128/365 - Pertencimento

Parte do 5º Episódio da 3ª temporada da série Psi. Achei muito interessante.
Diálogo entre o psicanalista Carlo e seu amigo, padre Miguel:
Carlo: - Me diz uma coisa, Miguel. A vida (olhando ao redor de dentro da igreja) não pode fazer sentido fora disso tudo?
Pe. Miguel: - Poder, pode. Mas é bonito, você não acha?
Carlo: - Eu tenho uma paciente que tá procurando, talvez encontrando, respostas na fé. É uma concorrência desleal, não? Em geral, o que eu tenho pra propor é que a vida não faz sentido e, por isso, ela vale a pena. Do outro lado é o único grande sentido que junta o presente, passado e futuro.
Pe. Miguel: - Ela é cristã?
Carlo: - Não. Quer dizer, sim. Ela era cristã. Mas agora ela está começando a se interessar pelo Islã.
Pe. Miguel: - O Islã parece oferecer aos seus fiéis, uma sensação de pertencer a uma comunidade; uma sensação que o cristianismo já não garante mais.
Carlo: - Não garante mais, por que?
Pe. Miguel: - É que o cristão médio é alguém que julga por conta própria. Os meus fiéis, e olha que são católicos apostólicos romanos, adoram o papa e etc, mas se eles acharem que não concordam porque Roma disse que não pode usar camisinha, eles vão decidir que Roma está errada. Vão continuar vindo, comungando, porque eles acham que no fundo, Deus sabe que eles têm razão. E talvez tenham mesmo. Enfim, cada cristão, mesmo católico, fundou a sua própria igreja interna.
Carlo: - É, pois é, e com esse tipo de liberdade de pensamento, fica difícil ter a sensação de pertencer a um grupo, uma comunidade.