quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Ler e reler

Eu quero poder retornar aqui e ler o que tenho escrito nesses dias tão dolorosos, porque assim que ele for embora, eu sei que precisarei ler e reler quantas vezes for preciso, para enxergar que eu não mereço sofrer o que estarei sofrendo pela nossa separação. Uma realidade que eu nunca quis. Para que eu possa de alguma forma tentar buscar de dentro de mim as forças que precisarei ter para não vacilar, não arregar, não enlouquecer.
Porque eu vou precisar de ter um lugar para voltar e saber que eu posso ser forte.

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Processos

Eu li uma frase, na verdade uma reflexão, que dizia que a lagarta não precisa de um milagre para sua transformação, mas sim de um processo. E terminava dizendo: não fuja dos seus processos. 
Eu acho que eu fugi dos meus processos toda a vida, e por isso hoje me encontro tão perdida, sem saber o que fazer e como agir, com medo do que nem sei que vai acontecer. Eu tô tentando me controlar, mas verdadeiramente eu tô em pânico, num sentimento absurdo de medo, muito medo, de tanta aflição que tá me tirando do meu eixo. A sensação de segurança que tive por tanto tempo, hoje eu acho que ela nem chegou a existir de verdade. Eu me sinto uma fraude. Eu não sei o que eu vou fazer, eu não sei como eu vou viver com essa confusão emocional, essa dor dentro de mim que me atormenta e me enfraquece. Que faz doer meu corpo, meus músculos, minha cabeça. Que até respirar dói. 

sábado, 22 de agosto de 2020

Inevitável

Estamos adiando o inevitável. Tem momentos em que eu fico apática e outros em que começo a sentir toda aquela sensação horrorosa de perda, de angústia, e um nó na garganta, no peito e sei lá mais onde, vai tomando conta, antecipando as coisas e eu me forço a em controlar minha respiração tentando não me deixar sufocar, não desmontar. Eu não quero sentir tudo de novo. Eu não quero! Eu preciso estar preparada e temo não conseguir. Mas eu preciso, eu preciso.

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Sem saber

O sentimento é de tristeza. Uma tristeza que me  forço a manter represada, mas que sinto que vai explodir a qualquer momento. Uma angústia dolorosa que fica pairando sobre mim, me sufocando. Que me deixa sem saber o que fazer, o que falar, como me comportar.

Quem sabe na próxima?

Admiro as pessoas que são genuinamente alegres, divertidas, têm bom humor, se divertem, curtem a vida...  Não sei se nesta vida eu ainda alcançarei esse estágio... Quem sabe na próxima? 
Que os espíritos de luz me iluminem, pois me sinto uma pessoa de luz muito fraca.

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Dor de amar

A vida é mesmo muito irônica. Essa pandemia me colocou em casa, sem trabalhar já faz cinco meses e como eu já não sou de muitos amigos e nem gostar de sair muito, estou totalmente em casa. Sair, só para fazer compras do essencial e só mesmo.
Estou passando por uma situação muito ruim, uma situação de vida que eu causei para mim - disso eu tenho consciência - e que começou há 20 anos. 
Ao longo desse tempo eu cheguei num momento em que eu achei que nunca mais fosse sentir o que eu estou sentindo de novo. Dor de amar. Aquela dor que aperta, que você sente torcer o coração, que dói até respirar, onde os sentimentos e emoções parecem ficar flutuando entre o teu peito e a garganta, que causa um embrulho no estômago como se ele também estivesse sendo torcido e que faz vir lágrimas ardidas aos olhos mesmo que você não queira, porque você sabe que não devia permitir sentir tudo de novo. 
E pra piorar, agora com mais contundência, ter que ficar em casa querendo ou não, sem nenhuma rota de fuga. Ter que passar por isso sozinha, sem ter pra onde ir. 
Eu estou tentando me fazer forte ainda que por dentro eu esteja me sentindo muito fraca, estou tentando controlar minha respiração aflitiva, mas estou com medo de desmoronar a qualquer momento.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Responsabilidade afetiva comigo

Infelizmente, as coisas não foram como eu pensei que seriam. Eu me enchi de esperança e de vontade e estava cheia de saudade dele. Quis nossas vidas juntos e bem de novo. Mas vi que fiz tudo errado. Faz tempo que eu não sei como agir com ele. Falar de culpa é muito complicado. Tenho que parar de querer controlar o que não depende de mim pra minha vida ficar mais leve. O que posso fazer por mim é ter responsabilidade afetiva comigo mesma de forma totalmente ampla. Primeiro eu.
Espero o dia em que eu vou olhar para trás e me perguntar porque eu me preocupava tanto...


segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Não

- Por que você não tira essa armadura?
- É porque eu tenho medo de me machucar de novo...
Saber parar é tão importante como saber quando insistir!
Não posso permitir me machucar de novo.


sábado, 15 de agosto de 2020

Dona de mim

Que venha essa nova mulher de dentro de mim. 
Com olhos felinos, felizes e mãos de cetim.
E venha sem medo das sombras que rondam o meu coração. 
E ponha nos sonhos dos homens a sede voraz da paixão.

Que venha de dentro de mim ou de onde vier. 
Com toda malícia e segredos que eu não souber. 
Que tenha o cio das corças e lute com todas as forças.
Conquiste o direito de ser uma nova mulher.

Livre. Livre. Livre para o amor. 
Quero ser assim, quero ser assim. 
Senhora das minhas vontades e dona de mim.

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Será?

E parece que finalmente o Celso vai estar de volta amanhã. Na verdade, depois de amanhã. Porque como ele mesmo disse, vai chegar à meia-noite no aeroporto e como não quer que ninguém vá buscá-lo nesse horário tão tarde, vai esperar amanhecer para vir com segurança.
E eu tô aqui sem saber o que estou sentindo, ansiosa e preocupada com o que pode acontecer conosco. É fato que precisamos ter uma conversa séria e isso me deixa bastante tensa. Tenho medo de enfiar os pés pelas mãos mais uma vez. Tenho me sentido bastante idiota nos últimos tempos. Acho que piorei com passar dos anos, fiquei mais chata, ranzinza, acho que insuportável até. Não consigo mais ver qualidades em mim nesses últimos tempos. Tô me sentindo sozinha e perdida sem saber mesmo o que fazer. 
O Celso na minha vida, foi o que vivi de melhor e pior. Nosso relacionamento foi muito turbulento. Cheio de paixão da minha parte, mas também de muita decepção. Eu acho que esperei demais e não percebi, como deveria, as falhas na nossa relação, e fiquei muito ferida. Preferi fechar os olhos a tudo o que não foi bom pra mim e hoje o analgésico que usei por tanto tempo, não faz mais efeito. 
Sinto que o amo e sinto a sua falta. Não sei se vamos conseguir superar tudo que aconteceu ao longo desses anos e que fez com que eu ficasse arredia. Se decidirmos continuar, teremos que ter muita paciência conosco e força de vontade para fazer as coisas serem diferentes. Será que a gente consegue?

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Tardes diferentes

Olha, vou confessar: não gosto de ser anfitriã. Quero poder sentar e conversar e não ter que ser a pessoa que a todo momento tem que estar preocupada em notar se tudo está correndo bem.
Mas hoje o dia foi bem legal. Tivemos uma tarde diferente. Meu filho que estava aqui desde quinta-feira, infelizmente, teve que ir embora de repente para não sofrer punição caso fosse chamado ao serviço (militar, em Brasília). Veio sabendo do risco, mas ficaria mais um dia, só indo embora amanhã a tarde, porém acabou ficando preocupado com a sua situação e decidiu se adiantar, o que foi um ato acertado, já que às consequências poderiam ser bem graves. Veio porque queria ver o primo Yuri, que presidiário, recebeu pela primeira vez o indulto do dia dos pais. E já havia quase 3 anos que não o víamos. Foi bom revê-lo e bem (não cabe agora os motivos dele ter sido preso, porque no momento a intenção foi de comemorar o reencontro). Meu filho combinou um churrasco entre amigos mais próximos e a família para comemorarmos e nos distrairmos um pouco de toda a tensão que vivemos ao longo desses anos. Ele sempre foi muito próximo do Yuri e sentiu muito quando tudo aconteceu. Ficou emocionado. Mas infelizmente acabou tendo que retornar a Brasília, não podendo ficar junto conosco por mais tempo, nessa celebração em família, que continuamos numa tarde agradável e divertida. Como tudo foi feito na minha casa, é por isso que digo que ser anfitriã me é desconfortável. Você acaba tendo que ter a responsabilidade de organizar as coisas, mesmo que não tenha sido você a combinar nada. Mas, conseguimos ficar bem, mesmo com o Léo tendo que voltar mais cedo.
Esses últimos três dias foram bem movimentados. No sábado à noite fizemos um churrasco em família; no domingo meus filhos foram passar o dia dos pais com o pai, enquanto eu, junto com meus irmãos e sobrinhos, fomos passar nosso dia com nosso pai e mãe. E hoje tivemos mais essa reunião e com mais familiares da parte do Yuri, que foi o motivo dessa agradável tarde. Valeu a pena. 
Eu peço a Deus que Ele nos mantenha unidos e amigos para podermos sempre comemorarmos juntos a alegria de estarmos bem. E que possa orientar, dar força e sabedoria ao Yuri para que possa discernir o certo e o errado e assim poder ter um recomeço digno e de orgulho, não só pra nós da família que torcemos por ele, mas pra que ele possa ter orgulho de si mesmo. Que Deus o abençoe. Que Deus nos abençoe. Obrigada, Senhor!

domingo, 9 de agosto de 2020

Mudanças

Bateu uma bad... Uma vontade de chorar. Tô angustiada. Sobrecarregada. Tão cansada. Pela primeira vez me deu vontade de sair daqui. Morar em outro lugar. Mudar.

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Deus te quer sorrindo

"E ainda se vier noites traiçoeiras, se a cruz pesada for, Cristo estará contigo. O mundo pode até fazer você chorar, mas Deus te quer sorrindo."

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Dias mais agradáveis

Ah, meu filho chegou. E eu espero, realmente, que os próximos dias possam ser mais agradáveis, mais carinhosos e mais divertidos para superar toda a tensão dos últimos dias. Eu mereço um descanso de tanta coisa que me afligiu nesses dias. 

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

O colchão

E mais uma vez a viagem de volta de Celso, foi cancelada. E eu me sinto como se estivesse vivendo uma provação. Quando ele decidiu viajar nós estávamos passando por uma crise forte. Então ele foi embora, e eu me senti muito mal nos primeiros dias sem ele. Achei que fosse pelo costume de tê-lo por perto, afinal de contas estamos juntos e muito próximos há anos, e achei que talvez mais alguns dias pudesse me mostrar meu real sentimento em relação a essa distância. Se eu ia sentir sua falta ou se ia ficar bem sem sua presença aqui. No início eu fiquei mal e depois bem, mas então comecei a sentir muita saudade, muita falta dele. Fiquei ansiosa, inquieta, sentindo até "borboletas no estômago"... E aí veio a primeira viagem de volta cancelada... Me senti muito frustrada, eu estava ansiosa para que ele chegasse logo.... Mais uns dias depois, e quando pensei que finalmente ele iria chegar, seu voo foi cancelado novamente. Nem sei dizer o que senti dessa vez, uma mistura de frustração com apatia. Fiquei com raiva também dessa situação em que me meti.
Enfim, já não sei de mais nada. Vou ficar esperando porque é o que me resta. Em algum momento ele vai ter que voltar. 
Enquanto isso, decidi passar a dormir também no lado dele na cama, para não deformar o colchão dormindo só no meu lado. Vou alternar dormir, num dia no lado que ele dorme, e no outro, no meu lado. Por mais que eu tente não consigo me espalhar de forma que use a cama inteira. Assim, pelo menos, resolvo um problema: o do colchão.

domingo, 2 de agosto de 2020

Vai ficar tudo bem

Hoje conteceu uma coisa inusitada. E eu realmente não soube como agir. Fui convidada a participar de um café da tarde na casa da minha cunhada com outras amigas e a tarde foi muito legal. Eu estava precisando disso, dessa distração, desse momento após tantos dias de isolamento por conta dessa pandemia. Procuramos manter o devido distanciamento e os cuidados que passou a fazer parte da nossa rotina no dia a dia. Tudo correu bem, foi realmente uma tarde muito agradável. Já no fim, só estávamos eu e a Célia, e no momento em que eu me preparava para ir embora, Celso ligou para a irmã e começaram a conversar. Como eu ainda não tinha saído, tive que aguardar que ela terminasse a conversa para que eu pudesse me despedir, pois não ia interromper e nem sair sem falar nada. E aí foi que aconteceu o inusitado da coisa. Me senti sem jeito, sem graça naquele instante. Pensei que por um momento ele pudesse querer falar comigo, mas isso não aconteceu. Conversaram por um tempo não muito longo, mas também não tão breve. E no fim, se despediram e a ligação foi encerrada. Aparentemente me mantive tranquila enquanto esperava, mexendo no meu celular pra distrair o momento nada confortável pra mim. Foi uma sensação muito esquisita. Eu sei que a nossa relação antes dele viajar, vinha se arrastando há dias e quando ele foi embora nem sequer nos despedimos, porque eu estava muito chateada. Nesses 42 dias, pouco nos falamos. Nenhuma palavra de carinho, nenhuma menção de saudade, de "tô sentindo a tua falta". Eu não sei se ele tá sentindo a minha falta, mas eu senti. Bastante. E fiquei ansiosa quando soube que ele voltaria hoje. Porém, a viagem foi cancelada pela empresa de aviação e remarcada ainda para daqui a mais 5 dias. Senti como se tivesse tomado um banho de água fria. E então comecei a repensar as coisas que eu ouvi dele nas poucas vezes em que nos falamos. E um forte desânimo tomou conta de mim. Não sei porquê, mas senti que a nossa relação está realmente por um fio, um fio muito fino, pronto pra arrebentar. E hoje essa situação inusitada ao qual me referi, me fez ver de uma forma bastante forte o que eu já estava sentindo, que esse fio fatalmente irá se arrebentar. Não vou negar, me senti muito triste. Um aperto no peito, uma sensação de ter falhado terrivelmente na nossa relação. Tô aqui pensativa, tentando não despejar essa culpa e responsabilidade nos meus ombros. Uma relação não é feita de uma pessoa só e por mais que eu tenha falhado em muitas coisas, eu tenho convicção de que se conseguimos ficar juntos durante 20 anos, foi muito porque eu fiz isso acontecer. E ele sabe disso. E não é justo que o desconforto que eu tô sentindo nesse momento me faça sofrer de novo, como já sofri tantas vezes ao longo de todos esses anos. Eu não posso mais fazer isso comigo. Não posso, não devo e não quero. Mas meu coração insiste em bater descompassado, enquanto meu estômago parece se retorcer. Mas há de ter uma saída. Tempo. Preciso dar chance ao tempo para fazer o seu trabalho, consciente de que a força que preciso ter está dentro de mim. E que vai ficar tudo bem.

sábado, 1 de agosto de 2020

Semana longa

Fiquei sabendo que o Celso retornaria amanhã de Natal, porém seu voo foi cancelado e remarcado para o dia 7, mais cinco dias a frente, Confesso que fiquei frustrada... estava ansiosa por sua volta, com saudade, pensando em como retomaríamos, se retomaríamos nossa vida a dois. Mas não sei porquê, de repente me veio novamente a sensação de que nosso relacionamento não vai para frente, que é questão de tempo. Insegurança minha, talvez... Mas a sensação não foi nada boa. Me senti bastante intranquila e triste. Bateu numa angústia e um lamento muito forte. Praticamente 50 dias longe. Em 20 anos de relacionamento nunca ficamos tanto tempo longe um do outro assim, nessa turbulência de sentimentos. No início, quando ele partiu, fiquei chateada com a sua ida. A gente não tava bem... fiquei triste, me senti meio que abandonada, com raiva até. Mas os dias foram passando e melhorando esses sentimentos. E passei a ansiar por sua volta, sentindo saudades. Só que não sei como ele está, se essa distância lhe deu a certeza que precisava de querer dar fim a nossa relação e voltar a viver sozinho de vez. Eu estava com uma ansiedade boa, mas agora essa ansiedade ficou ruim. Não sei o que pensar, sentir ou como agir. Mais uma semana de espera pra ver o que será decidido da nossa vida juntos. Essa semana vai ser longa.