sábado, 25 de fevereiro de 2023

Meus domingos

Há cerca de 3 anos meus domingos não são mais os mesmos e, provavelmente, continuarão sendo como hoje estão ainda por um bom tempo. Sinto falta dos domingos sem compromisso, sem obrigações extras, sem precisar fazer nada para ninguém... só com meus afazeres de um dia comum.
Hoje tem a minha mãe que precisa de cuidados, precisa de alguém para estar e cuidar dela. E domingos são dias emblemáticos. Dia de descanso, de relaxar, passear, ir a praia, almoçar com a família, amigos, comemorar aniversários, ir ao cinema, enfim, um dia diferente, de lazer. Mas para mim não. Domingo, depois que o meu pai morreu, eu fico com a minha mãe e tudo o que isso compreende. Ela foi diagnosticada com Parkinson e desde então, cuidados específicos são necessários. Ela não anda mais, a não ser com apoio de alguém. Não tem nenhum equilíbrio e nem andador resolve. Usa fraldas, pois não tem mais autonomia motora para seus cuidados e necessidades fisiológicas. Tem o corpo enrijecido, sintomas da doença. 
Domingo meus irmãos cuidam da vida deles. Domingo eu cuido da minha mãe e das minhas coisas. E às vezes, me sinto cansada, simplesmente com vontade de não fazer nada, nem de cuidar dela, nem de ninguém. Mas não posso. E isso muitas vezes me atormenta, ainda que seja minha mãe, ainda que ela precise de mim. E não só de mim, mas dos três filhos. Só que domingo estabeleceu-se que eu é quem tenho que ficar com ela. E isso aconteceu naturalmente, porque não tenho uma vida social ativa, não sou de sair. Só, que às vezes, eu não quero fazer nada, eu não quero ter esse compromisso. Queria ficar só, na minha casa, sem ter que me preocupar em ter que cuidar de alguém, ainda que esse alguém seja minha mãe. É errado ter esses sentimentos? Isso me atormenta. Me deixa mal.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Saúde

Hoje é sexta-feira. O primeiro dia de carnaval. Primeiro dos cinco que o povo se dispôs a curtir nesses dias de folia. Quando eu era criança, lembro das sextas mais animadas, já com bastante movimento de carnaval. Mas, os carnavais de rua foram acabando, enfraquecendo, e foram se concentrando nos centros das cidades, onde há desfiles de blocos e escolas de samba. 
Eu aqui falando de carnaval, folia, alegria, farra, festa, mas preocupada comigo, com a minha saúde. Daqui a doze dias farei 54 anos. Não sou tão velha ainda, mas, sabemos que o tempo, quanto mais vivido, mais desgastes. Nunca fui adepta a exercícios físicos e eu sei que isso me prejudica muito. Não sou alimentarmente educada. Sobrepeso, endometriose, pré-menopausa, lombalgia, síndrome do carpo, cansaço físico e mental. Ando me sentindo bem cansada nos últimos anos. Sei que tenho que fazer alguma coisa, mas não faço. E talvez por isso, sinta que a minha vida não vá muito longe. Isso me assusta? Sim. Afinal, ainda que a vida não esteja satisfatória, ninguém quer morrer. Pensar na morte é esquisito, porque tem horas em que você pensa que é melhor que tudo acabe logo, mas em outras, você se enche de pânico em pensar ficar sem seus filhos, companheiro, cachorros, sua casa, suas coisas que você lutou tanto para conquistar. E como vão ficar sem você? Eles ficam. E ficam bem. Essa dicotomia é terrível. 
Mas, hoje começa o carnaval. Pra quem ama, a melhor e maior festa do ano. Não é o meu caso, não ligo. 
Segunda-feira, daqui a dez dias, muitos voltam a rotina. Pra mim, tudo igual.

sábado, 11 de fevereiro de 2023

Lupícinio - Volta

Quantas noites não durmo a rolar-me na cama, a sentir tantas coisas que a gente não pode explicar quando ama. O calor das cobertas não me aquece direito, não há nada no mundo que possa afastar esse frio no meu peito. Volta, vem viver outra vez ao meu lado. Não consigo dormir sem teu braço, pois meu corpo está acostumado. Volta, vem viver outra vez ao meu lado. Não consigo dormir sem teu braço, pois meu corpo está acostumado.

Volta. Eu adoro essa composição do Lupícinio Rodrigues. As vezes me pego cantando. Ela é tão melodiosa, tão linda.
E cantei gravando as palavras aqui. 
Ah! Não tô sofrendo de amor, não. Já passei por essa fase.. rs meus problemas são outros agora.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Eu antigo

Dói lembrar que eu já fui mais leve, mais animada, com uma energia totalmente diferente... saudade desse meu eu antigo que não sei nem quando foi que deixou de existir pra dar lugar ao que sou hoje. 

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Mãe versus valor

Não tá fácil, e eu não sei o que fazer. Minha relação com a minha filha não é ruim, tem muito carinho e preocupação. Mas, às vezes - e tem sido constante nos últimos tempos - é de uma impaciência e de uma falta de cuidado... acontecem coisas que ao meu ver são simples, mas têm me deixado bem triste. As coisas da casa, os serviços domésticos... Pôxa, somos só nos duas. Podia haver uma divisão de tarefas mais equilibrada. Ela vive dentro do quarto, não faz nada, tá sempre cansada, mas acha que faz tudo. Agora, então, que começou a trabalhar, tem fundamento pra dizer que está cansada. Mas, e eu? Eu também trabalho, há anos tendo que cuidar de tudo, me preocupar com tudo, dentro e fora de casa, pagar as contas pra manter o mínimo do nosso conforto e vontades. Não só por isso, mas acho que merecia mais consideração. Faço tudo pra ela. Sim, reclamo. Brigo. Digo não. Coisas de mãe provedora. Mas acabo fazendo sua vontade. Deve ser por isso que não me é dado valor. Sinto uma angústia muito grande. E fico triste.