sexta-feira, 9 de março de 2012

Nas mãos de Deus

Anteriormente postei aqui um trecho famoso do Poema Enjoadinho de Vinícius de Moraes. Ou seja, foi meu desabafo de mãe que nesses últimos tempos se vê um tanto atormentada.
Pois é. Filhos! Eles estão me consumindo aos poucos. Minha preocupação com suas vidas e futuro está beirando a uma angústia sem fim.
Tento deixar nas mãos de Deus, rezando pra que sejam sempre protegidos e iluminados para que possam encontrar seus melhores caminhos, mas meu coração fica apertado com tanto desleixo, falta de compromisso e atenção às suas vidas. Agora é assim: baladas, amigos, festas, cinemas e internet. E dormir. O resto... que resto? Parece que não estão nem aí.

Leonardo tem 19 anos, terminou ano passado o ensino médio e resolveu que quer ser militar. Sargento da Aeronáutica, especificamente. Está fazendo pré-militar para a prova desse ano. Ah, como eu gostaria que ele passasse! Mas pelo andar da carruagem, sei não. É só diversão e sono. Ele me acusa de não acreditar nele, mas também não me mostra empenho, só vontade. E vontade, só vontade, não leva a lugar algum. E ainda há outras coisas que me deixam desanimada e até triste, como seu egoísmo, preguiça e falta de senso de colaboração em casa.

Ingrid tem 17 anos. Pertinho de fazer 18. Relaxada e preguiçosa. Tirando as festas e baladas da listinha que mencionei acima, acrescenta-se comer doces o tempo todo, e não só doces, mas tudo o que é bobagem que engorda.
Repetiu a 2ª série do ensino médio ano passado e agora está estudado à noite porque arranjou um trabalho perto de casa que lhe dá um dinheirinho e assim ajuda a diminuir minhas despesas com ela.
Diferente do Leo, é companheira, amiga, preocupada com a família e amigos. Vive nos extremos da genialidade e da doçura. Me ajuda quando peço, mesmo de cara feia (as vezes).

Apesar de tudo, meus filhos são bons. Eu sei, eu sinto. Sei que tudo isso faz parte da fase em que estão vivendo e cada coisa ao seu tempo. Ainda que eu não consiga deixar de me preocupar com suas vidas e futuro. Sei que existem situações piores, infinitamente piores! Porém, problemas são sempre problemas e muitas vezes difíceis de lidar. Meu desabafo se dá pelo meu frágil coração de mãe que quer sempre o melhor pra eles, pelo temor desse mundo cão, tão violento e, as vezes, sem chances de uma vida digna. Temos que brigar muito pra conseguir um lugar bom, confortável e agradável pra se viver.

Mas eu os amo demais e quero que eles sejam muito felizes. Felizes na vida, no trabalho, nos estudos, nas amizades. Que tenham sorte. Que tenham saúde. Que tenham juízo. Que possam sobreviver ao tanto que a vida oferece de bom e, principalmente, de ruim.
Jesus, eu os coloco em tuas mãos. Amém.