sexta-feira, 2 de março de 2012

A vida da gente.

Linda novela do início ao fim!
Emocionante e reflexiva. Gostei muito!

Show, show, show!!!


Faço minhas as palavras - na verdade um trecho - da colunista do Jornal Extra, Sara Paixão, que muito bem escreveu sobre a personagem da atriz Nicette Bruno (fenomenal) no fim da novela:

"Com méritos, coube à Iná (Nicette Bruno) ser a porta-voz dos recados, no estilo lição de vida, que a autora costumava deixar para os seus telespectadores. Como não refletir diante da mensagem da avó ensinando às netas como se defender das loucuras da mãe?
- Gente como a Eva é punida diariamente, porque está sempre em guerra, nunca tem sossego, nunca está em paz! - disse ela para Ana e Manu.

Como não se emocionar quando ela pede ao público de seu animado baile da terceira idade, para brindar ao tempo,“que esculpiu no meu rosto, e na minha alma, a sua marca... Da qual eu tanto me orgulho”?"


E eu não poderia deixar de postar a linda e emocionante carta que o Rodrigo, personagem de Rafael Cardoso escreveu pra Ana, personagem de Fernanda Vasconcellos ao final da trama.

"Ana minha querida, dizem que o amor acaba, que o amor termina mas não é verdade... nada acaba, tudo dura, continua e se transforma. Enquanto eu aguardava na sala a cirurgia, mil anos se passavam.. as duas estavam lá dentro e eu me perguntava: e se alguma coisa acontecesse com as duas? Dizem que passa um filme da nossa vida, na nossa cabeça e por isso eu vi vocês duas meninas chegando na minha casa e nós três juntos ainda pequenos. Depois nossa fuga de casa e vi nossos medos, vi nossa coragem, vi os saltos sem rede... que tantas vezes se chama amor. Vi você indo embora, sendo levada de diferentes formas tantas e tantas vezes e depois vi você voltando... e no fundo dos seus olhos eu vi tudo o que a gente não tinha vivido e, a partir daí fiquei dividido entre dois amores da minha vida! Durante o tempo que eu aguardei naquela sala eu entendi que não tinha divisão nenhuma. O que eu tinha vivido tinha ficado pra trás. Era tudo parte de uma mesma história, mesma vida, mesmo sentimento: AMOR. Foi então que eu vi nós dois juntos, cruzando fronteiras. É que naquele momento eu precisava ser forte, finalmente sem mas...
Eu consegui atravessar aquele rio, como se em um instante eu tivesse vivido tudo aquilo que ainda não tinha vivido. Do outro lado da fronteira, que sem perceber nós já tínhamos cruzado e, do lado de cá, dois adultos maduros, finalmente libertos daquele fardo pesado feito de lembranças e sonhos antigos. Porque há sonhos novos do lado de cá da fronteira. E agora podemos viver."


E também, na íntegra, o lindo discurso de Iná que muito me emocionou.

Quem teve o privilégio de viver muito sabe que o tempo é um mestre muito caprichoso. Às vezes as suas lições são tão repentinas que quase nos afogam. Outras vezes elas se depositam devagar, como a conta-gotas, diante da avidez de nossas perguntas. E por isso quem teve o privilegio de viver muito tempo – como tantos amigos aqui do nosso baile – aprende a olhar com serenidade o turbilhão da vida. Amores ardentes se extinguem, urgências se acalmam, passos ágeis ralentam. Enfim, tudo muda. Muda o amor, mudam as pessoas, muda a família... Só o tempo permanece do mesmo modo, sempre passando. E é por isso que eu queria esta noite erguer um brinde a ele, que esculpiu no meu rosto e na minha alma a sua marca da qual eu tanto me orgulho.
Então, ao tempo!


Parabéns a autora Lícia Manzo. Esta foi realmente linda!