sábado, 22 de fevereiro de 2020

Velhice

Ao mesmo tempo em que eu não gostaria morrer cedo, também não quero envelhecer pra dar trabalho pra ninguém. Já vi que não vai ser nada fácil pra mim também.
Com quase 51, vejo e sinto a impaciência da minha filha, assim como a minha própria impaciência com a minha mãe (seria um castigo?), nas minhas dificuldades de entender as coisas de hoje, principalmente as tecnológicas. Digo minha filha porque é ela quem está perto de mim diariamente, mas sei que com meu filho também não seria diferente. Mas como ele não mora perto de mim, nesse caso não conta muito.
Passei a ter muito medo da velhice depois de ver meus pais, 70 e 80 anos com suas doenças e deficiências que a velhice traz... e minha própria dificuldade em aceitar que eles não podem mais se manter sozinhos. É uma situação tão difícil, uma desorganização familiar que se instaura de repente, onde me sinto perdida entre a minha vida pessoal: casa, família, trabalho e a vida deles, que passam a depender de nós, os filhos.  É uma nova realidade (complicada) que pra mim, no momento, está bem difícil de aceitar. Aceitar que além dos meus problemas terei que somar com os problemas deles, multiplicar, quiçá triplicar.
Aqui desabafo minhas fraquezas. Aqui eu ponho pra fora minhas angústias. E eu me sinto angustiada nesse momento. Me desculpe, Deus.