segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Geladeira

Segunda feira, feriado. Eu tô aqui deitada na minha cama, no meu quarto, sozinha. Já passam das onze da manhã e eu estou desanimada em ter que levantar. 
Eu queria muito poder estar com o Celso em Aiuruoca agora. Ele foi na sexta-feira à noite, mais uma vez, e disse que volta hoje. Não sei. Talvez, em outros tempos, eu pudesse estar junto nesse passeio, mas hoje, sinto que ele não me quer junto dele nessas viagens. Apesar de ser um passeio simples, nada que demandasse problemas por eu estar junto. Eu não atrapalharia já que o local, segundo ele diz, fica afastado de onde tem movimento e comércio, dificultando que tenham que ficar saindo do lugar. Então não haveria a preocupação ou gastos de ter que sair pra passear ou turistar. Seria mesmo um raro momento de mudança de ares, um passeio para sair de casa e mudar  um pouco a rotina. E já que o local é só natureza, poder desfrutar do verde, do céu, do som dos pássaros e das águas das cachoeiras. E também conhecer essa área de camping do seu primo, em construção, que dizem ser tão bacana. Mas, infelizmente pra mim, nesse momento ele não me quer junto...
Acho que fiz por merecer ficar na geladeira. Eu só não sei se eu vou sair. Quer dizer, eu vou sair da geladeira. O que eu quis dizer é que eu não sei se vai ser ele quem vai me tirar ou se eu é que vou ter que sair sozinha, custando a dor que eu não gostaria de estar sentindo.