quarta-feira, 15 de maio de 2013

Primeiro problema sem Celso

Eu sabia que não seria fácil. Afinal, a gente se acostuma a ter o outro lado da gente noutra pessoa. E hoje eu vivi meu primeiro problema sem o Celso por perto.
A água da caixa acabou. E tive que ligar a bomba pra jogar água pra dentro dela. Só que mesmo com a bomba ligada a pressão estava fraca, então lembrei que quando isso acontecia, ele limpava o filtro do cano, que fica cheio de areia e impede que a água flua mais livremente. Mas.. bem, ele quem sempre fez isto. Eu nunca tinha visto ele retirar o filtro... e como fazer? Sabia que usava um alicate, mas como usá-lo pra ajudar a torcer a tampa do filtro? Que sufoco! Tentei seguir o que parecia ser o que fazer e, nossa! que dificuldade. No curto espaço onde fica a bomba, não encontrava jeito, posição, força. E com o ombro ferrado, só piorava tudo. Levei uma surra. Demorei, mas consegui. Tinha que conseguir, afinal eu não tinha outra saída. Poderia chamar alguém pra me ajudar, mas não quis incomodar ninguém e além do mais, tenho que me adaptar a sua ausência. Tenho que reaprender a ser só outra vez. Preciso. Questão de sobrevivência.
Com Celso muitas coisas eram mais fáceis, deixava pra ele resolver, fazer, sem nem me abalar em olhar como ele fazia... e agora... To fu!
Ah, que saudade do meu companheiro, da minha outra metade. Como ele me faz  falta. Não pensei que em tão pouco tempo me sentiria tão desprotegida, tão só, tão vulnerável.
E nem 48 horas se passaram desde que ele se foi...