domingo, 23 de abril de 2023

Tô com medo

Quando a minha mãe começou a mostrar que não estava bem de saúde, eu achei ela tão jovem com seus 69 pra 70 anos, ficar assim.. imaginava ela indo muito mais longe na idade e muito bem. De lá para cá, quase quatro anos se passaram... hoje eu olho pra ela e a vejo tão velhinha, tão debilitada... 
Eu. Eu nunca pensei que eu, mais jovem ainda, aos 54 fosse adoecer. Porque eu acho que tô doente, que alguma coisa tá errada comigo. Eu tô indo a médicos, tentando descobrir o que tá acontecendo comigo. E eu tô com medo.

terça-feira, 18 de abril de 2023

Cada vez mais sozinha

Cada dia que passa me vejo mais sozinha. Nunca fui de muitos amigos, de estar na casa deles ou deles estarem na minha. De sair, ir a festas, baladas, encontros. Sempre fui introvertida. Me sentia sem jeito nos grupos e acho que isso foi meio que me tornando anti social. Considero algumas poucas pessoas minhas amigas, mas estamos distantes faz tempo.
Meu filho mora em outro estado há quase 10 anos. Minha filha está por aqui, mas sempre distante, com seus interesses e gostos e não tem muita paciência comigo. Celso já foi faz um tempo. Quando eu pensei que podíamos ter uma vida só nós dois, velhos e companheiros, um cuidando do outro, não deu. Não deu paciência, não deu compreensão, não deu vontade, não deu mais liga. Mas sinto muito a nossa falta juntos. Sei que tenho muita culpa nisso tudo, não ajudei também. E sinto muito por isso. Sinto muito, muito mesmo. 

segunda-feira, 17 de abril de 2023

Ontem

Meus domingos não têm sido tranquilos. Depois que meu pai morreu e minha mãe não teve mais a sua companhia aos domingos, eu passei a trazê-la pra minha casa pra que ela não ficasse sozinha naquela casa. Antes, aos domingos, eu ia lá, dava o almoço deles, que já ficava pronto. Então, voltava em minha casa pra retornar depois e dar o lanche da tarde a eles. Nesse meio tempo eles ficavam deitados, dormindo, ou assistindo tv. Minha mãe alternava ficar sentada, coisa que meu pai não podia fazer. Quando meu pai morreu eu vi que deixá-la sozinha como eu costumava deixá-los por alguns momentos para ir em casa, não seria legal. Então passei a trazê-la para minha casa. Isso tem mais de um ano e três meses. O domingo é comigo. Faço sacolão semanal, abasteco às necessidades da casa... E tô esgotada. Uma vez discuti com meu irmão porque disse que precisávamos fazer um rodízio de domingo, pois eu também queria um domingo só pra mim... Não foi legal. "Qual é o problema de você ficar com ela aos domingos, uma vez que não faz nada? Eu que fico com ela todo dia!" Oi? Que todo dia? Porque vai dar seus remédios diários é ficar com ela todos os dias? Nunca vou esquecer suas palavras injustas. 
Eu escrevi sobre isso aqui, pois foi algo que me magoou muito, por dias. Lembrar ainda me entristece muito. Mas acatei. Como não sou de sair, introjetei que não custava ficar com ela aos domingos. E assim ocorre sagradamente. A exceção é quando realmente surge um evento que eu queira muito participar, e assim aviso antecipadamente que tal domingo não estarei em casa. Isso só aconteceu uma vez até o momento.

terça-feira, 11 de abril de 2023

Tão frágil

Já me senti forte nessa vida. Já achei que realmente eu era uma pessoa forte. Passei por tantas coisas tão doídas, que só eu sei... Cada um tem seu sofrimento, e aos olhos de alguns pode não parecer tanto assim. Mas pra quem sente... Ah, pra quem sente... Não queira medir a dor do outro. Só você sabe a sua dor e o quanto suporta, o que faz pra suportar e esperar o tempo passar.
Eu já me senti forte, mas hoje me vejo um arremedo do que um dia pensei ter sido forte. Nunca me senti tão frágil.

sábado, 8 de abril de 2023

Piripaque

Enfim, aconteceu. Eu sempre pensei que isso nunca fosse acontecer comigo, mas as coisas mudam e muitas vezes nem percebemos a gravidade de viver tanto estresse... Tive um piripaque. Não sei explicar o que senti ao certo, mas senti tonturas, sensação de desmaio, uma certa confusão mental... acho que movida pelo medo que senti de não saber o que estava acontecendo comigo. Tive até uma certa gagueira ao falar algumas palavras. A ansiedade veio forte. O medo veio forte. Pensei que podesse estar tendo um AVC, sei lá. Senti medo, muito medo. Medo de cair, de me perceber perdendo meus movimentos, a sanidade, de coisas que podiam acontecer, mas que nem sei o que poderiam ser. Medo. Angústia. Susto. Fui levada para emergência do hospital e lá passaram uma medicação pra eu tomar. Dramin no soro. Não sei o que aconteceu, mas assim que começou a ser injetada na minha veia, comecei a passar mal, meu coração começou a disparar, minha pressão subiu mais e foi a 20/8. Nunca na minha vida tive problemas de pressão. Meu peito ficou cheio de placas vermelhas e meu braço direito, o que estava livre do acesso venal, ficou muito vermelho, senti dores abaixo da cintura, nas costas e abdômen, cólica. Tudo muito estranho. Reação alérgica? O que aconteceu eu não sei, ninguém soube dizer. Tomei um antialérgico e aferiram a pressão novamente, baixou pra 16/9. Fui pra casa. O que me fez ir pra lá, a tontura, incômodo na nuca e um pouco de dor de cabeça e sensação de desmaio, já nem me incomodava muito mais, eu até já me sentia melhor antes mesmo de tomar a medicação prescrita, eu só pensava no que podia ter causado a reação que tive. Pra mim ficou claro que teve a ver com a medicação, mas não tive confirmação. Ficou a dúvida do que aconteceu comigo.

sexta-feira, 7 de abril de 2023

Meu inimigo maior

Meu maior inimigo sou eu mesma,
minha ansiedade, minha mania de
perfeição, de controle... minha auto cobrança.
Meu inimigo mora na minha mente.