quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

2020 - Último dia

2020 foi um ano muito ruim para mim, desencadeou uma série de problemas que só estão começando, na verdade.
A pandemia do covid veio e virou ainda mais a minha vida de cabeça pra baixo. Esse ano me trouxe mais inseguranças, medos, dúvidas e muita ansiedade. Eu tive crise de ansiedade. Ninguém viu. Foram 3 meses de angústia. É pavoroso.
As vezes eu acho que eu tô a um passo da depressão, se é que já não estou nela e me recuso a enxergar. O tempo todo eu brigo contra isso. Eu sempre fui problemática comigo mesma. Sem ação e até sem reação. Sempre tentando não deixar transparecer para as pessoas a minha volta, as minhas dificuldades, os meus dilemas. Sempre vivi minhas crises me arrebentando sozinha quando sufocava demais. E seguia em frente, em frangalhos, mas seguia. Tinha e tenho momentos de trégua. É o que salva, mas a cada dia o desânimo fica maior, me paralisando aos poucos. Acho que é da minha personalidade. Ela é assim, mal parada. E isso não é bom pra mim, pra ninguém.
Quem me vê, com toda certeza não imagina nada do que eu sou e do que passo. Sempre fiz muita força pra não deixar esse meu lado transparecer demais. Por vergonha e também por não saber lidar com isso. Também porque acho que as pessoas não estão nem aí pra problemas que não são seus e pessoas depressivas são muito chatas.
Mas eu mereço ser feliz. Pelo menos me sentir tranquila, ter paz de espírito. Eu não sou perfeita, eu tenho meus pecados, meus remorsos minhas crises de consciência. Mas também sei que não sou nenhuma filha da puta. Eu sei que a minha essência é boa, é direita, é do bem. Eu procuro ser justa e correta com as pessoas. Então eu quero estar bem. Eu mereço e preciso ficar bem. Me sentir feliz e em paz comigo mesma. Eu preciso entender que primeiro eu tenho que estar bem pra poder fazer o outro ficar bem também. Eu sou boa e especial. Eu sou do bem. Eu sei que sou.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Vem e vai

É uma dor que vem e que vai, aperta tudo por dentro, que sufoca. Uma angústia, medo, incertezas, uma tristeza que vem chegando devagar e de repente toma conta. Tudo porque você foi embora...

Quem e o que

Quem quem deve partir, quem deve ficar. O que devemos buscar, o que devemos esquecer. O tempo esclarece.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Desligar

Ah, se tivesse um botãozinho que a gente pudesse apertar pra desligar todo o sofrimento de se sentir só depois de anos juntos, de tantas coisas vividas, e das tantas lembranças que ficam...

domingo, 20 de dezembro de 2020

Eu não me sinto eu.

Eu não me sinto bonita.
Eu não me sinto animada.
Eu não me sinto disposta.
Eu não me sinto corajosa.
Eu não me sinto leve.
Eu não me sinto inteligente.
Eu não me sinto competente.
Eu não me sinto flexível.
Eu não me sinto tranquila.
Eu não me sinto feliz.
Eu não me sinto agradável.
Eu não me sinto suficiente.
Eu não me sinto forte.
Eu não me sinto inteira.
Eu não me sinto atraente.
Eu não me sinto apaziguada.
Eu não me sinto livre.
Eu não me sinto boa.
Eu não me sinto importante.
Eu não me sinto amada.
Eu não me sinto sã.
😞

Tempo, seja meu amigo

Quando eu conheci Celso, eu não tava carente. Eu não me envolvi com ele por causa de carência, eu gostei dele. Ele chamou minha atenção, mexeu comigo e eu me apaixonei rapidamente. Me encantei pelo jeito descolado, diferente, jovial, pelo seu olhar profundo. Ali eu me ferrei. Se eu soubesse, se tivesse ao menos uma pequena idéia do problema que eu ia arranjar pra minha vida nos próximos 20 anos, talvez eu tivesse me afastado dele. Mas como a gente não prevê futuro, eu me envolvi. Eu me envolvi e muito. Eu amei muito nos últimos 20 anos. É claro que nem tudo foram flores todo o tempo. Tivemos vários perrengues. Foram muitos aborrecimentos, chorei muito. Foram muitos desencontros, muita incompreensão, muita falta de atenção. Muitas vezes me senti sem nenhuma importância na nossa relação. Mas segui insistindo.
E agora, parece que acabou. Pelo jeito tinha que ser assim. Devia estar escrito, mas eu não li. Muita coisa não me foi favorável. Eu não enxerguei os sinais. Ou enxerguei, mas não quis ver. 
Não sei nada do futuro, nem vou saber. E apesar de tudo, isso é bom. A vida é mesmo uma caixinha de surpresas, às vezes boas, às vezes não tão boas assim... Eu agora vou ter que me refazer, me reconstruir, me organizar e aprender a viver comigo mesma, coisa que eu nunca fiz nesses meus quase 52 anos de vida. Viver pra mim e por mim. Porque eu vivi pra todo mundo, menos para mim. Confesso que não tá sendo fácil, e que nem sei por onde começar, mas eu vou conseguir. Eu vou. Quero ter a paz e a alegria que todo mundo merece ter, e sentir o sossego de uma vida tranquila. Que eu possa me sentir satisfeita comigo mesma. E como já pedi antes, repito meu pedido ao tempo. Que ele seja meu melhor amigo, porque eu vou precisar muito da sua amizade, muito.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Perdas

Encontrei o texto abaixo nas lembranças do Facebook. Lendo, eu fiquei pensando... Esse ano foi do cacete. Foram muitas perdas com essa pandemia da covid. Perda não só das vidas dos nossos amigos e familiares vitimados por esse mal, mas também de emprego, de dinheiro, de relações... 

"Eu não pretendo transmitir a ideia de que a perda é em si mesmo algo bom. Eu também sei o que é a perda, o que é chorar a perda de alguém querido, de ficar destroçado com perdas profundas, físicas, emocionais e financeiras, conheço esse território muito bem. Com o tempo, porém, fui aceitando que as perdas são uma condição da vida, e que com o passar do tempo elas vão-se somando. Então, se é inevitável enfrentarmos algumas perdas ao longo da nossa vida, acredito que algumas devem ser choradas, sentidas e vividas tal como acontecem. 
Existe um tempo para tudo. E passado o tempo de chorar, ou refletir sobre a perda, seja ela qual for, é tempo de olhar em frente. É tempo de não acrescentar mais sofrimento a essa mesma perda. É tempo de minimizar os acontecimentos que teve na nossa vida e consequente impacto emocional, e fazer coisas para nos restabelecermos, fortalecermos e perspetivarmos um caminho. Um novo caminho que nos faça voltar a ter alegria de viver".  
_Miguel Lucas

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Não chora

Já vou embora
Mas sei que vou voltar
Amor não chora
Se eu volto é pra ficar

Amor não chora
Que a hora é de deixar
O amor agora
Pra sempre ele ficar

Talvez

Talvez eu chore 365 dias. Tô perdida na dor que tô sentindo. Só queria que isso acabasse logo. Essa dor não tinha que ser pra ninguém. Eu não sei nem pra onde ir, nem o que fazer. Eu preciso que o tempo seja muito meu amigo. Só tenho ele agora.

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Eu sonho

Não é novidade, eu já digo isso há um tempo por aqui, meu relacionamento com Celso, esse ano todo foi um completo desastre. Nada me favoreceu. Ou nos favoreceu. 
Ontem o Celso me informou que soube ter tido contato com uma pessoa que está com a covid. Apertou sua mão. Por conta disso decidiu ficar isolado na casa que ele tá arrumando para, assim que puder, ir morar com o filho. Ir embora daqui. 
Eu senti como mais um goloe do destino. Seria um ensaio pra ele ir se acostumando a não estar mais aqui? Se o que faltava era tipo um incentivo pra isso, antes que definitivamente fosse embora, agora aconteceu. Um incentivo bem ruim, porque ninguém quer ter que se isolar por conta da covid e o que isso pode implicar. Eu espero que ele fique bem, mas se tiver sido infectado, que os sintomas que podem vir a surgir sejam brandos e não afete tanto sua saúde e nosso psicológico. 
Eu tô muito triste, fui pega de surpresa. Não o vi ontem o dia inteiro porque ele saiu antes de eu acordar, e depois decidiu ficar por lá. Estou sozinha agora, deitada sem conseguir dormir, como tem sido nos últimos meses, tentando controlar minhas emoções, meus pensamentos, minha ansiedade e minhas dores pelo fracasso da nossa relação. Eu queria que minhas lágrimas secassem, pois não aguento mais chorar. Tô tentando me manter equilibrada o mínimo que posso, mas tá muito difícil. Eu acho que ele não vai mais voltar pra nossa casa. E assim, termina nosso "casamento". A mim só resta superar. Como, eu ainda não sei. A única coisa que eu sei é que vai ser tombo atrás de tombo, pela fraqueza que sinto, até que eu possa me fortalecer novamente. Falar disso agora é estranho, porque parece que isso nunca vai passar. Mas eu sei que vai. Tem que passar. Nada dura pra sempre.
Mas eu queria muito poder fechar meus olhos por um tempo, e ao abri-los novamente, ver que o tempo deu um salto de alguns anos pra frente, fazendo com que todas as coisas e sentimentos ruins tivessem ficado para trás, distantes e sem peso algum. Um sonho. Eu sempre sonhei.

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Tão desolada

Ando tão desolada... Não sei até onde vou aguentar tudo o que vem acontecendo, tudo o que estou passando e sentindo.

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Me faz pensar

Só vai ficar com a gente até o fim aquele que, depois da nossa utilidade, descobriu o nosso significado.

Eu li isso num post. E me faz pensar.

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

"Blog desabafo"

Muitas vezes muita coisa vem à minha cabeça e no meu coração e me dá vontade de escrever o que eu tô sentindo, o que tô pensando. Mas tenho percebido que, nos últimos tempos, apesar da vontade de escrever sobre o que sinto, eu já não tô mais conseguindo fazer como já foi um dia. Sempre gostei de escrever, porque era e é como se eu tivesse falando com alguém. Minha escrita sempre foi de desabafo. Eu sempre me senti muito introspectiva e retraída. E essa foi a forma que encontrei pra me esvaziar um pouco das coisas que me deixavam tristes. Mas depois, por me sentir envergonhada, eu acabava jogando tudo fora. 
Até que eu comecei a escrever em blogs fechados e assim nada mais foi jogado fora. Raramente eu leio o que já escrevi, mas sei que em sua grande maioria são desabafos que tem muita mágoa, principalmente sobre o meu relacionamento com o Celso, que para mim sempre foi bastante difícil. Meu "blog desabafo" já tem mais de 15 anos de histórias. As vezes eu acho isso doido.

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Escuta-me

Ei, me escuta! 
Sou eu, a melhor parte do seu eu interior.
Pode parecer que é o fim do mundo, mas é só uma fase ruim. As vezes, surge uma grande tempestade que parece arrancar nossa estrutura sem dó. Mas vai passar. Confia. Coisas melhores estão por vir. Nenhuma dor durará para sempre. 

domingo, 8 de novembro de 2020

Conversa

Como ouvir meia conversa de repente me detonou, tirou minha paz, a tranquilidade que eu tava sentindo apesar de saber que nada era certo. Mas estava melhor. 
Estou me sentindo deprimida, tô mal de novo. Tentando não cair da forma com o caí da última vez. Até quando vou viver assim? Será que vou morrer me sentindo assim?
Eu sei que existem coisas terríveis no mundo, dores infinitamente piores do que a minha, problemas infinitamente mais sérios que os meus. Mas essa é a minha dor, é a que dói em mim de forma devastadora e que me consome. A dor de cada um não é frescura, não pode ser resumida a comparações. Eu lamento me sentir tão fraca nesse momento, e de novo. Será que algum dia eu terei a paz de um amor tranquilo e seguro? Não precisa ser com alguém, comigo mesma já bastava... Acho que meu destino é esse. Acho que é algo que terei que viver até o fim. 

sábado, 7 de novembro de 2020

Suporte

Senhor meu Deus, me dê coragem, me dê força e resistência. Me reveste de determinação, de consciência. Eu preciso estar blindada para suportar a pancada que está por vir.

Não posso deixar

Não posso deixar me abater. Não posso permitir ser devastada mais uma vez por sentimentos que não vão me levar a nada, a não ser né trazer desespero e dor. Eu já conheço esse lugar. Não posso voltar pra lá.

Eu preciso me preparar

Eu não quero viver uma outra crise de ansiedade. Eu não quero sentir o que eu senti e que me massacrou. Eu não acho que quando ele for embora eu vou ter condições de manter uma relação com ele lá e eu cá. Eu preciso me preparar psicologicamente para enfrentar o que eu sei que está por vir. Eu ouvi uma meia conversa e me pareceu que ele realmente irá embora. Não posso afirmar que realmente foi isso que eu ouvi, mas uma luz acendeu forte, uma sirene tocou no meu íntimo. E foi impossível não sentir a angústia que eu já conheço. Ele quer terminar logo a obra da sua casa e fazer o que se determinou, ou seja ir morar lá. Nós vamos nos separar. Essa é a realidade. E eu preciso me preparar. Eu sei que vai ser impossível não sofrer, mas eu preciso me fortalecer pra que eu não adoeça, para que eu não me sinta devastada como já me senti antes. Não, eu não vou conseguir viver do jeito que ele espera que vivamos. Eu sei que eu não vou conseguir. Vai ser um sofrimento diário, eterno pra mim. Eu já vivi isso com ele por anos, eu sei como é e não quero mais viver assim. Eu preciso me preparar. Eu preciso me proteger. 
Eu vou perder o amor da minha vida. Eu vou ter que ser forte. Eu vou ter que esquecer esse amor. E eu sei que não vai ser fácil.
Eu tentei nesses últimos meses melhorar nossa relação, ser mais carinhosa e dedicada, mais amiga, mais atenta a ele. Nada foi forçado. E assim eu superei a crise de ansiedade que eu estava tendo. Só que não vai adiantar. Mas eu não pretendo mudar por achar isso, eu vou me manter assim até o fim, até ele sair de casa. Porque tá me fazendo bem, apesar de tudo. E é esse bem que eu quero manter em mim, depois. Mesmo com a dor que sei que vou sentir, eu espero saber controlar as minhas emoções e sentimentos pra seguir com a minha vida. Não vou negar que estou triste, eu tinha alguma esperança. Mas é melhor eu não esperar por mais nada. Eu preciso me preparar. Eu preciso me proteger. Eu preciso me encontrar e ser feliz comigo mesma, me reconstruir e me bastar. Até que nada, nem mesmo as lembranças tenham mais o poder de me machucar. Deus vai me ajudar porque sabe o quanto eu vou precisar. 

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Um sonho

Seria um sonho receber uma mensagem assim: "Vamos consertar isso, não posso te perder." 

terça-feira, 3 de novembro de 2020

De volta

Eu queria minha vida de volta. Aquela onde eu me sentia tranquila e segura, onde havia sorriso nos olhares e o que se falava não tinha o peso da desconfiança de achar que está falando algo errado.

domingo, 1 de novembro de 2020

Crise de ansiedade

Há bem pouco tempo eu vivi uma crise de ansiedade. Durou cerca de dois meses. E pra quem passa por isso, o tempo de crise parece uma eternidade e traz muito sofrimento e angústias, chega doer fisicamente. Eu consegui superar essa crise sozinha, e no momento tô mais calma, procurando controlar meus sentimentos, porque os problemas não cessaram. Eu percebo que estou vivendo de expectativa. Ruim. E tenho medo de ter outra crise. Eu não quero. Mas não sei.

sábado, 31 de outubro de 2020

Ah, o tempo...

Eu acredito no poder do tempo. Ele traz coisas ruins, mas também traz coisas muito boas. O tempo é sábio, pois é o tempo de Deus. E eu creio nisso.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Dar uma volta

Sinto falta de sair, às vezes. Só eu e ele. Mas parece que essa realidade não mais nos pertence e faz tempo. Já convidei, mas ouço: "Pra onde?", "Tá tudo cheio por aí.", "Tá tão inseguro sair a noite, hoje em dia." Eu até entendo, mas...
Bem, praia não nos agrada devido o calor intenso e a lotação nas areias; Cinema não o atrai; Shopping, nada a ver pra ele, mas pra dar uma volta eu iria; Visitar amigos, é complicado. Entre outras coisas. 
Enfim, não vamos mais a lugar algum. E faz tempo. Confesso que fico esperando ele tomar uma iniciativa, já que as minhas não dão certo. Mas acho que a falta de grana pode ser o maior motivo dessa dificuldade. E assim, vamos ficando por aqui mesmo...

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Eu vou aguentar?

Eu estou bem. Tenho estado bem. Aquela angústia que pareceu interminável, passou. Mas ainda oscilo entre o medo de não tê-lo mais por perto no meu dia a dia, mesmo com tudo o que sinto de ruim por passar por cima de mim mesma, tentando fazer nossa relação dar certo, com o pensamento de me livrar das sensações ruins que isso me causa, principalmente dessa minha insistência em tentar não desagradá-lo nunca, porque isso me deixa triste.
Eu vou aguentar? Até quando?

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Não sei

Eu acho que quando ele terminar a pequena obra na casa dos seus pais, vai querer ficar por lá para curtir o que fez, poder sentir o prazer de usufruir do trabalho que realizou. E claro, poder apresentar sua obra a quem puder vê-la. Ele é caprichoso, cuidadoso e orgulhoso com o que faz. Conheço o Celso. Garboso, gosta de mostrar sua arte. E eu o entendo perfeitamente. 
Só continuo tensa por não saber como reagirei no momento em que ele for viver o que construiu com o seu filho. Não haverá espaço pra mim... Eu não queria que ele fosse, mas sinto que é o que vai acontecer, principalmente por essa vaidade. E o nosso futuro? Não sei.

Me perdoa

Me perdoa, meu amor, ter negligenciado tanto nossa relação, nossas vidas juntos, a nossa intimidade. Eu sinto muito por isso e te peço perdão. Eu estava tão cansada de tantas responsabilidades que me deixei relaxar sem perceber que isso não fazia bem a nossa dois. A pandemia veio e mostrou da pior forma pra mim o quanto eu estava desequilibrada. Mas sei das minhas culpas e sinto muito por tudo.

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Bad

Às vezes bate uma bad... E fico melancólica, entristecida... com pensamentos distantes, ruins, tristes. Nessas horas sinto medo, fico tensa e perdida. 

sábado, 17 de outubro de 2020

Caminhada

Comecei a caminhar. No início, um tanto facultativo, mas tô começando. Eu tava mesmo precisando me movimentar, sair do ostracismo, diminuir meu sedentarismo de estimação. 
Confesso que tá bastante difícil até de caminhar. Minha resistência física tá zerada, tantos anos de sedentarismo dificulta bastante esse início. Mas eu preciso continuar, é necessário e vital pra mim. Faz tempo que digo a mim mesma que tenho que me exercitar, mudar minha rotina de preguiça, sair do sofá. Está bem puxado. E tô sentindo bastante o esforço da caminhada. O corpo e as pernas doem, e a respiração descontrolada dificulta mais ainda. Parece que não vou aguentar, mas insisto mesmo assim, esperando me acostumar com essa nova realidade. Eu preciso me acostumar!
Comecei com a Ingrid e seus amigos, bem facultativo, mas agora estou indo com Celso, que de certa forma tem me estimulado a caminhar todo dia. Sua passada é como suas pernas, longas. E pra eu conseguir acompanhá-lo meu esforço fica maior. Enquanto ele dá um passo, eu dou um e meio... Por aí. rs 
Confesso que sempre detestei fazer exercícios físicos, então está sendo bem difícil pra mim. Mas é necessário que eu faça algo, senão eu não sei o que vai acontecer comigo, fisicamente. Espero continuar sem esmorecer, ainda que com bastante dificuldade. Eu sei que o início é sempre difícil. E eu sei que vai passar. Espero.

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Pro nosso bem

As coisas mudam de repente... Depois de tanto tempo, meses de distância, Celso veio carinhoso. Relembrei nossos bons velhos tempos e me emocionei. Deitamos e o carinho foi muito bom. Pode ter sido só por um momento, eu ainda não sei, mas senti que ele me amou naquela hora. Daria muito pra vivemos assim de novo e irmos juntos até o fim. Essa crise, mais do que outras que tivemos, me mostrou coisas que eu não gostei de ver, nem de sentir. E, eu não sei é tarde, mas se não for, eu pretendo fazer muita coisa diferente. Pro meu bem. Pro nosso bem. Eu amo meu marido.

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Geladeira

Segunda feira, feriado. Eu tô aqui deitada na minha cama, no meu quarto, sozinha. Já passam das onze da manhã e eu estou desanimada em ter que levantar. 
Eu queria muito poder estar com o Celso em Aiuruoca agora. Ele foi na sexta-feira à noite, mais uma vez, e disse que volta hoje. Não sei. Talvez, em outros tempos, eu pudesse estar junto nesse passeio, mas hoje, sinto que ele não me quer junto dele nessas viagens. Apesar de ser um passeio simples, nada que demandasse problemas por eu estar junto. Eu não atrapalharia já que o local, segundo ele diz, fica afastado de onde tem movimento e comércio, dificultando que tenham que ficar saindo do lugar. Então não haveria a preocupação ou gastos de ter que sair pra passear ou turistar. Seria mesmo um raro momento de mudança de ares, um passeio para sair de casa e mudar  um pouco a rotina. E já que o local é só natureza, poder desfrutar do verde, do céu, do som dos pássaros e das águas das cachoeiras. E também conhecer essa área de camping do seu primo, em construção, que dizem ser tão bacana. Mas, infelizmente pra mim, nesse momento ele não me quer junto...
Acho que fiz por merecer ficar na geladeira. Eu só não sei se eu vou sair. Quer dizer, eu vou sair da geladeira. O que eu quis dizer é que eu não sei se vai ser ele quem vai me tirar ou se eu é que vou ter que sair sozinha, custando a dor que eu não gostaria de estar sentindo.

domingo, 11 de outubro de 2020

Falta de interesse

Como diz Marília Mendonça, não receber mensagem, também é mensagem. Atenção, às vezes não é falta de tempo, é só falta de interesse mesmo.

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Trégua

Trégua. Um tempo de trégua nos meus sentimentos. Não sei se foi esgotamento, mas a minha dolorosa aflição deu uma amenizada. No momento eu tô bem melhor, o coração mais em paz. Não sei por quanto tempo, ainda temos coisas a vir pela frente. Mas graças a Deus, nesse momento, estou sentindo certa paz. Eu tenho orado muito, eu tenho pedido tanto a Deus para me fazer forte, acho que tá dando certo. Eu confio. Eu espero, de verdade, que eu possa me manter assim. Estou bem. Graças a a Deus!

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Ser diferente

Eu tô me sentindo tão solitária. Acho que eu nunca me senti assim antes. Eu nunca tive problema em ficar sozinha, nem na minha casa nem em outro lugar, de dormir sozinha. Ficar só nunca foi problema pra mim. Mas de repente, o peso de tudo o que estou passando está me fazendo sentir muito só. 
Eu nunca fui de ter muitos amigos, de ir na casa deles ou recebê-los em minha casa. De sair pra balada ou de ficar pendurada no telefone batendo altos papos e fofocando da vida. Eu nunca fui de gargalhadas, de zoeira, de alegria (triste constatação). Eu sempre fui muito introvertida e isso me fez ser recolhida em mim mesma. Mas hoje eu tô lamentando muito ser assim. Me pergunto o que vou fazer, é a minha natureza, eu não me sinto confortável sendo diferente do que sou. Já tentei e soa falso pra mim mesma, me incomoda. Mas ando sentindo muito a falta de ser diferente do que eu sou. A solidão é muito ruim. Não ter com quem dividir as angústias, mesmo que a pessoa nada fale, está me sufocando. Eu nem sei mais falar sem chorar. E eu não quero falar chorando. Então, eu me calo.

domingo, 4 de outubro de 2020

Tentando

Eu tô tentando não sofrer muito antes do tempo que sei que virá, mas tá difícil. Mesmo assim tô tentando. Tem horas que bate um pânico, um desespero, e eu tenho que fazer muita força para controlar. Comparo a uma crise de abstinência, ainda que eu nunca tenha passado por isso, mas imaginando como deve ser. Desespero e ânsia por aquilo que você tanto quer e não tem. Eu sei que ainda está por vir a fase mais difícil desse processo de aflição e fico pensando se eu vou conseguir chegar lá com alguma calma, com algum equilíbrio.

Assim espero

Com toda a força que eu puder verter do meu ser.

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Coragem

Ó tu que lês, afasta-te, por um momento, dos inúteis ruídos do mundo e escuta! Minha voz não te atingirá através dos sentidos, mas, através desta leitura, senti-la-ás aflorar dentro de ti na linguagem de tua personalidade. Minha voz não chega, como todas as coisas, do exterior, contudo, surgirá em ti, por caminhos desconhecidos, como coisa tua, da divina profundeza que em ti existe e na qual também estou.

O universo é infinito e de longe venho, atraído pela tua dor. Nada me atrai tanto como a dor, porque somente nela o homem é grande, e se purifica e redime, dirigindo-se para destinos mais elevados. É triste serdes assim golpeados, mas, somente sofrendo, podeis compreender a realidade da vida. Exulta, porque este é o esforço da tua ressurreição!

A quem sofre eu digo: “Coragem! És um decaído que na sombra reconquista a grandeza perdida”.

É a justa reação da Lei que livremente transgredistes e que exige o retorno ao equilíbrio; instrumento de ascensão, a dor vos aponta o caminho de que fugistes; impõe-vos reabrirdes vossa alma, fechada pelas alegrias fáceis que infelizmente vos cegam, para que alcanceis júbilos mais altos e verdadeiros. A dor é uma força que vos constrange a refletir e a buscar em vós mesmos a verdade esquecida. É imposição de um novo progresso.

Abraça com alegria esse grande trabalho que te chama a realizações mais amplas. Se não fosse a dor, quem te forçaria a evolver para formas de vida e de felicidade mais completas?

Não te rebeles; pelo contrário, ama a dor. Ela não é uma vingança de Deus e sim o esforço que vos é imposto para mais uma conquista vossa.

Não a amaldiçoes, mas apressa-te a pagar o débito contraído pelo abuso da liberdade que Deus te deu para que fosses consciente. Abençoa essa força salutar que, superando as barreiras humanas, sem distinção transpõe todas as portas, penetra o que é secreto, e fere, e comanda, e dispõe, e por todos se faz compreender. Abraça a dor, ama-a, e ela perderá sua força. Aceita a indispensável escola das ascensões. Se te revoltares, tua força nada conseguirá contra um inimigo invisível e a violência, em retorno, mais impetuosamente cairá sobre ti.

Coragem! Ama, perdoa e ressuscita! Não procures nos outros a origem de tua dor, mas, sim, em ti mesmo, e arrepende-te. Lembra-te de que a dor não é eterna, porém uma prova que dura até que se esgote a causa que a gerou. Tua dor é avaliada e não irá jamais além de tuas forças. O mundo foi criado para a alegria e a alegria lhe voltará. Da outra margem da vida, outras forças velam por ti e te estendem os braços, mais do que tu ansiosas pela tua felicidade.

Do livro "Grandes Mensagens" cap. 2

Pietro Ubaldi

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Tristeza

Não é só mal estar, dor no estômago, cólicas, dor na coluna, no ciático, diarréia, desânimo e fraqueza.  É muita tristeza também. Eu tô triste, muito triste. E a tristeza é o pior de tudo o que estou sentindo. 

sábado, 26 de setembro de 2020

Imagem

Essa imagem mexeu muito comigo... Mesmo que agora pareça difícil, eu sei que vou chegar lá. Eu sei.

Sem alento

Acho que ninguém passa por alguma coisa a toa. Se hoje meu sofrimento é duro pra mim e muito difícil de superar, com certeza é porque eu mereço. Acredito que o mundo dá voltas e devo estar na volta que tenho que pagar por coisas que fiz ou que deveria ter feito e não fiz. Cabe a mim tentar fazer diferente pra superar e vencer, mas essa tá sendo uma luta de tão difícil embate... Me sinto tão fraca, tão incapaz. Meu coração tá tão destruído e sem alento... Nesse momento me sinto morrendo aos poucos. Não sei nem se sou digna dessa batalha.

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Sem equilíbrio

Eu tô me sentindo tão sem equilíbrio. Tão triste, tão sem chão. Respirar dói. Eu tô tão cansada. 

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Sinto muito

Hoje o meu dia está sendo especialmente difícil, mais difícil. Eu não sei aonde eu vou parar nessa turbulência de sentimentos, de emoções que estão tomando conta de mim dia após dia, noite após noite. Acho que eu tô começando a pirar, tá muito difícil de aguentar a barra que se transformou a minha vida. Sinto vergonha, tédio, medo, desespero. Sinto tudo ruir. Sinto tudo, sinto muito.

sábado, 19 de setembro de 2020

Eu me sinto presa

Ele ligou ontem a tarde, dia seguinte a sua chegada em Aiuruoca, pra dizer que sabe que vacilou em não ter me avisado que havia chegado bem... Eu mandei uma mensagem anteontem a noite, perguntando se ele tinha chegado bem. E até ele ligar, antes esteve on line e deve ter visto minha mensagem, mas não respondeu, deve ter esquecido. Antes de ligar também postou fotos do lugar no Facebook. E eu me senti tão pouco importante. Sua demora em me responder me fez sentir de novo que as coisas mudaram. Que seus sentimentos e atenção não estão mais tão ligados a mim. E que eu preciso com urgência me libertar da dor que isso me causa e insiste em corroer minha alma. Eu sempre o incluí facilmente na minha vida, nos meus planos e interesses. Ele nem tanto. Sempre foi mais livre. E isso sempre me entristeceu.
Eu não sei porquê, diante de tudo o que já foi e está sendo jogado tão explicitamente na minha cara de novo, eu ainda não ter conseguido dar um basta em tudo isso e começar a buscar um novo caminho pra minha vida. Isso me faz sofrer muito. Sempre fez. Eu me sinto presa.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Eu juro

Dessa vez Celso foi para Aiuruoca, um município de Minas Gerais, onde o seu primo mora e está montando um empreendimento. É um lugar cheio de belezas naturais, muito verde, muitas cachoeiras, muita natureza. Estivemos lá há uns dois anos atrás e o lugar é realmente encantador. Seu primo lhe pediu uma assessoria em relação a uma área de camping que está criando, com uma cozinha comunitária, e como o Celso gosta de lidar com essas coisas, pediu uma ajuda pro layout do local. E ele foi com gosto. É interessante ver como que ele fica empolgado com essas coisas, parecendo uma criança que ganhou ou sabe que vai ganhar um presente esperado. Foi hoje e disse que retorna no domingo. Três dias e três noites.
Eu vou ficar esses dias e noites sozinha. E agora, ao deitar, fico me imaginando nessa rotina, mas sem o seu retorno, daqui um tempo quando ele for embora... Eu juro, eu não queria me sentir tão deprimida quando me lembro disso. Eu juro que eu não queria que doesse tanto quanto dói cada vez que eu penso que esse dia pode chegar a qualquer momento, mas eu não estou  conseguindo. A sensação de pânico é terrível, e eu só sinto medo. Muito medo. 

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Viagem

Eu nunca gostei de sair sozinha. Imagina viajar sozinha... difícil de imaginar. Mas estou começando a ponderar sobre isso e fazer, viver a experiência de ir para algum lugar, um final de semana sozinha para ver como que eu vou me sentir.

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Ledo engano

Meus últimos três dias foram tranquilos. Sem aquela ansiedade horrível, aquelas sensações de pânico que eu tava sentindo e todo o desconforto das últimas semanas... uma trégua. O Celso ficou em casa esses dias, e acho que por isso eu relaxei. Eu sinto falta dele perto de mim. Infelizmente a minha hemorróida me atacou e coincidentemente, a dele também. Eu a tenho há muitos anos desde que tive o Leonardo. Já o Celso, reclamou de um incômodo há uns dois anos, talvez, e agora aconteceu de novo. Foi meio hilária a situação, e descontraiu um pouco nossa relação apesar do incômodo físico que uma hemorróida causa. A gente com nossas bundas inflamadas, andando meio de perna aberta, usando pomada para aliviar... nosso cumprimento ao acordar era sempre, "E aí, melhorou a beirola?" E ríamos juntos. Ainda estamos cuidando, mas realmente melhorou bastante. 
Isso fez com que ficássemos um pouco mais próximos. Mas o que não mudou ainda e eu tô sentindo muita falta é de uma aproximação maior quando nos deitamos para dormir. Não tô falando de sexo, até porque nesse momento, com o nosso probleminha não daria. Tô falando de carinho, de um conchego nesse momento onde só estamos nós dois na cama, no silêncio da noite. Mas ficamos cada um no seu lado, parecendo não saber o que fazer. Nessa hora eu não sei o que ele pensa, mas eu sinto muito por essa distância estranha que me deixa bastante incomodada e sensível até adormecer. 
Em contrapartida, todo dia antes de sair para continuar com suas ocupações diárias, ele não sai sem me dar um beijinho nos lábios. Um ato que ao mesmo tempo que me deixa feliz, também me causa certa estranheza. Estranheza Porque diante de tudo o que a gente passou e falou nesses últimos dias, e a iminência dele ir embora, fez com que eu não saiba ao certo qual é o seu sentimento ao me beijar. Talvez eu esteja procurando fantasmas onde não existem, mas ele disse que vai embora, e eu não consigo esquecer isso. Eu me baseio nisso. Falamos duas vezes sobre esse assunto, antes dele viajar para Natal e depois que ele voltou, há um mês atrás, onde reafirmou sua intenção. Depois não falamos mais sobre isso novamente e, confesso, tenho medo do que posso ouvir. E isso está me causando um redemoinho de sentimentos e emoções, num desconforto real por essa nova realidade na minha vida.
Ele continua na obra, arrumando a casa. Enquanto isso, continuamos juntos numa relação delicada, pelo menos da minha parte, porque como eu não quero que ele se vá, não sei como me comportar diante disso. 
Consegui dormir três noites mais tranquila, mas ontem bateu a angústia novamente. Foi só ele comentar que pela manhã iria sair para procurar pisos, pois o filho já tinha disponibilizado um dinheiro para a compra do material. E aí a ficha caiu de novo. A reforma da casa tá acontecendo porque eles estão empenhados em irem morar lá assim que a casa tiver condição de abrigá-los. E como ele sabe que eu não quero que ele vá embora, então penso que esse beijinho que me dá antes de sair, de uma certa forma, é um afago de consolo para que eu não sinta tanto antes dele ir de uma vez. Ledo engano.

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Pausa

Meu domingo foi mais agradável. Foram poucos os níveis de tensão. Consegui me manter mais relaxada e o dia passou bem mais tranquilo. Houve um momento em que fiquei sem saber o que fazer, quando ele me perguntou se eu ia no aniversário da filha de um amigo, e eu fiquei num dilema em pensar se deveria ir ou não, por ele. Eu não fui no ano passado, esse amigo me aborreceu uns poucos anos atrás e eu me afastei dele. Mantenho só um contato educado, não me sinto mais a vontade. Mas ponderei porque quase não saio com ele pra ir em eventos de amigos dele, então as vezes penso que deveria fazer um esforço pra acompanhá-lo, afinal somos um casal. E diante do que estamos passando, pensei que não ir pioraria um pouco mais nossa situação já distante. Mas decidi não ir. Como no ano passado, ele foi sozinho. Mas foi melhor assim, eu ia me sentir mais só ainda nesse momento. Ia ficar meio que sozinha na festa, porque ele iria se juntar pra beber e conversar com seus amigos e eu ia ficar desconfortável e sem assunto junto de pessoas que não tenho intimidade. Foi o que expliquei pra ele, e tenho certeza que foi melhor. Eu já sei como funciona. Ele sabe. Nós sabemos. E assim, passei a tarde sozinha em casa assistindo filmes, mas me sentindo realmente tranquila. Foi uma boa pausa nos meus sentimentos conturbados. Poderia ficar sempre assim. 

domingo, 13 de setembro de 2020

Preciso

Me ame quando eu menos merecer,
pois é quando eu mais preciso.

sábado, 12 de setembro de 2020

Ainda não dá

Eu tô com uma puta pena de mim. E sei que as coisas só vão começar a melhorar quando eu parar de sentir pena de mim. Mas por enquanto, ainda não dá.

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Companhia fria

Sinto que a internet se transformou na minha única companhia. Com tristeza eu digo isso. E com mais tristeza ainda eu digo, que é uma companhia fria demais. 
Eu tô tão cansada, tão cansada...

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Embate

Eu me sinto levando tapas na cara o tempo inteiro cada vez que eu me deparo com essas reflexões que surgem a todo momento. E Por que eu não aprendo? Por que está tão difícil superar esses incômodos que venho sentindo? Estou em conflito comigo mesma. Mente e coração num embate opressivo.
"Nada aprisiona você, a não ser seus pensamentos;
Nada limita você, a não ser seus medos;
Nada controla você, a não ser suas crenças".

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Insone

Praticamente, todas as noites quando eu deito pra dormir, eu choro. Num sentimento de grande solidão. Tem sido assim nas últimas semanas. É o momento em que me sinto mais sozinha, ainda que o Celso esteja deitado ao meu lado. Raramente há um toque. Ele se vira para um lado e eu para o outro. Mas isso já é meio que uma coisa nossa, porque infelizmente, eu me sinto mais confortável deitada, virada para o lado direito, enquanto ele se sente melhor deitado, virado para o lado esquerdo. Desse jeito, acabamos ficando um de costas para o outro. 
Antes de entrarmos na crise em que estamos, já estávamos numa outra crise. Essa primeira crise já tava me incomodando pelo tempo de duração que tava levando. Foi muito ruim, e culminou com ele indo viajar para Natal e ficando praticamente dois meses por lá. É claro que nesse tempo eu pensei e refleti muitas coisas. Se antes dele viajar eu já estava incomodada com nosso distanciamento, quando ele foi embora a coisa só piorou pra mim. Ele retornou e as coisas não melhoraram. Pelo contrário, ele decidiu que seria melhor não moramos mais juntos. Isso me doeu e me dói muito até agora. Eu já disse a ele que não é uma coisa que eu queira, mas me parece que ele continua com esse pensamento. E ainda só não foi embora porque tá arrumando a casa da mãe dele para ficar habitável novamente e assim poder voltar pra lá. E pelo que me disse, seu filho vai também. Eu ainda não sei se é ele que vai morar com o filho na casa, ou se é o filho que vai morar com ele. Falando assim, pode parecer que "a ordem dos fatores não altera o produto", que não faz diferença. Mas no contexto de tudo o que vivemos ao longo de todos esses anos, faz sim, muita diferença. Ao menos pra mim.

terça-feira, 8 de setembro de 2020

Cadê você, amor próprio

Eu tô aqui me olhando e pensando... Eu tô com 51 anos de idade, que não é pouca coisa, eu jamais pensei chegar nessa idade. Quando eu era criança achava essa idade tão distante, que pensava não chegar até aqui. E hoje cá estou, sentindo coisas que acho não deveria sentir, não tanto quanto estou sentindo. Me acabando num sentimento horroroso de pena de mim mesma, que eu já vivi antes, nos imaturos anos da juventude. Já passei pelas mesmas dores anos atrás. Iguais. Era pra eu ter aprendido alguma coisa. Pelo menos a me blindar. Por um tempo eu achei que já tivesse superado e cheguei a bradar que nunca mais eu passaria por isso novamente. Eu achei. E aí, de repente, eu me vejo agora, sentindo tudo de novo com pavor, num sufoco, num incômodo, porque o meu marido disse que vai embora. São 20 anos juntos, e é verdade que nossa relação andava bem desgastada nos últimos meses e essa quarentena devido a pandemia piorou muito tudo isso, deu um nó na nossa vida. Ele tá todo na reflexão, se dizendo com a cabeça mais organizada em relação as coisas da vida, e decidiu que vai embora. Se antes era um falar da boca para fora, se aproveitou do fato que coincidiu com seu filho, que está com 29 anos, lhe dizer que quer morar na sua casa, que está vazia, e então acho que ele se apegou a uma idéia de resgate de si próprio e ao mesmo tempo de um outro resgate com esse filho, com qual sempre se sentiu culpado por coisas que ficaram mal resolvidas em relação à maneira como se comportou na sua infância e depois, ao longo dos anos, gerando um fastamento entre eles. Eu, particularmente não vejo dessa forma. Nunca vi. Peguei uma parte desse tempo, principalmente quando o garoto, ainda criança, morou com ele. E só o que eu vi foi amor, dedicação e preocupação. Uma importância tremenda do pai para com esse filho. E do que eu conheço do meu marido e o pouco que conheci do seu filho, me fez ver o quanto esse filho é egoísta e só age por interesse próprio, na verdade pouco se importando com o pai. Sempre achei e continuo achando que ele tem algum problema. Mas, eu acho que ele se aproveitou desse incentivo. Porém, me disse que não é a sua intenção que a gente se separe, ou seja, vamos continuar juntos, porém morando em casas separadas. Houve um tempo em que eu achei que isso poderia ser bom para nossa relação, mas dessa vez, e talvez pela maneira como as coisas aconteceram nos últimos tempos, isso bugou minha cabeça. Talvez porque eu tenha me acostumado com a sua presença, em tê-lo sempre por perto, eu também me acostumei a cuidar dele mesmo que às vezes me sentisse esgotada com isso. Simplesmente minha cabeça não tá aceitando essa nova realidade que ele pensa em vivermos. 
E aí eu não tô bem, e desde que ele me comunicou essa novidade, eu não consigo dormir até tarde como antes eu fazia (e gostava), se bem que isso tem um lado bom, porque eu queria passar a acordar cedo. Mas acordar cedo e não fazer nada não adianta muita coisa. Eu acordo cedo por desassossego, coração batendo a mil de ansiedade, numa angústia que não passa, e assim fico parada numa letargia que toma conta de mim. Fico deprimida, me sentindo fraca...
Eu preciso me ocupar com alguma coisa, eu preciso fazer algo de útil pra mim. Eu oro para que Deus me liberte desses sentimentos, me cure dessas emoções ruins. Eu tô esgotada, querendo fazer terapia, só que a grana é curta e eu fico pensando como é que eu vou bancar mais isso. Estou me sentindo sufocada, perdida, e sentindo dores que não sei como curar. E isso já tem uns meses (ele ainda não foi embora porque está arrumando a casa, fazendo umas reformas), começou antes dele ir pra Natal, meio que para ajudar sua sobrinha que mora lá, e tem um filho autista, meio que pra se afastar dessa nossa relação ruim. Ficou por lá quase dois meses e voltou ainda com a mesma idéia. Eu o sinto se distanciando e não sei como agir. Não sei se é coisa da minha cabeça, pois não falamos mais sobre isso. Estamos agindo normalmente, aparentemente. Tenho medo. E tô me acabando em angústias. Só consigo pensar que eu preciso me preparar para quando ele sair de casa. E eu não tô conseguindo. Cada dia que passa, meu esgotamento mental e físico me mostra que isso não é vida. Que eu preciso tomar uma atitude em prol de mim, resgatar meu amor próprio que eu nem sei por onde anda tem tanto tempo. E essa busca tá sendo tão terrivelmente dolorosa e difícil que me faz me perguntar se eu tenho mesmo esse tal amor próprio. E como é triste me fazer essa pergunta. Porque não é possível que eu seja uma pessoa tão fraca, tão sem brilho, tão sem luz assim. Que ponto eu cheguei.

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Nao há

Não tenha medo da dor, não se deixe subjugar pela solidão. Não há crise que não passe, não há tormenta emocional que não se dissipe. Não há dificuldades que não possam ser transpostas.

Augusto Cury

domingo, 6 de setembro de 2020

Cada um com seu cada um

São 20:22 de um domingo de temperatura quente. Um domingo preguiçoso como todos os domingos, em sua maioria. Pra quem tem coragem, devido a pandemia, e condições pra isso, esses dias de final de semana prolongado é prato cheio para quem tem para onde viajar, e sinceramente, às vezes sinto uma invejinha dessas pessoas, mesmo com o transtorno de pegar trânsito pesado nesse período. Mas deve valer a pena.
Enquanto isso, aqui em casa, estou eu na sala assistindo a um filme antigo na tv, a minha filha no seu quarto, talvez e também assistindo algum filme ou batendo papo no whatsapp ou ainda no vídeo game. E Celso no nosso quarto, também assistindo na tv a algum esporte. Juntos nessa noite quente de domingo, porém separados, cada um num cômodo da casa... E vida que segue. 

Esquecer

Eu percebi que eu tô indo pelo caminho contrário há 20 anos. Tô indo pelo caminho errado. 
Durante todo esse tempo eu chorei, eu me desesperei, eu sofri, sempre querendo que ele me amasse, que me olhasse, que me percebesse, que me desse a importância que eu sentia não ter em sua vida. Eu ouvia aquela música do Peninha, que o Caetano Veloso gravou e que diz: "Por que você me deixa tão solta? Por que você não cola em mim? Tô me sentindo muito sozinha." E como doía no meu coração esses ouvir esses versos... Porque era exatamente assim que eu me sentia. Solta. Foram tantos anos, tanta dor por amar demais... Eu amei mais a ele do que a mim mesma, e isso nunca podia ter acontecido. Isso não pode ser normal. Eu não posso ter menos importância do que qualquer outra pessoa. Mas infelizmente foi assim que eu me senti, foi assim que eu agi, foi assim que eu vivi.
E hoje eu percebi que eu tenho que mudar essa realidade, ainda que tenha se passado tantos anos, não pode ser tarde. Eu tô viva e apesar da minha vida ser difícil no que tange a parte sentimental, não é uma ideia que me atrai deixar de viver. 
Eu hoje quero uma coisa só: focar em me desvencilhar desse sentimento que eu vivi sozinha muito tempo. Não quero mais amar essa pessoa que não me dá o retorno que eu preciso. Eu acho que ele sempre foi mais meu amigo do que outra coisa. E não que isso não tenho seu valor, não é isso! Mas eu sinto falta de um homem que me ame, que mostre isso com os olhos, com atos, palavras, com saudade, com vontade de estar perto de mim, que sinta minha falta como mulher. Mesmo com a massacrante rotina que a vida nos impõe. Se um dia ele sentiu isso, com certeza já acabou. Perdeu-se a motivação, a vontade, o tesão. Eu sei que tive minha parcela culpa, bastante até. Mas não adianta eu continuar amando e sonhando, tendo vontades, querendo ele para mim, comigo, sendo meu homem, se ele não sente mais a mesma coisa em relação a mim. Então, em nome de tudo que eu já vivi, de tudo que eu já passei com ele, todas as dores e mágoas, tudo que eu chorei por tanto tempo, eu não quero mais amá-lo. Eu desisto desse amor unilateral. Quero retirar esse amor de dentro de mim, quero poder olhar para ele como ele deve olhar para mim hoje, com carinho sim, amizade sim, e com respeito. Mas sem esse amor que eu cultivei por tanto tempo, e ainda que tenha adormecido pela rotina e dificuldades que encontramos ao longo do caminho, estava sempre ali. Eu preciso começar meu processo de esquecer esse amor. Esquecer ou transformá-lo em outro que seja bom pra nós dois, mas principalmente pra mim. Eu preciso. E é urgente.

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Esperança vã

Dizem que sempre há esperança.
E eu já tive muita esperança. Mas por outro lado, a esperança, as vezes, corrói. Se torna algo a temer, quando se percebe que é uma esperança vã...
Eu espero que esse tempo que estou tendo, até que ele vá embora, me ensine a lidar com a falta que vou sentir. Que não doe tanto quanto ja doeu (e ainda dói), e que eu possa entender e aceitar os porquês dessa história.

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Viver só

É diferente quando eu tô em casa sozinha o dia todo, porque saber que ele retorna em algum momento, me traz conforto, me deixa em paz. Imaginar que, daqui a pouco, ele vai estar dizendo "tô indo embora", me traz de volta toda uma angústia e desespero que já senti e não queria mais sentir. Eu tô tentando me preparar para não enlouquecer quando chegar esse momento, mas é muito difícil. Não sei se eu vou conseguir.

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Dói muito

"A dependência emocional é uma prisão que nós mesmos nos algemamos".

Desde que Celso disse que pretende ir embora, depois dos primeiros dias tensos e dolorosos pra mim, tenho alternado dias frios com outros cheios de angústia. Os dias frios são apáticos, não sinto nada. Os dias de angústia, a palavra já diz.
Tô me sentindo muito sozinha. Eu nunca tive problema em ficar sozinha. Até gostava. Sou introspectiva, e por isso um tanto antissocial. Eu sempre fiquei relativamente bem sozinha. Sempre me foi confortável. Mas hoje percebo que esse conforto se dava porque eu sabia que na verdade, eu não estava sozinha realmente. Eram momentos sozinha, mas ciente de que logo alguém chegaria, afinal não moro só.
Mas nos últimos tempos tenho sentido solidão mesmo. Mesmo com minha filha em casa, mas dentro do quarto o tempo todo, e Celso passando o dia todo fora, que quando chega sinto seu distanciamento. Essa quarentena sem fim, com expectativas das mais diversas, desencadeou momentos muito ruins na minha vida. E eu tô sentindo a solidão batendo forte. 

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Ler e reler

Eu quero poder retornar aqui e ler o que tenho escrito nesses dias tão dolorosos, porque assim que ele for embora, eu sei que precisarei ler e reler quantas vezes for preciso, para enxergar que eu não mereço sofrer o que estarei sofrendo pela nossa separação. Uma realidade que eu nunca quis. Para que eu possa de alguma forma tentar buscar de dentro de mim as forças que precisarei ter para não vacilar, não arregar, não enlouquecer.
Porque eu vou precisar de ter um lugar para voltar e saber que eu posso ser forte.

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Processos

Eu li uma frase, na verdade uma reflexão, que dizia que a lagarta não precisa de um milagre para sua transformação, mas sim de um processo. E terminava dizendo: não fuja dos seus processos. 
Eu acho que eu fugi dos meus processos toda a vida, e por isso hoje me encontro tão perdida, sem saber o que fazer e como agir, com medo do que nem sei que vai acontecer. Eu tô tentando me controlar, mas verdadeiramente eu tô em pânico, num sentimento absurdo de medo, muito medo, de tanta aflição que tá me tirando do meu eixo. A sensação de segurança que tive por tanto tempo, hoje eu acho que ela nem chegou a existir de verdade. Eu me sinto uma fraude. Eu não sei o que eu vou fazer, eu não sei como eu vou viver com essa confusão emocional, essa dor dentro de mim que me atormenta e me enfraquece. Que faz doer meu corpo, meus músculos, minha cabeça. Que até respirar dói. 

sábado, 22 de agosto de 2020

Inevitável

Estamos adiando o inevitável. Tem momentos em que eu fico apática e outros em que começo a sentir toda aquela sensação horrorosa de perda, de angústia, e um nó na garganta, no peito e sei lá mais onde, vai tomando conta, antecipando as coisas e eu me forço a em controlar minha respiração tentando não me deixar sufocar, não desmontar. Eu não quero sentir tudo de novo. Eu não quero! Eu preciso estar preparada e temo não conseguir. Mas eu preciso, eu preciso.

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Sem saber

O sentimento é de tristeza. Uma tristeza que me  forço a manter represada, mas que sinto que vai explodir a qualquer momento. Uma angústia dolorosa que fica pairando sobre mim, me sufocando. Que me deixa sem saber o que fazer, o que falar, como me comportar.

Quem sabe na próxima?

Admiro as pessoas que são genuinamente alegres, divertidas, têm bom humor, se divertem, curtem a vida...  Não sei se nesta vida eu ainda alcançarei esse estágio... Quem sabe na próxima? 
Que os espíritos de luz me iluminem, pois me sinto uma pessoa de luz muito fraca.

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Dor de amar

A vida é mesmo muito irônica. Essa pandemia me colocou em casa, sem trabalhar já faz cinco meses e como eu já não sou de muitos amigos e nem gostar de sair muito, estou totalmente em casa. Sair, só para fazer compras do essencial e só mesmo.
Estou passando por uma situação muito ruim, uma situação de vida que eu causei para mim - disso eu tenho consciência - e que começou há 20 anos. 
Ao longo desse tempo eu cheguei num momento em que eu achei que nunca mais fosse sentir o que eu estou sentindo de novo. Dor de amar. Aquela dor que aperta, que você sente torcer o coração, que dói até respirar, onde os sentimentos e emoções parecem ficar flutuando entre o teu peito e a garganta, que causa um embrulho no estômago como se ele também estivesse sendo torcido e que faz vir lágrimas ardidas aos olhos mesmo que você não queira, porque você sabe que não devia permitir sentir tudo de novo. 
E pra piorar, agora com mais contundência, ter que ficar em casa querendo ou não, sem nenhuma rota de fuga. Ter que passar por isso sozinha, sem ter pra onde ir. 
Eu estou tentando me fazer forte ainda que por dentro eu esteja me sentindo muito fraca, estou tentando controlar minha respiração aflitiva, mas estou com medo de desmoronar a qualquer momento.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Responsabilidade afetiva comigo

Infelizmente, as coisas não foram como eu pensei que seriam. Eu me enchi de esperança e de vontade e estava cheia de saudade dele. Quis nossas vidas juntos e bem de novo. Mas vi que fiz tudo errado. Faz tempo que eu não sei como agir com ele. Falar de culpa é muito complicado. Tenho que parar de querer controlar o que não depende de mim pra minha vida ficar mais leve. O que posso fazer por mim é ter responsabilidade afetiva comigo mesma de forma totalmente ampla. Primeiro eu.
Espero o dia em que eu vou olhar para trás e me perguntar porque eu me preocupava tanto...


segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Não

- Por que você não tira essa armadura?
- É porque eu tenho medo de me machucar de novo...
Saber parar é tão importante como saber quando insistir!
Não posso permitir me machucar de novo.


sábado, 15 de agosto de 2020

Dona de mim

Que venha essa nova mulher de dentro de mim. 
Com olhos felinos, felizes e mãos de cetim.
E venha sem medo das sombras que rondam o meu coração. 
E ponha nos sonhos dos homens a sede voraz da paixão.

Que venha de dentro de mim ou de onde vier. 
Com toda malícia e segredos que eu não souber. 
Que tenha o cio das corças e lute com todas as forças.
Conquiste o direito de ser uma nova mulher.

Livre. Livre. Livre para o amor. 
Quero ser assim, quero ser assim. 
Senhora das minhas vontades e dona de mim.

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Será?

E parece que finalmente o Celso vai estar de volta amanhã. Na verdade, depois de amanhã. Porque como ele mesmo disse, vai chegar à meia-noite no aeroporto e como não quer que ninguém vá buscá-lo nesse horário tão tarde, vai esperar amanhecer para vir com segurança.
E eu tô aqui sem saber o que estou sentindo, ansiosa e preocupada com o que pode acontecer conosco. É fato que precisamos ter uma conversa séria e isso me deixa bastante tensa. Tenho medo de enfiar os pés pelas mãos mais uma vez. Tenho me sentido bastante idiota nos últimos tempos. Acho que piorei com passar dos anos, fiquei mais chata, ranzinza, acho que insuportável até. Não consigo mais ver qualidades em mim nesses últimos tempos. Tô me sentindo sozinha e perdida sem saber mesmo o que fazer. 
O Celso na minha vida, foi o que vivi de melhor e pior. Nosso relacionamento foi muito turbulento. Cheio de paixão da minha parte, mas também de muita decepção. Eu acho que esperei demais e não percebi, como deveria, as falhas na nossa relação, e fiquei muito ferida. Preferi fechar os olhos a tudo o que não foi bom pra mim e hoje o analgésico que usei por tanto tempo, não faz mais efeito. 
Sinto que o amo e sinto a sua falta. Não sei se vamos conseguir superar tudo que aconteceu ao longo desses anos e que fez com que eu ficasse arredia. Se decidirmos continuar, teremos que ter muita paciência conosco e força de vontade para fazer as coisas serem diferentes. Será que a gente consegue?

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Tardes diferentes

Olha, vou confessar: não gosto de ser anfitriã. Quero poder sentar e conversar e não ter que ser a pessoa que a todo momento tem que estar preocupada em notar se tudo está correndo bem.
Mas hoje o dia foi bem legal. Tivemos uma tarde diferente. Meu filho que estava aqui desde quinta-feira, infelizmente, teve que ir embora de repente para não sofrer punição caso fosse chamado ao serviço (militar, em Brasília). Veio sabendo do risco, mas ficaria mais um dia, só indo embora amanhã a tarde, porém acabou ficando preocupado com a sua situação e decidiu se adiantar, o que foi um ato acertado, já que às consequências poderiam ser bem graves. Veio porque queria ver o primo Yuri, que presidiário, recebeu pela primeira vez o indulto do dia dos pais. E já havia quase 3 anos que não o víamos. Foi bom revê-lo e bem (não cabe agora os motivos dele ter sido preso, porque no momento a intenção foi de comemorar o reencontro). Meu filho combinou um churrasco entre amigos mais próximos e a família para comemorarmos e nos distrairmos um pouco de toda a tensão que vivemos ao longo desses anos. Ele sempre foi muito próximo do Yuri e sentiu muito quando tudo aconteceu. Ficou emocionado. Mas infelizmente acabou tendo que retornar a Brasília, não podendo ficar junto conosco por mais tempo, nessa celebração em família, que continuamos numa tarde agradável e divertida. Como tudo foi feito na minha casa, é por isso que digo que ser anfitriã me é desconfortável. Você acaba tendo que ter a responsabilidade de organizar as coisas, mesmo que não tenha sido você a combinar nada. Mas, conseguimos ficar bem, mesmo com o Léo tendo que voltar mais cedo.
Esses últimos três dias foram bem movimentados. No sábado à noite fizemos um churrasco em família; no domingo meus filhos foram passar o dia dos pais com o pai, enquanto eu, junto com meus irmãos e sobrinhos, fomos passar nosso dia com nosso pai e mãe. E hoje tivemos mais essa reunião e com mais familiares da parte do Yuri, que foi o motivo dessa agradável tarde. Valeu a pena. 
Eu peço a Deus que Ele nos mantenha unidos e amigos para podermos sempre comemorarmos juntos a alegria de estarmos bem. E que possa orientar, dar força e sabedoria ao Yuri para que possa discernir o certo e o errado e assim poder ter um recomeço digno e de orgulho, não só pra nós da família que torcemos por ele, mas pra que ele possa ter orgulho de si mesmo. Que Deus o abençoe. Que Deus nos abençoe. Obrigada, Senhor!

domingo, 9 de agosto de 2020

Mudanças

Bateu uma bad... Uma vontade de chorar. Tô angustiada. Sobrecarregada. Tão cansada. Pela primeira vez me deu vontade de sair daqui. Morar em outro lugar. Mudar.

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Deus te quer sorrindo

"E ainda se vier noites traiçoeiras, se a cruz pesada for, Cristo estará contigo. O mundo pode até fazer você chorar, mas Deus te quer sorrindo."

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Dias mais agradáveis

Ah, meu filho chegou. E eu espero, realmente, que os próximos dias possam ser mais agradáveis, mais carinhosos e mais divertidos para superar toda a tensão dos últimos dias. Eu mereço um descanso de tanta coisa que me afligiu nesses dias. 

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

O colchão

E mais uma vez a viagem de volta de Celso, foi cancelada. E eu me sinto como se estivesse vivendo uma provação. Quando ele decidiu viajar nós estávamos passando por uma crise forte. Então ele foi embora, e eu me senti muito mal nos primeiros dias sem ele. Achei que fosse pelo costume de tê-lo por perto, afinal de contas estamos juntos e muito próximos há anos, e achei que talvez mais alguns dias pudesse me mostrar meu real sentimento em relação a essa distância. Se eu ia sentir sua falta ou se ia ficar bem sem sua presença aqui. No início eu fiquei mal e depois bem, mas então comecei a sentir muita saudade, muita falta dele. Fiquei ansiosa, inquieta, sentindo até "borboletas no estômago"... E aí veio a primeira viagem de volta cancelada... Me senti muito frustrada, eu estava ansiosa para que ele chegasse logo.... Mais uns dias depois, e quando pensei que finalmente ele iria chegar, seu voo foi cancelado novamente. Nem sei dizer o que senti dessa vez, uma mistura de frustração com apatia. Fiquei com raiva também dessa situação em que me meti.
Enfim, já não sei de mais nada. Vou ficar esperando porque é o que me resta. Em algum momento ele vai ter que voltar. 
Enquanto isso, decidi passar a dormir também no lado dele na cama, para não deformar o colchão dormindo só no meu lado. Vou alternar dormir, num dia no lado que ele dorme, e no outro, no meu lado. Por mais que eu tente não consigo me espalhar de forma que use a cama inteira. Assim, pelo menos, resolvo um problema: o do colchão.

domingo, 2 de agosto de 2020

Vai ficar tudo bem

Hoje conteceu uma coisa inusitada. E eu realmente não soube como agir. Fui convidada a participar de um café da tarde na casa da minha cunhada com outras amigas e a tarde foi muito legal. Eu estava precisando disso, dessa distração, desse momento após tantos dias de isolamento por conta dessa pandemia. Procuramos manter o devido distanciamento e os cuidados que passou a fazer parte da nossa rotina no dia a dia. Tudo correu bem, foi realmente uma tarde muito agradável. Já no fim, só estávamos eu e a Célia, e no momento em que eu me preparava para ir embora, Celso ligou para a irmã e começaram a conversar. Como eu ainda não tinha saído, tive que aguardar que ela terminasse a conversa para que eu pudesse me despedir, pois não ia interromper e nem sair sem falar nada. E aí foi que aconteceu o inusitado da coisa. Me senti sem jeito, sem graça naquele instante. Pensei que por um momento ele pudesse querer falar comigo, mas isso não aconteceu. Conversaram por um tempo não muito longo, mas também não tão breve. E no fim, se despediram e a ligação foi encerrada. Aparentemente me mantive tranquila enquanto esperava, mexendo no meu celular pra distrair o momento nada confortável pra mim. Foi uma sensação muito esquisita. Eu sei que a nossa relação antes dele viajar, vinha se arrastando há dias e quando ele foi embora nem sequer nos despedimos, porque eu estava muito chateada. Nesses 42 dias, pouco nos falamos. Nenhuma palavra de carinho, nenhuma menção de saudade, de "tô sentindo a tua falta". Eu não sei se ele tá sentindo a minha falta, mas eu senti. Bastante. E fiquei ansiosa quando soube que ele voltaria hoje. Porém, a viagem foi cancelada pela empresa de aviação e remarcada ainda para daqui a mais 5 dias. Senti como se tivesse tomado um banho de água fria. E então comecei a repensar as coisas que eu ouvi dele nas poucas vezes em que nos falamos. E um forte desânimo tomou conta de mim. Não sei porquê, mas senti que a nossa relação está realmente por um fio, um fio muito fino, pronto pra arrebentar. E hoje essa situação inusitada ao qual me referi, me fez ver de uma forma bastante forte o que eu já estava sentindo, que esse fio fatalmente irá se arrebentar. Não vou negar, me senti muito triste. Um aperto no peito, uma sensação de ter falhado terrivelmente na nossa relação. Tô aqui pensativa, tentando não despejar essa culpa e responsabilidade nos meus ombros. Uma relação não é feita de uma pessoa só e por mais que eu tenha falhado em muitas coisas, eu tenho convicção de que se conseguimos ficar juntos durante 20 anos, foi muito porque eu fiz isso acontecer. E ele sabe disso. E não é justo que o desconforto que eu tô sentindo nesse momento me faça sofrer de novo, como já sofri tantas vezes ao longo de todos esses anos. Eu não posso mais fazer isso comigo. Não posso, não devo e não quero. Mas meu coração insiste em bater descompassado, enquanto meu estômago parece se retorcer. Mas há de ter uma saída. Tempo. Preciso dar chance ao tempo para fazer o seu trabalho, consciente de que a força que preciso ter está dentro de mim. E que vai ficar tudo bem.

sábado, 1 de agosto de 2020

Semana longa

Fiquei sabendo que o Celso retornaria amanhã de Natal, porém seu voo foi cancelado e remarcado para o dia 7, mais cinco dias a frente, Confesso que fiquei frustrada... estava ansiosa por sua volta, com saudade, pensando em como retomaríamos, se retomaríamos nossa vida a dois. Mas não sei porquê, de repente me veio novamente a sensação de que nosso relacionamento não vai para frente, que é questão de tempo. Insegurança minha, talvez... Mas a sensação não foi nada boa. Me senti bastante intranquila e triste. Bateu numa angústia e um lamento muito forte. Praticamente 50 dias longe. Em 20 anos de relacionamento nunca ficamos tanto tempo longe um do outro assim, nessa turbulência de sentimentos. No início, quando ele partiu, fiquei chateada com a sua ida. A gente não tava bem... fiquei triste, me senti meio que abandonada, com raiva até. Mas os dias foram passando e melhorando esses sentimentos. E passei a ansiar por sua volta, sentindo saudades. Só que não sei como ele está, se essa distância lhe deu a certeza que precisava de querer dar fim a nossa relação e voltar a viver sozinho de vez. Eu estava com uma ansiedade boa, mas agora essa ansiedade ficou ruim. Não sei o que pensar, sentir ou como agir. Mais uma semana de espera pra ver o que será decidido da nossa vida juntos. Essa semana vai ser longa.

sexta-feira, 31 de julho de 2020

O que aconteceu?

Não lembro se já falei sobre isso aqui, mas é que mais uma vez, me veio essa lembrança estranha.

Até hoje eu não sei se eu dormi, se eu desmaiei ou se foi um apagão na minha mente, mas quando meu filho estava nascendo (parto normal), já na sala de cirurgia, eu simplesmente apaguei e só lembro de acordar quando estava sendo levada de volta para o quarto. O médico disse que correu tudo bem. Mas até hoje eu não lembro o que aconteceu nesse intervalo. É uma frustração pra mim. Só vi meu filho depois, quando o trouxeram para o quarto.

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Passado

E se eu dissesse que eu nunca te esqueci? Muitos anos se passaram. Nossas vidas tomaram rumos diferentes, mas não me impediu de esquecer. Eu só senti vontade de dizer isso. E nada vai mudar.

terça-feira, 28 de julho de 2020

Saudade de você

Tô com saudade de tu, meu desejo. Tô com saudade do beijo e do mel. Do teu olhar carinhoso. Do teu abraço gostoso. De passear no teu céu. É tão difícil ficar sem você, o teu amor é gostoso demais. Teu cheiro me dá prazer, eu quando estou com você estou nos braços da paz. Pensamento viaja e vai buscar meu bem querer. Não posso ser feliz assim, tem dó de mim. O que que eu posso fazer?
 (M. Bethânia)

sábado, 25 de julho de 2020

Tempos muito difíceis

Tempos difíceis esses que estamos vivendo. A covid colocou o mundo de pernas pro ar. E no embalo, parece que a vida pessoal da gente resolveu também nos pregar peças desagradáveis. É como se estivesse se aproveitando de um período ruim para que tudo seja ruim junto de uma vez só. Só espero que quando isso acabar, ou pelo menos amenizar, tenhamos uma boa folga de tudo o que hoje nos atormenta. Que possamos respirar com tranquilidade. Porque tá puxado! Muito puxado.

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Válvula de escape

Eu sou uma longa história que nem sei mais como contar.
Percebi, depois de 130 dias de isolamento social que eu preciso ter uma válvula de escape. Que eu necessito encontrar o que poderia ser a minha válvula de escape. Pra me esvaziar das energias negativas, me reenergizar com o positivo e começar tudo de novo. E assim, sempre que precisasse. 

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Quem amassou a lua?

Bateu uma saudade...
Numa noite de lua crescente, passeando com meu filho, Léo, quando tinha 3 anos, de repente ele olha para o céu e pergunta: 
-Mãe, quem amassou a lua?

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Um mês

Hoje faz um mês que o Celso foi embora. Foi passar uns tempos com a sobrinha, em Natal. Precisou se afastar de mim, da nossa casa e das nossas coisas, porque nossa vida estava fora do eixo. Já não vinha fácil há bom tempo, mas acho que esse isolamento social ao qual essa pandemia da covid-19 nos obrigou a viver, fez piorar um pouco mais nossa relação. Eu não o culpo e acho que ele fez o que devia ser feito, se afastou do problema para ver se conseguimos enxergar onde falhamos como casal. Ele lá e eu aqui. Confesso que os primeiros dias longe foram muito difíceis pra mim. Mas foi o melhor a ser feito. Pouco nos falamos nesse tempo afastados, e eu não faço a menor ideia de como é que vai ser quando ele voltar. Aliás, eu nem sei se ele volta a morar comigo, porque antes de viajar havia dito que estava pensando em voltar para sua casa, que está vazia desde que seus pais faleceram. E que talvez, seu filho vá morar junto com ele. Se isso acontecer, acredito que realmente eu não tenha chance porque tudo que ele quer é estar mais perto do filho, pois se sente culpado por coisas que acha que não fez com ele e para ele. Talvez possa parecer estranha essa situação, uma vez que o filho, hoje, tenha quase 30 anos de idade. Mas talvez isso também possa ser a chance de resgate que ele tanto precisa com esse filho que tanto ama e que tanto acha que errou. E eu digo que acho, porque sempre observei, de longe e perto, tudo o que se passou desde que menino tinha 8 anos, mas nunca me envolvi muito. Eu não acho que ele tenha falhado tanto assim com o filho, pelo contrário, sempre foi tão amoroso e preocupado. Acho que o filho dele é que não merece todo o sofrimento que ele sente até hoje pelo que acha que deixou de fazer. 
Bem, pelo que disse, tem aí mais uns 15 dias até retornar. E aí vamos ver o que vai ser, o que vamos conversar, como vamos nos sentir, e o que vamos decidir. No momento eu me sinto meio entorpecida. Ao mesmo tempo que sinto sua falta, parece que já tô me acostumando a não tê-lo tão por perto como antes. Isso me preocupa e me faz pensar que talvez nada mude muito se ele continuar aqui.  
Mas digo uma coisa: é muito ruim dormir sozinha.

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Eu, eu, eu!

Exaustão emocional é a consciência de se exigir forte em todo o tempo. 
Embora a exaustão emocional seja sentida como fadiga mental, geralmente é acompanhada de grande fadiga física, trazendo uma sensação de peso, esgotamento físico, irritabilidade, insônia, desmotivação e dificuldade de manter-se concentrado.
A melhor maneira de superar o esgotamento emocional é reconhecer que existem situações que controlamos e outras não! É reconhecer que não precisamos ser forte e dar conta de tudo todo o tempo. É colocar limites e principalmente aprender a descansar.
Gosto muito daquele exemplo usado pelos comissários nos voos quando dizem que se o ar despressurizar as máscaras cairão e você primeiro precisa colocar a máscara em você e depois ajudar o outro. Essa analogia faz total sentido no esgotamento emocional. Lembre-se, primeiro você precisa respirar, precisa de fôlego, para assim ajudar o outro.

Texto e imagem do Instagram de @psitatianacruz.

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Como sempre

São 1:15 da manhã e eu tô aqui rolando na cama, sem sono, como nos últimos meses. Pensando como sempre, me culpando como sempre, me sentindo insensata e com um pouco de pena de mim, mas sabendo que eu sou a única responsável pela maneira como me sinto nesse momento. Por que complicamos tanta a vida da gente?

sábado, 11 de julho de 2020

Um dia

A gente vive pensando que um dia vamos falar sobre algo que nos machuca, que um dia vamos resolver uma situação com alguém, ou até com nós mesmos. Que vamos nos dar a chance de um dia demonstrar nossos reais sentimentos. Mas esse é "um dia" sem data certa, que apenas traz a sensação de que alguma hora as coisas vão melhorar e deixar pra depois é tão ilusório...

terça-feira, 7 de julho de 2020

20 anos tem um peso tão grande

51 anos que já foram 31. E há 20 anos, eu sofria uma dor tão grande de amor, em que me sentia solta, só, sem importância...  E tudo o que eu pensava naquele instante era que o tempo pudesse dar um salto de 5 anos à frente, para que eu não sentisse mais aquela dor. Para que aquilo tudo passasse... porque eu queria acreditar que num salto de alguns anos à frente, eu poderia não estar sentido mais nada do que tanto me atormentava. Bobagem. O que me angustiava durou mais que cinco anos, mas eu já estava calejada e a dor se tornou parte da minha rotina. O problema é que isso estragou a nossa relação que ao longo dos anos passou a não ter uma consistência firme como eu queria que tivesse. 20 anos se passaram e hoje a gente tá separado, ainda por pouco tempo, mas ele optou se afastar para se reencontrar, enquanto eu estou no meu canto como tantas vezes fiquei. 20 anos tem um peso tão grande...

domingo, 5 de julho de 2020

O tempo é dádiva

O tempo se encarrega de colocar todas as coisas em seu devido lugar. 
Tempo é dádiva de Deus. 
As vezes parece se arrastar. Ou passar depressa demais. Mas sábio é o tempo.
O que seria de nós, não fosse o tempo?

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Eu tô pensando em você


Eu estou pensando em você. Pensando em nunca mais pensar em te esquecer. Pois quando penso em você é quando não me sinto só.
Eu estou pensando em você. Pensando em nunca mais te esquecer.

terça-feira, 30 de junho de 2020

Questões

Será que depois desse tempo afastados, vai sobrar alguma coisa da nossa relação? Será que depois de 20 anos juntos alguma coisa ainda se salva, após esse tempo separados? Será que a distância vai fazer com que a gente seja melhor e queira viver uma vida juntos ainda? 
Os últimos dias não foram fáceis, nos distanciamos, quase não nos falamos. Você disse que ia viajar, disse que ia voltar a morar na casa da sua mãe, talvez com seu filho. Eu não quis falar sobre isso. Você foi embora e nem nos despedimos. Eu não quis. Eu fiquei com raiva e magoada, eu me senti preterida. Mas, também, diante do que a gente tava vivendo naquele momento era muito difícil mesmo fazer qualquer coisa. Nosso entendimento estava péssimo. Eu sei que algo tinha que ser feito. E aí você viu nessa viagem, muito provavelmente, uma saída pra se afastar de tudo que estava nos fazendo mal e fazer outra coisa longe, pensar, refletir, respirar novos ares, voltar para si mesmo.
Eu realmente não fui uma boa companheira. Não sei o que acontece comigo e isso me faz sofrer, por mais que eu não demonstre. Sempre me achei uma pessoa tão simples, tão romântica, paciente. Eu não sei o que aconteceu comigo. Ao longo dos anos eu sinto que endureci, me tornei insensível em relação a nós dois. E eu não sei se foram pelas bordoadas na nossa vida em comum... eu não sei. Mas não gosto de estar assim, de ser assim. Nunca imaginei que aos 51 anos de idade eu estaria vivendo uma crise de relacionamento. Eu queria era estar segura, vivendo bem a minha vida em harmonia e começando nosso processo de envelhecermos juntos. Esse era o meu plano... Você me faz falta.

sábado, 27 de junho de 2020

Saudade de você

Hoje eu acordei, com saudade de você. Me veio a falta de você, saudade de você.
São 7 dias distante de sua presença física. Mas antes já estávamos distantes um do outro... Só que sem você, de fato, é muito diferente. Ontem fui dormir sentindo um grande vazio. E hoje eu acordei triste, melancólica, com muita vontade de chorar que estou segurando e o coração apertado. Sinto tanto..

domingo, 21 de junho de 2020

Planando

Ele foi pra Natal passar um tempo com a sobrinha. Acho que aqui pode estar começando o nosso desatar de nós.
"Segurar firme pode causar mais danos do que deixar ir... Deixar ir é a escolha mais poderosa."
Não sei como irei me sentir ao longo do próximo mês e meio. Fui tola, imatura, não soube agir. Estou como se estivesse planando, sentindo o ar, mas com sensação de oscilação para queda. Estou respirando e tentando me manter firme. 

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Egoísmo

Não quero escrever muito. Não agora, porque sinto que virá textão mais pra frente. Dolorido ou não.
Em 20 anos de relacionamento, eu e Celso tivemos muitos problemas. Não foi nada fácil, principalmente pra mim. E esse blog, existente já a alguns anos prova isso em vários posts ao longo desses anos.
Estamos na iminência de terminarmos esse relacionamento, e acho que dessa vez, pode ser de vez. Isso, por agora, está me deixando bastante aflita. Mas não me sinto mais no direito de forçar qualquer barra. A sensação já é bem ruim. Frio na barriga, insegurança, medo, receios. Foram tantos anos de tantas coisas... Mas talvez seja agora, a hora de deixar ir e ver como vamos nos sentir, como vamos sobreviver a tudo o que fizemos conosco. Principalmente, como eu vou me sentir. Preciso ser egoísta nesse momento. Eu necessito ser egoísta nesse momento.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Dia?

12 de junho. Dia dos namorados. Emblemático, né? 

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Mudaram as estações

Mudaram as estações, nada mudou. Mas eu sei que alguma coisa aconteceu, 'tá tudo assim, tão diferente... 
Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre? Sem saber que o pra sempre, sempre acaba...
Mas nada vai conseguir mudar o que ficou. Quando penso em alguém, só penso em você. E aí, então, estamos bem. 
Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está, nem desistir nem tentar, agora tanto faz. Estamos indo de volta pra casa.
(Por Enquanto - Renato Russo)

terça-feira, 9 de junho de 2020

Rosas e socos

"O amor, esse sufoco,
agora há pouco era muito,
agora, apenas um sopro.

Ah, troço de louco,
corações trocando rosas
e socos."

sábado, 6 de junho de 2020

Dormir sozinha

Aí ele disse que quer ir morar na casa da sua mãe, que está vazia, com o filho. Isso me deixou mal. Ficamos mal cada um com seus motivos. Sufoquei. 20 anos. 11 morando juntos, muitos altos e baixos. Cansaço, rotina, desânimo. Fiquei mal.
De repente eu vejo, sinto mesmo um cuidado, um carinho, um afago... Meu casamento é tão instável. Agora ele quer ir embora. Será que eu terei que aprender a dormir sozinha? Depois de tanto tempo tendo a sua companhia?

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Falar o que?

Falar o que, Celso? Eu já falei muito ao longo desses 20 anos. Não só falei como chorei, sofri, me anulei, me conformei, me humilhei...  Foram tantas as coisas que fiz e senti... Falar o que agora? Tudo de novo? Ser repetitiva como sempre? E correr o risco de ser insensata? Paranóica? Não quero. Já falei muito. Muito.

quarta-feira, 3 de junho de 2020

74 dias

74 dias. Acho que desde que me casei e saí da casa dos meus pais eu não ia e ficava lá por tantos dias consecutivos. Acho que nem quando meus filhos eram pequenos e era confortável pra mim ficar lá.. Esse isolamento social ao qual fomos obrigados a nos colocar devido a pandemia do novo coronavírus, a idade avançada dos meus pais e suas nessidades de cuidados diários, fez com que eu não tivesse outra alternativa senão, e por cuidados de contágio, afastar dona Marinete, que os auxilia com os afazeres da casa e ir cuidar deles, pelo menos em parte. Eu fui retirada da minha zona de conforto de repente. E isso mexeu muito comigo. No início foi muito difícil, foi duro. Foi necessário o dia a dia passando paulatinamente, pra eu me adaptar a nova realidade. 
Melhorou bastante. Mas tenho o meu jeito de ser e de ver as coisas (e vi, ou acho que vi, muita coisa errada) e de querer. Mas as pessoas são diferentes, com vidas diferentes, impressões e sentimentos diferentes. Eu sou diferente. Sou um tanto desligada, quieta, introspectiva... e nada prática... e cheia de manias. Eu juro, queria ser zen. Ter um olhar tranquilo sobre tudo. Não me incomodar com o que vejo e não me agrada, com as discordâncias, teimosias... Mas eu não sou zen. E como me importo demais com tudo, fico inquieta, incomodada, antecipando problemas que talvez nem venha existir. 
É que tenho muito medo da minha mãe cair, se machucar, sofrer e nos fazer sofrer também. Eu não sei o que fazer se isso acontecer. Mas eu não tenho o controle de tudo. Eu não tenho e preciso entender que apesar do que posso fazer pra tentar ajudar, tudo está nas mãos de Deus. Deus é quem controla nossas vidas. Então, eu tenho que entender que Deus vai nos proteger. Porque conhece nossos limites e não nos dá peso maior do que podemos suportar.

domingo, 31 de maio de 2020

Certezas

Eu achei que aquele amor louco, insano, que eu sentia nunca fosse acabar.
Achei que o fogo da paixão jamais fosse se extinguir. Achei que nunca iria deixar de transar com você, que faríamos sexo até ficarmos velhinhos, que eu seria uma velhinha bem safadinha. Achei que fossemos envelhecer juntos e que seríamos companheiros até o fim. Cúmplices, um apoiando e cuidando do outro. Amantes. Amigos. Até o fim... Eu achei isso realmente. Eu tinha essa certeza. Mas de repente as coisas tomaram outro rumo, e a gente se perdeu em algum momento... 

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Tanto amor

É tocante ver e sentir o carinho e o amor da nossa cadela Menah conosco. Principalmente com o Celso. É de derreter o coração de qualquer um de tanto amor. Ela é um docinho de meiguice, de fofura. É a nossa menina levada e amorosa. Nossa companheirinha delícia, medrosa, agitada, gulosa, teimosa, mas muito, sempre muito carinhosa. Ela é um afago nos nossos corações de tanto amor, toda hora, em qualquer momento. A mais linda, nossa Menah. Ela é perfeita.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Conveniência

São 20 anos. Muita história de sofrimento. Mais da minha parte, com certeza. Os primeiros 7 anos foram muito difíceis pra mim. Pra ele, nem tanto, acho que posso dizer. Muito amor e paixão da minha parte, por muito tempo, sem retorno. Carinho eu sei que existiu e ainda existe, apesar de tudo. Mas o amor que eu dediquei, esse não. Senti-me muito pouco importante por muitos anos. Só eu sei como foi duro, como foi sofrida a nossa relação, a dor que senti, para além da alma, que chegava ser física. Eu sei. Fui eu quem senti. Uma loucura. Uma idignidade comigo mesma pelo que me deixei passar. 
Os anos passaram e tudo foi se acomodando, mas as cicatrizes ficaram. Não tinha como esconder mesmo que eu quisesse. As marcas gritaram, gritam até hoje. Eu me acomodei. Ele se acomodou. Carinho existe, eu sei que sim. E mútuo. Mas a impaciência tomou conta. Não sei se porque tolerei muito durante tanto tempo, fiquei espinhosa. É isso não me agrada nem satisfaz. O tempo muda tanto as coisas, as pessoas... Acho que hoje continuamos juntos por conveniência...

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Muitas coisas

Muitas coisas aconteceram nos últimos 2 meses. Muita coisa mesmo. Devido a pandemia do novo coronavírus, tudo ficou de pernas pro ar. A vida de todos. Tudo. Eu acho que vou quase escrever um mini livro aqui. São tantas coisas. Muitas coisas. Eu. Os outros. Nós. Todos nós.
Estou em casa, sem trabalhar, desde o dia 17 de março, terça-feira. Desde que tudo começou, eu fiquei muito assustada (ainda estou). Se pudesse, eu não sairia de casa de jeito nenhum, mas tive e tenho que ir ajudar meus pais, porque a senhora que trabalha na casa deles fazendo tudo, também teve que se recolher para sua e nossa proteção. "Se puder, fique em casa."
E assim, desde então eu tive que assumir o que ela fazia, pois meus pais não tem mais essa condição. 
Não vou negar, foi bem difícil o começo. Agora deu uma melhorada. Eu tive que sair da minha zona de conforto, tão arraigada em mim, pra fazer coisas que habitualmente eu não faço mais. Só quando bate a disposição. Eu raramente cozinho, quem faz a comida é meu marido e minha filha. Acho que o que mais faço em casa é lavar louça. Limpo e arrumo a casa quando quero, na maioria das vezes só dou um jeito pra ficar organizado. Ah, e lavo roupa. Essa atividade é da minha conta.
De repente, tive que passar a fazer o que não faço no meu dia a dia. Na casa da minha mãe, eu lavo roupa todos os dias, varro e limpo chão, dou o almoço deles, que Celso faz para todos, ou Ingrid, e as vezes, até eu. Lavo louças, recolho, dobro e guardo as roupas do varal. Cuido dos cachorros e tento manter o quintal onde eles ficam, limpo. To-do-di-a. As vezes peço a Ingrid pra me ajudar. Mas o trabalho é meu. 
Minha relação com minha mãe juntas o tempo todo não dá certo. Não está dando certo. Acho que por causa das duas, mas acredito que mais por mim. Muitas coisas aconteceram nos últimos meses. Desde setembro quando ela caiu e fraturou o pulso. Foi internação, cirurgia, fragilidades, cuidados, teimosia... Descobertas. Meses antes dela cair, eu descobri que ela tem um amante há anos. No início, fiquei chocada, mas não senti revolta ou coisa parecida. Pelo contrário. Não me senti no direito de atacá-la ou de cobrar nada por isso. Tive curiosidade em saber se os meus irmãos já sabiam e quem mais, porém não tive coragem de falar sobre isso, afinal e se não soubessem? Como seriam suas reações? Mas, depois de um tempo descobri que, pelo jeito, só eu é quem não sabia... Todos se mantiveram calados cientes dessa vida dupla da minha mãe. Com certeza, cada um teve os seus motivos. Mas aí, eu passei a ficar irritada com essa realidade. Vi minha mãe, saindo escondida pra se encontrar com ele, mesmo sem poder devido a sua fragilidade física. Os problemas de saúde se instaurando rapidamente, com desequilíbrios constantes, dificuldades de raciocínio, lentidão nos movimentos, quedas atrás de quedas... Comecei a levá-la ao médico. Mas ainda escapulia para os seus encontros, mesmo com o pulso operado e braço na tala de gesso. Minha mãe tem 70 anos, mas aparenta ter bem mais devido suas dificuldades de movimento e fraqueza. 
Eu brigo muito com ela, porque fico preocupada de que ela caia, se machuque feio, se queime no fogão, e sempre acho que ela não faz por menos, dificultando sua vida, correndo riscos, sendo imprudente. Dizem que velhos são teimosos, percebo que sim.
Meu pai é acamado. Desde que teve um AVC há 10 anos. No início, andava com muita dificuldade e ficava sentado pra assistir tv, fazer suas refeições, ler o jornal e fazer palavras cruzadas. Mas com o passar dos anos, não deu mais. Enfraquecido e sem conseguir andar, hoje só sai da cama para tomar banho na cadeira higiênica, carregado pelos meus irmãos que se revezam nessa função.
Meu pai sempre foi uma pessoa sedentária, nunca foi muito ativo. Trabalhou burocraticamente toda a vida, sentado atrás de uma mesa. Diferente da minha mãe, que sempre teve muita energia e nunca foi de ficar parada. Ela trabalhou por bem mais de 30 anos vendendo Yakult de casa em casa, andando nas ruas, só parando após a queda que fraturou o pulso, porque obrigamos que parasse. Hoje eu imagino que ela tenha unido o útil ao agradável, trabalhando assim, porque sem dúvidas, ajudava nos seus encontros extraconjugal. E eu fico ainda de boca aberta em pensar que essa relação tem anos de existência. Me sinto tão bobinha. Eu nunca fui mesmo muito antenada nas coisas, na vida, em observar o que se passa ao meu redor... A minha ingenuidade, as vezes me assusta! Fico pensando se meu pai sabia que era traído. Eu creio que sim. Se não sabia, desconfiava e muito. Mas acho que sabia sim. O que levou os dois a seguirem suas vidas assim, eu não tenho idéia. Talvez a comodidade da vida em comum, talvez a discrição, ou a família... Será? Ou será que ele amava ela? Porque com certeza ela não o amava. Pensar nisso me deixa triste. Nunca vi carinho nem beijinho entre eles na minha infância, nem depois. Achava que tinha a ver com a geração deles, com a educação que tiveram. Eu estou com 51 anos e não sei o que pensar. 
Essa pandemia que nos colocou em isolamento social, que fez com que eu tivesse que ficar mais perto deles pra lhes dar assistência, ao mesmo tempo que me tirou do meu eixo, também me mostrou uma outra realidade. E essa, está me maltratando. Eu não queria estar lá tendo que fazer o que estou fazendo, e isso me faz sentir culpada porque eles precisam de mim. Não só de mim, mas também dos meus irmãos. Só que parece, ao menos eu vejo e sinto assim, que só eu me desgasto, me estresso, me envolvo e me preocupo com seus problemas. E isso está me consumindo muito. Eu acho que não estou sabendo lidar com essa minha nova realidade de ter que fazer as coisas por eles. A ficha não caiu que minha mãe, sempre tão independente, ativa, cheia de energia, não existe mais. Restou um corpo cansado, sem equilíbrio, uma cabeça que acha que pode fazer alguma coisa, mas que não deve porque o corpo não aguenta. Eu quero a minha mãe de volta. Aquela que fazia acontecer, que incomodava por ser "metida", que ajudava a gente, que tinha iniciativa e independência. 
Eu tenho consciência nesse momento que não sou uma boa filha. No momento em que ela mais precisa de mim eu não consigo lhe retornar tudo o que ela me deu e fez por mim. E isso me dói, me faz sentir péssima. Eu não queria reclamar com ela, brigar com ela, ser chata com ela. Mas é só o que eu faço... Eu venho pra casa e penso, sinto, reflito, faço minha mea culpa, digo a mim mesma que não tenho que fazer assim, que não vou mais fazer assim, em vão. 
Eu me preocupo tanto com ela e tenho tanto medo que ela se machuque gravemente... são tantas quedas, tanta coisa que sem fazer por onde ela já se dá mal, imagine inventando modas sem necessidade? Aí pego pesado e quando dou por mim, percebo que não precisava ter sido tão dura... Sinto que faço tudo errado e não me perdoo por isso. Preciso ser melhor. Preciso ser melhor. Preciso ser melhor.

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Sem controle

Esse coronavírus está me assustando. Sinto medo do que está por vir. As vezes me sinto tranquila, outras bate um desespero que chega a me faltar o ar. É o pânico, a ansiedade que toma conta. Principalmente quando se fica sabendo de pessoas próximas morreram de covid. 
Temo pela minha filha que tem problemas de crise de ansiedade; pelos meus pais idosos e frágeis. Pelo meu marido, por mim, que também somos do grupo de risco... pelo meu filho que está longe e  não posso vê-lo, estar com ele nesse momento. O que será de nós? Não temos como controlar algo que não está em nosso controle. Cada corpo, cada organismo é diferente e recebe a doença de forma distinta. E eu me sinto acuada... tanta coisa pra fazer, ter que me mexer, enfrentar os riscos quando eu só queria ficar quietinha, na minha casa, no meu canto... Deus, salve a minha família. Salve o teu povo que perece. Te imploro. Pai, eu confio em vós.

quinta-feira, 30 de abril de 2020

Pandemia do Covid-19

A pandemia de COVID-19 ou Novo Coronavírus no Brasil teve início em 26 de fevereiro de 2020, depois de um homem de 61 anos de São Paulo retornar da Itália e testar positivo para a doença. 

Desde então, hoje, 30 de abril de 2020, confirmaram-se 85.380 casos, a maior parte deles em São Paulo, causando 5.901 mortes. A transmissão comunitária foi confirmada para todo o território nacional. (Wikipedia)

Um vírus invisível causando estrago e ainda tem gente que se acha grande coisa. 

Somos insignificantes perante a grandeza do universo. Na dor, ninguém é melhor do que ninguém.

O ano de 2020 mal iniciou e já temos a pandemia do Coronavírus, o Covid-19. Após ter explodido na China e se espalhado pela Europa, tendo na Itália alcançado níveis calamitosos, a pandemia mundial chega ao Brasil. Apesar de inevitável, somente agora as pessoas parecem estar se dando conta de seu perigo real. Mas nem todas.
A questão é se antecipar ao problema, focando as causas, para que as consequências se minimizem. Se comer queijo provoca enxaqueca, não coma o queijo. Tem gente que prefere comer queijo, acordar com dor de cabeça e tomar remédio. Em vez da causa, fica combatendo a consequência. Poxa, mirar a causa é bem mais eficaz. No entanto, parece ser uma tendência do ser humano querer lidar sempre com as consequências, deixando as causas livres, leves e soltas.
Pois bem, no caso do vírus Covid-19, temos que evitar multidões, aglomerações, ficar em casa sempre que pudermos. Não dar as mãos, nem beijar no rosto. Lavar bem as mãos. É urgente evitar as consequências de um vírus espalhado, porque daí fica tudo bem mais difícil. Além disso, temos que parar de fazer estoque de comida feito doidos, não vivemos sozinhos numa ilha. É muito egoísmo pensar só em você mesmo numa situação como essa.
Aliás, egoísmo piora tudo. Portanto, mesmo que não seja grupo de risco, você ainda pode transportar o vírus até esses grupos. Não seja transporte de sofrimento e de morte. Pense nos outros. Pensemos uns nos outros. Donos de supermercados deveriam, por exemplo, limitar a quantidade de produtos que cada pessoa pode comprar. Provavelmente, algumas normativas de como o comércio e os locais coletivos deverão funcionar já devem estar sendo preparadas, para que não haja excessos nocivos a todos.
Nem deveria, na verdade, ser necessário tomar medidas de contenção de compras de comida, luvas e máscaras, entre outros, mas, infelizmente, tem um bando de gente que só pensa no próprio umbigo e fica estocando tudo. Senso de coletividade manda lembranças. Nesse salve-se quem puder, ninguém se salva. A gente teme o vírus, mas acaba temendo também a falta de empatia de muitas pessoas.
Gente fazendo o que quer, ignorando toda e qualquer recomendação. Gente indo à praia, a shows, a festas, a eventos. Gente estocando comida, materiais, insumos enfim. Gente que não é grupo de risco ignorando que pode levar o vírus por aí. Gente que não enxerga o funcionário como uma pessoa. Gente que acha se tratar de conspirações ideológicas e políticas. Gente que não liga para toda essa gente à sua volta. Pior que o vírus.
Na verdade, se as pessoas não se conscientizarem e não se decidirem por sair de casa somente o estritamente necessário, não vai ter leito para todo mundo. Não vai ter tubo de oxigênio para todo mundo. Colaboração e consciência. Recolher-se. Quanto antes a gente se afastar, mais rápido voltaremos a nos abraçar. Ou isso, ou alguns abraços nunca mais serão dados. Quando tudo passar, a gente se reúne, faz churras e se abraça de novo.
Situações como essa, em que todo mundo se encontra com medo, vulnerável, onde ninguém está totalmente a salvo, são difíceis, o tempo parece engatinhar. Que, ao menos, tiremos lições disso tudo. Um vírus invisível a olho nu causando um estrago mundial e ainda tem gente que se acha grande coisa. Somos insignificantes perante a grandeza do universo. Na dor, ninguém é melhor do que ninguém. O que nos iguala é o amor. Aprendam.

(Prof. Marcel Camargo)

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