tempo eu tô bem preocupada. É estranho pensar assim, porque sempre rola um desconforto quando se vai a um psicólogo. Mas não é desse desconforto de ir simplesmente que eu tô falando, é uma coisa mais complexa, que eu nem sei explicar direito.

Olha a ironia. Eu sou psicóloga formada, ainda que nunca tenha atuado na área, sei dos princípios, de como funciona a engrenagem e ainda assim me sinto perdida nesse momento. Faz tempo que eu percebo que eu preciso ir ao psicólogo, mas sempre fui deixando pra depois, principalmente por falta de grana e também por falta de jeito. E o jeito a que me refiro é na minha postura, queria estar mais centrada ao que eu precisava eu preciso. Há tempos ando muito sem controle das minhas emoções e isso me faz chorar muito fácil, o que ao meu ver vai atrapalhar a minha narrativa, o que eu preciso dizer, expor. Eu não quero ficar chorando nas minhas consultas. Eu quero poder falar e o choro vai fazer com que eu não consiga falar o que preciso e isso me incomoda. Eu sei que isso é meio doido, afinal psicólogo é pra isso mesmo, pra te ajudar a alcançar um lugar de equilíbrio, um caminho, te ajudar a se reestruturar, se reencontrar, se entender, se aceitar. Mas veja só... nesse momento, só em escrever, minhas lágrimas vêm, a emoção toma conta de mim só porque estou falando sobre isso. Não tem como não criar expectativas. Eu já devia estar fazendo terapia há muito, muito tempo, mas realmente muitas coisas me levaram a chegar até aqui sem essa ajuda que sempre senti precisar. 

Que momento é esse?

Que momento é esse que eu tô vivendo e sentindo? Que momento é esse que eu tô me sentindo out, fora de mim? Ou será que é o contrário e eu estou, na verdade, dentro de mim? 

emoção X frieza

Eu me emociono tão fácil com tantas coisas e ao mesmo tempo eu me acho muitas vezes tão fria, tão sem noção com algumas coisas que acontecem além de mim... Será que é porque eu sou desligada? Eu sempre fui muito desligada das coisas que acontecem ao meu redor. E eu tava pensando aqui... seria isso que acontece comigo, um egoísmo meu? Uma falha de caráter? Eu sei que eu não sou uma pessoa má. Eu não tenho a maldade dentro de mim. Eu sei que não. Mas basta não ser má?

Cheiro

Desde que eu conheço o Celso ele é cheiroso. Gosta de perfume. Eu posso fechar os olhos e sentir seu cheiro bom. A lembrança de encostar meu rosto em seu peito... Até hoje é assim. Por que lembrei disso? Lembrei, simplesmente. E é como se eu estivesse sentindo seu cheiro agora. 

14º dia de isolamento

Cheguei ao 14º dia desde que senti os primeiros sintomas da covid, que pelos estudos médicos é o tempo necessário para ficar em isolamento e não contaminar outros. Eu realmente estou bem melhor agora. É estranho como essa doença tira nossa energia, nos deixa frágeis e psicologicamente abalados. É de uma sensação horrível.

Eu tive sorte. Meus sintomas foram leves. Apesar de ter me sentido bastante amedrontada em alguns momentos, passei bem por este período. 

Irei acrescentar mais 4 dias a esse isolamento para depois retornar a minha rotina diária, voltar ao trabalho na escola e principalmente voltar a ver meus pais e dar-lhes a assistência que precisam. Espero que fique tudo bem.

Sintomas estranhos

Eu não sei explicar, mas meus sintomas da covid estão sendo leves, graças a Deus. Estou hoje no 12º dia desde os primeiros sintomas. A médica me deu 10 dias de isolamento após diagnóstico positivo, que aconteceu 4 dias depois do início dos sintomas. E é estranho, uma hora você se sente bem e noutra hora você já não tá tão bem assim. Aí sente uma certa falta de ar, rola uma ansiedade e fica a dúvida se é a doença ou a ansiedade te sacaneando. E o medo que paira o tempo todo de que, sei lá, de repente você piorar? É na verdade um grande terror psicológico. Um drama ruim e que não gostaria que ninguém vivesse. Eu já sou uma pessoa preguiçosamente devagar. Então as vezes fico sem saber se, nesse estado, o incômodo que sinto é um dos sintomas ou se sou eu mesma na minha mesmice. São sentimentos nada agradáveis. Fico imaginando os que sofrem com sintomas de mais complicação. Meu Deus, é ruim demais. 

Nesse tempo, até aqui, eu tive dois momentos mais angustiantes, que me deu muito medo. No meu 7º dia do ciclo, eu fiquei bem agoniada, me sentindo sem ar, e minha filha que me deu suporte pra me acalmar. Ficamos até às 4h da manhã na varanda, até me sentir melhor e conseguir deitar e dormir. E no meu 9º dia, quando tive sensações de muita tontura, uma dormência na cabeça, que me fez ir ao hospital pra ver se alguma coisa estava acontecendo de mais grave. Pensei em baixa saturação, que poderia complicar meu quadro. Mas foi só um susto. Eu estava bem, segundo o médico. Mas foi bem assustador. 

Agora estou melhor, mas ainda com sensações esquisitas que vêm e vão. Não vejo a hora disso passar e me sentir estável outra vez.

Defesa

Há tempos percebi que o meu mecanismo de defesa é dormir. Quando algo me afeta de forma a abalar minhas estruturas, me deixando triste, acuada, com medo, com dor ou assustada, meu corpo enfraquece, sinto minha energia esvair, e sinto sono. É como se minha pressão caísse de repente. Já percebi inúmeras vezes isso acontecer em momentos frágeis da minha vida. E eu logo identifiquei como o mecanismo de defesa que é ligado em mim para eu não sentir com mais intensidade o incômodo que é gerado pelo desgaste advindo. Às vezes eu me pergunto se isso não seria um passo para um possível quadro de depressão... não sei. Espero que não.

Covid

Fui diagnosticada com covid ontem pela manhã. Não dá pra ter certeza, mas é provável que eu que tenha sido contaminada através do meu irmão que também foi diagnosticado há sete dias. Estivemos todos juntos no dia das mães, antes dele sentir os primeiros sintomas. Agora, não sei como fica, mas a ansiedade sempre metendo o pé na porta.

Ele está bem, com sintomas leves, graças a Deus. E eu comecei a sentir algo esquisito há quatro dias. Mas estava bem e não achei que fosse covid. Não achei mesmo, até anteontem a noite perceber que perdi o olfato. Aí vi que tinha que fazer o exame, que deu positivo.

Eu tô bem. Relativamente bem. Sentindo umas coisas esquisitas nos seios da face, sensação de congestão nasal, de nariz entupido. A garganta também falhando, arranhando. Estranho. Mas estou bem. Esperando que assim permaneça, e que eu consiga passar bem por esse momento que tanto aflige o mundo todo. 

Pra piorar toda essa situação, e jogar a ansiedade mais pro alto ainda e causar uma tristeza doída, soube pelo Celso, que seu sobrinho mais velho, de trinta e sete anos, faleceu de covid, no fim da tarde de hoje. Estava internado em estado gravíssimo. É muito difícil essa realidade de tantas mortes, tanto sofrimento, de famílias devastadas todo dia.

Deus me abençoe e também abençoe o mundo inteiro. Jesus, eu confio em vós!

À deriva

Tô com o nariz entupido. Dor de cabeça, eu venho sentindo desde que tomei a primeira dose da vacina pra covid, coincidência ou não. Meu corpo tem ficado dolorido, mas isso, de vez em quando acontece. Acho que é o colchão. Ou a falta de exercícios físicos. Ou os dois. Às vezes sinto um pouco de falta de ar, mas acho que é ansiedade. Anda a mil nos últimos tempos. Tô com uma tossezinha chata, como um pigarro. Garganta incomodando. 

No mais, estou triste. E cansada de chorar. Eu e Celso, mais uma vez, à deriva. Até quando?

Não quero mais chorar

Não quero mais chorar. Tô cansada de chorar. Dá pra suportar dor sem chorar? Se der, que seja assim. Dor sem lágrimas. É possível se emocionar sem chorar? Se for possível, que seja assim. Emoção sem lágrimas. Eu sou uma chorona. Me emociono fácil. Minhas lágrimas vêm fácil e eu não quero mais chorar. Eu me sinto tão frágil e cansada quando choro. Não quero mais chorar.

Falar e falar e falar

Eu tenho muita necessidade de falar as coisas, de pôr pra fora o que sinto. Não só as coisas boas do dia a dia, mas principalmente as coisas que me desagradam, que ficam presas em mim, que me incomodam. Coisas que eu sei que nem vou conseguir resolver, mas que grita em mim ter que botar pra fora. É minha forma de desabafo, de me esvaziar de cargas pesadas, de me sentir melhor. Ainda que nada mude. O problema é ter alguém pra me ouvir. Não conheço ninguém que queira ouvir as mesmas coisas toda hora, repetidas vezes a mesma coisa. Ninguém tem essa tolerância. 

Como vivo só eu e minha filha, e o Celso que está mais perto também, são eles os que mais "escutam" o meu falar e falar e falar. Mas eles não têm a paciência que eu preciso. Não entendem que é só desabafo, que não precisam responder ou tentar me dar soluções. Que é só me ouvir, estar ali. Se soubessem o bem que isso me traz, de como esse esvaziar é me dá forças pra continuar lidando com o que é difícil pra mim... É assim que eu fico pronta pra inflar mais uma vez, até precisar me esvaziar novamente. 

Mas eu entendo. Ouvir sempre a mesma lenga-lenga é muito chato. E eu sinto muito por isso... já tentei parar, me calar. Não consegui. Desculpem-me. Falar é o que me salva.

Eu teria?

O Celso é o grande amor da minha vida. Às vezes eu acho que faria tudo por ele e às vezes acho que não. Mas por ser o grande amor da minha vida eu teria mesmo que fazer tudo por ele? Tudo é tanta coisa... Não sou perfeita. E se não sou perfeita, não dá pra viver esse sentimento com perfeição. Não, não dá. São erros e acertos, dores e alegrias, raiva e amor. Mas eu sei que tenho mais amor. Ele é um cara de sorte.

Pânico

Minha cabeça tá doendo, mas não é qualquer dor de cabeça. É dor de cabeça de pura tensão, de preocupação, de confusão mental, de medo, de ansiedade, de não saber o que fazer.

Eu tô me sentindo como se estivesse num poço, tendo muita dificuldade para sair, escorregando pro fundo cada vez que pareço estar chegando no topo, sentindo mais medo e aflição. 

Os problemas de saúde da minha mãe parecem estar piorando a cada dia. E eu tô vendo a hora que ela não vai mais conseguir andar e ficar na cama. Eu tô apavorada em imaginar como vai ser isso. Meu pai acamado, minha mãe acamada. Se alguém lá atrás tivesse dito para mim, um dia, que assim seria o futuro idoso dos meus pais, eu não acreditaria. Não os dois juntos, pelo menos. Pela vitalidade que minha mãe sempre teve, pela disposição que ela sempre mostrou, por aparentar nunca deixar se abater com dificuldades... Mas a doença, ela é cruel. Ela não vê cara, não vê coração, não vê caráter, não vê histórias. 

Eu tô em pânico. Eu não tô sabendo lidar com meus pensamentos e sentimentos diante disso tudo. E eu temo pela minha saúde mental. Pedi a Deus que até possa me esgotar fisicamente, mas que poupe a minha saúde mental. Nunca me senti tão frágil, tão assustada. E tão sozinha.

405 dias - Vacina Sim!

Ufa! Fui vacinada ontem. Primeira dose da Oxford/Astrazeneca. A vacina que tá fazendo muita gente ficar preocupada devido ao surgimento de alguns casos de reações, com formações de coágulos sanguíneos, levando a trombose, após a vacinação. Bem, eu fui ler, tentar entender. Nenhuma vacina tem garantia total. Aliás, nenhum remédio tem. Vide bula e saberá. Eu acredito na ciência, e diante de diferentes opiniões, a gente que é leigo sente um pouco de medo, sim. Mas eu fui, com medo mesmo, me vacinar. Fila grande, mas em movimento. Bastante gente pra fazer o processo de vacinação não ficar moroso. E 20 minutos depois, eu recebi a minha primeira dose da vacina. Pra além do medo, dá uma grande sensação de alívio, de primeiro passo dado para que essa pandemia possa logo acabar. Pelo menos eu senti assim. Sinto que é preciso confiar, que é preciso ter fé. Meus pais tomaram a Coronavac, vacina que dizem não dar reações. Eles realmente ficaram bem. Nenhuma reação, graças a Deus. Eu tô aqui. Tô bem. Tô ótima! Ontem, não vou negar que fiquei tensa durante o dia, mas estava mais confiante do que tensa. E acho que é por aí: Confiança. Tem quem não acredite nessas vacinas, e dizem que não vão se vacinar por não achar que ela é segura, por ter sido criada em tão pouco tempo. Eu penso diferente. Acho que a gravidade dessa pandemia, que atingiu o mundo todo, e que tá matando tanta gente, precisou dessa urgência sim! E graças a Deus, temos ciência, empenho e dedicação. Temos cientistas, temos a vacina! Viva a ciência e a tecnologia. 

É questão de sobrevivência! 

É questão de vida! 

Vacina Sim!

397 dias

397 dias de distanciamento social. Para mim, desde quando foi interrompida as funções administrativas na escola que trabalho, fechada devido a pandemia do novo coronavírus. Exatos 397 dias, hoje.

Daqui a 7 dias eu estarei tomando minha primeira dose da vacina contra a covid 19. É uma grande expectativa. Até aqui Deus me permitiu chegar, e sou muito grata por isso. Mas fico apreensiva pela minha família e amigos que ainda terão que esperar mais alguns meses para serem imunizados. Eu serei contemplada neste momento, porque trabalho na área da educação, uma das áreas que foram priorizadas para tomar a vacina. Outros terão que esperar. Fico feliz por um lado e tensa por outro, vendo meus filhos e marido tendo que continuar a esperar, sabe-se lá quanto tempo ainda. Mas Deus há de nos guardar. Deus é bom o tempo todo. E sou muito grata por isso. 🥰

Senhor, eu confio em vós!

Tudo bem

Estamos bem. Nos entendemos. 

Eu preciso confessar que isso me faz tão bem. Não gosto de brigar com ele, me faz tão mal, sempre fez. Ele diz que gosta quando meu sorriso volta ao meu rosto. Que é tão bom me ver sorrir. Eu fico feliz. Minha vida fica tão leve quando estamos bem. Fico feliz. Fico na paz.

Esgotada

Eu e o Celso, a gente se desentendeu mais uma vez. Realmente não sei mais onde a gente vai parar... se é que a gente vai parar um dia. E isso me deixa desolada. Eu nem sem explicar exatamente o que aconteceu, mas foi algo que me deixou bem desconfortável, e eu tô cansada e me sentir desconfortável. Fico triste como sempre, depois que a gente se desentende, mas não quero falar sobre isso com ele agora, até porque eu nem sei mais o que falar. São sentimentos complexos, confusos e dá uma preguiça até. Eu sei que esse afastamento pode se voltar contra mim depois, partindo do que costumo sentir depois que tudo acalma. Eu sempre me vi muito frágil nessa relação. Sem palavras, sem postura, sem firmeza. E eu tô muito esgotada por isso tudo. Já prevejo a cena. É sempre a mesma coisa, a mesma dor, a mesma conversa.

Te amar e sofrer até o fim

Lembro como se fosse hoje, você aparecendo na igreja onde eu fazia um curso de informática pra me buscar. De repente, sem eu saber. Com aquele seu jeito de descolado, boné virado pra trás e o selinho que você deu no meus lábios sem eu esperar, que me seduziu na hora e ali eu te amei, eu me apaixonei perdidamente. Só não sabia que seria tão sofrido te amar. Mais de 20 anos se passaram e meu coração ainda sente essa emoção tão forte... Mesmo com nosso relacionamento desde sempre tão conturbado... Não sei, mas talvez eu precisasse de um novo amor. Quem sabe eu não seria mais feliz? Mas isso não vai acontecer. Eu sinto. Meu destino é te amar e sofrer até o fim.

Dores emocionais

Ah, minhas dores emocionais. Às vezes dói mais, às vezes dói menos. Às vezes nem dói, às vezes dói muito. Estão sempre aqui, latentes ou aparentes, mas nunca vão embora. 

Incomodada

De um tempo para cá eu comecei a tomar um cafezinho de manhã e também a tarde no varandão aqui de casa, sentada na minha cadeira de praia com as perninhas pro alto. Não tenho muito o que admirar a minha frente, a não ser minha cadela - minha companhia - e um coqueiro no meu quintal. Minha casa tem muros altos e eu nunca fui de me interessar em cuidar de plantas, apesar de achá-las bacana. Então aqui tudo é muito sem vida, nesse sentido. Coisa que estou começando a sentir falta, de verdade. Tá me incomodando esse quintal vazio, sem verde, sem vida. Como não entendo de plantas, já pensei em ir num horto procurar por plantas fáceis de cuidar. Acho que já é um começo... a vista ficará bem mais agradável ao sentar no meu varandão pra tomar um café. 

Se você vier

Por que sou tão romântica? Por que tenho esse sentimento aflorado dentro de mim? Quem é romântico sofre demais. Já perdi a conta de quantas declarações de amor eu já fiz, principalmente por escrito... E de quanto sofrimento narrado aqui, por exemplo. Tudo por conta desse romantismo que eu tenho em mim. Eu amo demais. Eu sou dessas. 

"Se você vier pro que der e vier comigo..."

Tradições religiosas

Ontem, Sexta-feira Santa, 2 de abril de 2021. Eu fui criada nas tradições católicas mesmo que a minha família não fosse praticante dessa religião. Quando pequena eu lembro da minha avó, que era metodista, conduzir os netos para sua igreja. A gente não entendia nada, então a gente simplesmente ia. Infelizmente, nenhum de nós seguiu sua religião, sua igreja. Eu acabei seguindo a igreja católica por querer fazer primeira comunhão e crisma, mesmo sem entender. Na época, eu assisti a uma celebração dessas, achei bacana e decidi que queria também. Então com meus 10, 11 anos, passei a ir as missas, sozinha, iniciando logo depois, o catecismo. 

Na minha família, nunca teve ninguém fanático nesse âmbito, então foi tranquilo deixar de acompanhar minha vó na sua igreja e ir pra igreja católica. Até hoje lembro da minha avó dizendo: "Não tem problema, o importante é ter uma religião." Sábia vovó Dodinha.

Fiz minha primeira comunhão. Logo depois me afastei um tempinho, voltando novamente a ir na igreja da minha avó, mas de forma bem facultativa. Depois voltei pra igreja católica pra fazer o crisma. Tinha 15 anos nessa época (idade inicial para ser crismado). A partir daí vivi intensamente o catolicismo. Me engajei de verdade. Participei do grupo jovem, do grupo de oração e de sua equipe de música, das missas da manhã e da noite, do coral, das festas dos santos, de chás, almoços e jantares beneficentes, dos eventos da igreja em geral, de segunda a segunda. Isso durou cerca de 4 anos. Rápido, né? Mas foi bem intenso. Lembro do meu pai me chamando de carola... Bem, o fato é que eu me aborreci, me decepcionei com algumas coisas e pessoas e acabei me afastando. De lá pra cá, eu nunca mais retornei à tudo aquilo que tinha vivido com tanta intensidade, e que nunca esqueci. Ainda que eu tenha sentido, ao longo desses anos todos, vontade de voltar, isso não aconteceu. Fiz alguns ensaios, breves tentativas, mas não me senti acolhida. Era tudo muito estranho. Rever muitas daquelas pessoas da minha época, que convivíamos tão juntos, anos depois, era como se tudo o que tínhamos vivido anos atrás não tivesse acontecido. A indiferença que eu senti das pessoas não me deixou tornar próxima novamente. 

Eu creio em Deus. Muito dos ensinamentos católicos ficaram marcados em mim e ajudaram no desenvolvimento da minha personalidade. Mas hoje eu não me sinto exatamente católica porque não participo das missas, porque não sou praticante, mas tenho comigo a formação católica, minha iniciação. Foi a que eu conheci, que vivi, vi, ouvi e aprendi. Eu nunca fui de nenhuma outra religião, mas hoje simpatizo muito com o espiritismo kardecista. Não tenho nada desse conhecimento, são muito poucas coisas que li e ouvi, mas o suficiente para me fazer sentir atraída. Gosto da idéia de um lugar após a morte, da idéia da reencarnação, dos espíritos de luz que oram por nós e nos amparam. 

Bem, eu comecei tudo isso porque na sexta-feira santa, há todo um ritual da igreja católica por conta da semana santa, que é muito importante para os católicos. Jesus morre, ressuscita e ascende aos céus. E isso tem uma simbologia mágica, suprema. Ele deixa o seu legado de amor. Ele é o próprio amor. E eu acredito nisso. Acho que é a força disso tudo nos move. Precisamos amar mais, amar sempre.

Eu achava que era forte

São tantas situações acontecendo ao mesmo tempo. A pandemia no auge de sua devastação, com a vacina sendo aplicada na população por ordem de idade e 

o medo de ser infectado nesse momento em que esperamos pela nossa vez. A esperança da imunização se debatendo na insegurança de como tudo está acontecendo. A vida não espera. A vida acontece. E eu prefiro acreditar que vai dar tudo certo.  

Pelas datas de vacinação nos calendários que estão sendo divulgados pelo governo, a minha deve acontecer pelo próximo mês de maio. E eu espero que eu consiga chegar até lá, resistindo a tudo o que vem ocorrendo. Lá se vão mais de 12 meses de pandemia... e tanta gente já morreu, tanta gente ta morrendo a cada dia, cada vez mais.

Tirando a pandemia, calamidade mundial, tem todo o resto da vida da gente que também não é fácil. Nosso trabalho parado, muita coisa parada, o medo que a gente vem sentindo há mais de um ano. Meus pais precisando de cuidados, debilitados pela idade e saúde. Minha mãe, a cada dia que passa, se não tá piorando, melhora a gente não vê. Cada vez mais precisando de mim e dos meus irmãos. E eu sentindo, até o momento, que ainda não consegui olhar a ficha caída. É muito difícil quando você tem a sua vida sacudida por conta de uma coisa que você não esperava, não imaginava. Minha mãe sempre foi tão ativa sempre tão forte. Eu nunca imaginei que ela fosse ficar como está. E o pior é não saber como isso aconteceu, porque não vimos, não percebemos. Uma hora ela estava trabalhando e noutra não tinha mais condições sequer de caminhar direito. E ainda que vá ao médico e que faça exames, nada ainda explicou exatamente o porquê de tanta debilidade numa pessoa que foi ativa toda a vida. É muito estranho. Eu tenho muito medo do que vem por aí. Eu tenho medo de não aguentar. Eu achava que era forte. Mas tô vendo que não sou. Eu tô descobrindo minhas fraquezas, cada vez mais, e só eu sei. 

374 dias

Desde que parei de trabalhar para iniciar o meu distanciamento social devido a pandemia do novo coronavirus, já se passaram 374 dias. Um ano e nove dias. 

O início de tudo foi muito apavorante devido a estarmos ainda conhecendo a extensão desse grande mal. O tempo passou e continuamos com medo, com muito medo. Mas pelo menos com informações sobre como nos cuidarmos. Com tudo, estamos vivendo muitos problemas econômicos e políticos, moral, de saúde e de educação, entre outros. São muitos os problemas e muitas as divergências entre as pessoas. Só me vem à cabeça a frase da música de Renato Russo: "a humanidade é desumana". Enquanto isso, muita gente tá morrendo. Assustadoramente chegamos ao número de mais de 3.000 mortes em 24 horas. E mais de 300.000 mortos pela covid-19, desde que começou a pandemia, só no Brasil. Dizem estarmos na 3ªonda dessa tragédia. Nunca houve tantos mortos por dia levados por essa doença.

É assustador. Dói. O que vai ser de nós? Onde isso vai parar? Vai acabar? Quem vai sobreviver?

Eu te amo

Você nunca devia se sentir trouxa por dizer eu te amo. Afinal, é você quem sente amor. E isso diz muito mais coisas sobre quem você é.

O que será o amanhã?

A vida da gente é cheia de altos e baixos. Uma hora a gente tá bem, e de repente, se vê mergulhando fundo num abismo absurdo.

Que loucura é essa? 

Vivi momentos duros nos últimos meses. Aliás, praticamente o ano de 2020 todo num sentimento doído. Me arrasei. Foram crises de ansiedade duradouras. Foram medos assustadores de não conseguir sair daquela situação. 

Eu superei?

Na verdade, sinto que melhorei. O tempo sempre ajuda. Continuo numa gangorra, porém me sentindo bem mais tranquila depois de tudo o que vivi e senti. A vida é um redemoinho de emoções e nem sempre a gente consegue se manter equilibrado. Às vezes é difícil manter algum equilíbrio. 

Eu tô vivendo do jeito que consigo, sentindo o que o sentimento traz na hora. Porque sou uma pessoa singular, e todos têm seu ponto fraco, seu ponto forte. Quais os meus? Depende. Depende de muita coisa. Hoje eu estou bem. Amanhã? O que será o amanhã?

Peso de existir

Eu queria aprender a controlar minha ansiedade. Nos últimos tempos têm sido muito difícil. Eu não consigo ficar tranquila com as coisas difíceis que acontecem comigo. Me dá angústia, medo, insegurança... Ando sentindo certo pavor em lidar com os infortúnios que vem surgindo. Minha cabeça dá uma pirada, me sinto perdida e sozinha pra resolver tanto. Não tenho com quem contar. E isso me abala de um jeito que eu não queria. Me questiono: o que é ser forte? É passar por situações difíceis, com medo, dúvidas e não demonstrar? Não falar, passar sufocos, até sentir dores fisicas e fingir que nada está acontecendo? É sufocante demais. Eu queria tanto ajuda. 

"Ninguém tem ombro pra suportar sozinho o peso de existir."

E eu cheguei aos 52 anos numa crise existencial bem sofrida. Que ninguém sabe. Ninguém quer saber. E como tá difícil sair dela. 

Da sua maneira

Não generalize o sentir. Cada um sente da sua maneira.

Perdida

Eu tô perdida. Eu tô perdida. Preciso me achar.

Comigo mesma

Eu preciso de um grande encontro comigo mesma. Preciso me fortalecer, me blindar, me sentir forte comigo mesma. Será que eu consigo? Eu já sei que preciso, eu só ainda não sei como chegar lá.

Me deu muita coisa, sim

Você pode achar que não me deu muita coisa, mas me deu sim.

Me deu seu olhar prático quando eu não tive; sua disposição em fazer as coisas que eu não tinha; sua boa vontade em ajudar enquanto eu nem me tocava. Sua criatividade a mil, uma idéia e sua construção; me deu sua atitude em realizar coisas que eu nem imaginava; sua comida gostosa, enquanto que eu não gosto de cozinhar; um conserto aqui, um ajuste ali; um me levar e me buscar sem reclamações, onde quer que fosse; um afago e um abraço. 

Tem mais coisas. Tem muito mais coisas.

Eu vou me adaptar

Coração ficou pesado de novo depois de outra divergência de idéias com Celso. Mas vou superar novamente e logo voltar a mim e aos meus esforços de me manter equilibrada e sã diante do que tenho passado nos últimos tempos. Eu vou me adaptar a minha vida como está agora. Definitivamente minha zona de conforto acabou. E sair dela, depois de tantos anos, é bem difícil. Ter que viver o desenrolar de uma nova dinâmica de vida está sendo bem difícil. Mas, ao menos, eu já consegui enxergar que não dá mais pra olhar e cuidar só do que facilmente eu controlava e agia quando queria. Acabou essa era. Entrei numa outra etapa de vida que eu não esperava, mas que está aí, e não tenho como dar as costas porque, mesmo que quisesse, não conseguiria. É a vida, a minha vida se desenrolando ao sabor do destino. E por hora, dói. É difícil. Me assusta. Mas eu vou me adaptar. Eu sei que vou.

Fugaz

Tô eu aqui, eu e meus pensamentos da madrugada... engraçado como é que nessa hora tantas coisas vêm na cabeça da gente. Eu sinto, às vezes, vontade de correr para cá e colocar tudo que tá passando na minha mente. Mas desisto. É tudo tão fugaz. É melhor dormir, descansar a mente.

Eita 52

E cheguei hoje aos meus 52. 

5.2 de idade. 

Acho que cheguei longe. 

Eu lembro quando eu era criança e naquele tempo pensar em chegar aos 50 era uma coisa tão distante, tão difícil de atingir. As pessoas nessa idade eram tão senhoras e senhores. Ao longo dos anos, de lá pra cá, tudo mudou tanto... 

Cheguei aos meus 52 e infelizmente num momento que não tem sido muito bom para mim psicologicamente falando. A gente nunca foi tão jovem aos 50 anos, mas também nunca foi tão perturbado mentalmente. São tantas as questões as quais nos debatemos em conflitos existenciais que nos tiram do eixo... Será que antigamente também era assim? Acho que não. Ou talvez não tanto quanto nos dias atuais. Acho que as preocupações do passado eram outras. O equilíbrio coletivo se dava na obediência aos pais, professores, governo. Na maioria das vezes sem contestações. Hoje se contrata por tudo. Tudo mesmo. Com ou sem critério. Isso causa um desgaste e conflitos que muitas vezes

Enfrentamento

Eu tenho tanto pra falar, mas nem sei como começar. Muitas coisas aconteceram nos últimos tempos, muita coisa que foi ruim pra mim. 

Não aguentei a barra de ter que sair da minha zona de conforto por anos assim moldada. A gente se acostuma com o tipo de vida que leva, se acomoda com gosto. E eu nunca fui de muitos movimentos. Sou pacata, sempre fui. Às vezes até sinto falta de fazer algo diferente, mas só por um momento mesmo. Eu gosto da minha vida como ela é. Gosto de me sentir tranquila. A tranquilidade me dá segurança. Não sei viver no olho do furacão, não sei lidar com tensões e pra piorar, nos últimos tempos me descobri uma pessoa ansiosa e isso por si só tem me arrancado com força do meu estado natural. Difícil pra caramba.

Estou a uma semana de completar 52 anos e durante grande parte da minha vida não tive grandes percepções, pelo contrário. Não lembro de me abalar facilmente por muita coisa. Não sei se por ingenuidade, falta de conhecimento do que podia estar acontecendo, distração... mas o fato é que eu não me abalava de forma que me sentisse angustiada... E isso foi bom por muito tempo porque me protegeu de ter medos, viver tensões e sofrimentos. Eu nunca fui muito perspicaz. Mas infelizmente chegou o tempo em que, mesmo sem querer, mesmo sem me esforçar pra isso, a vida foi me mostrando que as coisas não são fáceis e que tem muita gente ruim que não faz força nenhuma pra ser instrumento de paz.

A gente julga os outros pelo que a gente é e sente. Nem deveríamos julgar, mas fazemos. Então se a gente é legal, se a gente é bom, acha (na grande maioria das vezes) que todo mundo pode ser também. Mas, infelizmente não é assim. O mundo tem seus mocinhos e seus bandidos também. Como é difícil a convivência humana. Cada vez tem sido mais difícil. 

Eu deito para dormir e não consigo porque minha cabeça fica fritando coisas que fogem do meu entendimento. Eu quero paz. Eu quero amor. Eu quero tranquilidade. Mas sei que a vida não é só paz, amor e tranquilidade. Acho que as crises estão aí para te movimentar e fazer refletir, fazer mudar e tomar uma posição perante a vida. É impossível viver sozinho, e por isso, há de haver o enfrentamento consigo e os outros. Mas hoje, eu estou no enfrentamento comigo mesma.

Eu Vos agradeço

Deus Pai, eterno e todo-poderoso, quero Vos agradecer por tudo que me concede e por tudo o que sou. Obrigada pelo dia de hoje, por tudo de bom que me acontece, por todos os desafios que me permite enfrentar, por tudo o que consegui com a Vossa graça. Obrigada por todos com quem tenho contato a cada dia e peço Vosso cuidado para com todos eles. Ofereço-Vos todo o meu dia, todo o meu cansaço, frustrações, injustiças, decepções, medos e alegrias; todo o meu esforço de tentar ser melhor, mesmo sendo tão difícil. Obrigada, Pai, pela vida que me destes! Obrigada por tudo: pela minha família, pelo meu trabalho, pela minha saúde, pelo alimento, pela vossa proteção e até mesmo pelas coisas que dão errado, pois só Vós sabeis o porquê de cada uma das minhas experiências. Perdoe minhas falhas e acolhe meu coração tantas vezes aflito.

Eu agradeço e te bendigo. Amém.

Sua

Passei por momentos muito difíceis nessas últimas semanas. Para mim foram muito difíceis. Sentimentos e sensações exacerbadas. Medo, insegurança ao extremo. Estava à flor da pele. Me senti tão solitária, tão sem ter com quem contar, falar, desabafar, trocar... Uma angústia doída.

Aí você veio. E eu fui arredia, eu tava tão machucada, tão sentida que não me permiti ser tocada com seu abraço, seu carinho, seu afago...que era o que eu mais precisava. Eu fiquei com raiva de você por ter me deixado sozinha.

Mas você veio. E foi aquela coisa boa em meio a tantos problemas que me afligiam. E assim minhas reservas foram quebradas... Que falta você me faz. Que falta você me faz. 

Tá no meu coração. Tá na minha mente. Tá todo inteiro em mim. Você pode não ser meu. Mas eu sou totalmente sua. 

SOS

Eu tenho me sentido mal, mas tão mal, que eu não consigo nem verbalizar o que tô sentindo. Os últimos tempos tem sido os piores para mim, e eu tenho rogado muito a Deus pra que isso tudo possa passar logo, para que eu sinta o alívio das dores que sinto, dessa sobrecarga de emoções que tomam conta de mim. Eu sei que tô sofrendo de ansiedade e começando a achar que estou com depressão. 

Grande irmão frágil

Eu encontrei o texto abaixo no Facebook. Fiquei pensando. E sentindo.

"O Big Brother está escancarando a geração atual. A geração em que tudo é ofensa e persecutoriedade. Não se tolera a diferença, não existe brincadeira. Vive se sentindo ameaçada, em um vitimismo exacerbado onde pede-se desculpas por existir. Aquela em que seu bem-estar é responsabilidade do outro - já que a função dele é lhe servir e cuidar. Todo desconforto é um trauma, qualquer sopro despedaça o ego, experimentando uma permanente fuga da realidade. Donos da razão em um mundo rígido de supostas verdades absolutas. Um apocalipse imaginário, onde é preciso atacar para se defender do inimigo, cujo grande crime foi pensar diferente. A necessidade de aprovação a todo vapor, criando personagens que se confundem com a identidade. A crença de que é possível viver um eterno princípio de prazer, onde não existe a falta ou a insatisfação. Acreditar em uma vida idealizada de zero defeitos e fadas sensatas. Um discurso de desconstrução. Mas afinal, o que eles estão construindo mesmo?

Já dizia um provérbio que tempos difíceis criam homens fortes, homens fortes criam tempos fáceis, tempos fáceis criam homens fracos - e homens fracos criam tempos difíceis.  E nossa vida nunca foi tão fácil: tudo está na palma da mão. A informação, o conhecimento, as relações, a comida, as compras, o transporte, o mundo – ali, em alguns cliques. Sim, a vida melhorou muito, mas nem tudo que faz sentir bem, faz bem.

Estamos gerando, com toda essa facilidade, a geração frágil, cujo sintoma principal é a intolerância à frustração - exatamente pela facilidade que não permite conviver com ela. Uma geração que não sabe esperar, porque tudo é rápido. Que não sabe ser contrariada, porque tudo pode. Que não consegue colher, porque não aguenta o processo do plantar.

E essas pessoas não são só os participantes do Big Brother. São nossos governantes, empresários, professores, funcionários. Nossos amigos, familiares, talvez até nossos filhos. Vivemos em sociedade, dependemos uns dos outros e o outro nos impacta. No fim, somos um grande Big Brother Brasil.

E você? O quanto você está fortalecido para os tempos difíceis que estão por vir, criados por essa geração frágil? Como irá se preparar para o caos?"

Autora: Fernanda Junqueira Psicóloga

Revisão Textual:Patrick Pegurin

Solidão

Tem alguém, mas não se sente amado. 

É a pior solidão. Bem pior que a de não ter ninguém.

Perdoe-se

Nada se submete ao desviver. O que foi dito não se recolhe à boca, o que foi escrito não se deixa apagar. As escolhas nos trouxeram até aqui. O arrependimento não altera um só centímetro do passado.

Perdoe-se. Tudo aconteceu como podia ser. (Pe Fábio de Melo)

Ausência

"Quem muito se ausenta, uma hora deixa de fazer falta."

Eu acordei pensando nessa frase... Meu coração tá tão vazio, minha vida ficou tão despregada com ele longe de mim. Eu não sei quanto tempo eu vou conseguir viver essa ausência. Ao mesmo tempo que eu gostaria de poder suportá-la e esperar, acreditando que a gente ainda pode ficar juntos, eu tenho minhas dúvidas e fico pensando se é justo eu ficar com estou. E meus sentimentos? É esquisito, dói, me sinto muito só e sem certezas. E eu gosto de ter certezas. Eu gosto de estabilidade. Eu não gosto de ficar sozinha. Será que um dia eu vou apreciar estar só? 

"Quem muito se ausenta, um dia deixa de fazer falta."

A missão de estar neste planeta

Eu tenho quase 52 anos, e nos últimos tempos, tenho me perguntado o que eu vim fazer nesta vida. O que estou fazendo aqui, tamanha as minhas angústias. Encontrei essa descrição, tão exata que me deu conforto. Me deixou um pouco mais leve.

"A única missão que temos ao estar neste planeta é a de realizar a auto-cura.
Esse é o propósito que tanto se procura, e não qualquer outra coisa.
E a própria vida se encarrega de trazer as experiências e os relacionamentos necessários para que a tal cura seja estabelecida.
Em seu DNA está armazenada uma série de informações, potenciais e debilidades que o farão atrair as experiências necessárias para ficar diante daquilo que precisa ser transcendido e purificado.
Curar-se significa abandonar a ilusão do medo e aceitar o amor como guia interior.
Só isso.
É tão simples que o ego não aceita e cria uma série de subterfúgios mentais para distanciá-lo da sua verdadeira missão.
O problema que gera uma enorme distração, é alguém não olhar para esse objetivo e acreditar que está aqui para salvar o mundo e curar os outros.
Todos acham que possuem uma missão com outra pessoa ou com o coletivo, e daí por diante acham que entram na vida do outro para salvá-lo, perdendo assim um enorme tempo tentando mudar e curar aquele que é seu próprio objeto de cura.
Uma grande inversão de papéis que cria karmas de longas datas e que mantém a humanidade nesse ciclo interminável de nascimento e morte.
Você recebe o dinheiro que precisa, a profissão que precisa e as pessoas que precisa para trabalhar sobre si mesmo.
Portanto mude a sua percepção e compreenda que todos aqueles que estão ao seu redor são anjos que estão mostrando aspectos escondidos, não compreendidos e negados por você, inclusive aqueles que fazem aquilo que você chama de mal.
Tudo diz respeito a você, sempre.
Toda experiência e toda relação é uma oportunidade de cura.
Use o outro como espelho e permita-se olhar aquilo que te incomoda, deixando assim que a luz ilumine a escuridão e a cura chegue até você."
Autor desconhecido

Já conheço a dor

A verdade é que eu não quero ter esperanças.  Não quero esperar e me esborrachar depois. Prefiro sofrer agora pra tentar ficar livre depois. Já sei como é, já conheço a dor. Não tenho mais tempo pra esperar nada. Não quero esperar. É o que tenho pra dar agora.

Para o novo ciclo

Eu não sei o que esse novo ano prepara pra mim, mas eu torço e espero que seja melhor do que foi o passado. Ainda que às vezes as coisas não aconteçam como a gente quer. Mas seja como for, eu li um texto que disse muito pra mim. Na verdade, ele não só disse, ele gritou pra mim. E espero alcançar o que nele diz.

Para o novo ciclo: não mendigar sentimentos. Não mendigar atenção. Não mendigar carinho. Leve no coração a certeza de que você merece mais do que qualquer esmola de afeto. O afeto deve ser espontâneo e natural. Tem que ser recíproco os abraços. Tem que ter paz nas relações. Tem que ter amor nas vontades e vontade nos beijos. Quando as pessoas realmente gostam de você, elas ficam. Que nesse novo ciclo você lute pelo o que realmente importa: Você, a sua paz e o seu coração. 

(Edgard Abbehusen)

Eu desejo um feliz ano novo pra mim. 

2021 - primeiro dia

O que a gente espera no primeiro dia de um novo ano? A gente espera que tudo o que não aconteceu de bom no ano que terminou possa acontecer e se aconteceu muita coisa boa, que tudo possa se repetir.

O meu ano passado não foi um ano bom. Foi um ano de muita crise, de muito estresse e muita confusão mental. Eu tive crises de ansiedade e vivi muitas angústias. Foi um ano onde as coisas não deram muito certo. Até meu relacionamento com Celso, que sempre foi tão importante pra mim, ruiu. E pelo jeito, vai ser difícil colocar de pé novamente. Já estou tentando me preparar pra o desfecho final. Não tô vendo ponto de luz no fim desse túnel. 

Mas, o tempo não para e a vida segue. E eu preciso e vou seguir junto. Sei que será difícil, porque sou uma pessoa difícil. Não é muita coisa que me agrada, além de que não sou a pessoa mais bem humorada desse mundo e nem a mais animada. Tenho uma personalidade muito introspectiva e reservada. Sou assim. Então tenho que fazer o que conseguir, dentro das minhas limitações, para dar a volta por cima e tentar construir esse 2021melhor pra mim e pra quem está ao meu lado. Ninguém vive sozinho. E eu não gosto e não quero ficar só. Então é respirar, inspirar e não pirar. Deus favorecerá! Amém!