Ontem foi Natal. Dia 25 de dezembro.
Eu gosto de Natal. Da ideia de Natal. Do que é a festa de Natal. Festa da família.
Nascimento de Jesus? A religião cristã diz que sim. Mas independente de acreditar ou não nisto, é fato de que é uma festa da família.
Muitos não gostam. Lembram que enquanto há fartura em nossas mesas outros estão a passar fome e sozinhos. Lembram de entes queridos que se foram e sentem a dor da saudade neste momento. E isso traz um sentimento de tristeza. A data passa a ser triste.
Mas eu não acho triste. Entendo os motivos de quem não gosta do Natal, mas eu gosto.
Não acho o Natal triste. Acho sim, chato.
Quando eu era criança e meu avô era vivo, lembro dele à mesa, batucando com as mãos uma canção. Nosso Natal nunca foi divertido. Diversão mesmo era ao lado, na casa dos meus tios-avós. Éramos muitas crianças. Muita farra. E criança gosta disso. Não sabe do significado do Natal, mas se a farra for boa, a festa é boa. E lá era assim. Nós (criançada) íamos pra lá e deixávamos nosso Natal em família só com os adultos. Lembro que minha mãe ficava zangada da gente preferir ficar na casa ao lado, no Natal dos outros ao invés do nosso. Mas como disse criança sabe lá o que isso significa? Criança quer brincar! E era o que fazíamos. No reveillon era a mesma coisa.
Os anos passaram e tomei consciência do Natal, desse Natal família. E passei a ficar junto dos meus.
Minha família não é lá muito animada e isso faz com que nosso Natal não seja nem divertido. Sempre foi assim. É como me lembro dos nossos Natais. E acho que por isso é que quando criança preferíamos ir pra casa do vizinho-parente. Lá era uma farra só!
Hoje, alguns desses vizinhos já partiram, novas famílias se formaram e se individualizaram criando novos grupos. Na minha família, o mesmo aconteceu. E nosso Natal continua... um tanto chato.
Mas eu gosto do Natal. Insisto em gostar. Passo com meus pais, fico com eles à meia noite e ceiamos juntos. Nós e meus filhos. Por enquanto, enquanto novas famílias não se formam e se transformam.
