Inocente ou ingênua? Não sei. Mas certeza eu tenho de que já fui as duas coisas. Às vezes lembro com saudades do tempo em que essas características eram tão minhas. A inveja, a maldade, e até o medo não me afetavam tanto. Pois eu simplesmente não os percebia. Hoje, olhando pra trás, sinto como se eu tivesse vivido numa bolha. Mas não havia bolha nenhuma. O que havia era a minha falta de noção dos perigos, das mentiras, dos abusos. Então eu vivia essa coisa da inocência, da ingenuidade. E durou. Hoje, aos 48 anos, muita coisa mudou em mim. Acho que a bolha estourou. Mas sinto que ainda existe arraigado em mim alguma coisa daquele tempo...