quarta-feira, 20 de setembro de 2017

263/365 - Viagens

Quando ouço minhas colegas fizeram que vão viajar ou que viajaram nas férias, bate uma melancolia... Trabalho desde os 18 anos. E até então, solteira, as viagens que fiz foram em excursões e três vezes fui a Brasília, na casa da minha tia.
Casei com 23. Infelizmente meu marido, na época, não tinha esse ímpeto, desejo de viajar, sair conhecer e lugares diferentes... Talvez porque casei grávida e as crianças eram muito pequenas enquanto estávamos casados.
Eu tinha o desejo de viajar, passear, e mesmo que tardia, fazer uma viagem de lua de mel, que eu não tive. O casamento acabou e nos anos seguintes não demorei a conhecer e ficar com meu atual marido. Ele tinha um espírito aventureiro, de passeios e acampamentos que eu jamais vivi. Era tudo o que eu queria. Eu sonhei, almejei, desejei com muita vontade aproveitar seu espírito despojado pra finalmente conseguir realizar minha grande vontade de sair, conhecer lugares, acampar, tudo com ele.
Não vou dizer que não aconteceu, porque aconteceu. Mas pra quem viveu tantos acampamentos, tantos passeios e histórias de aventura, meu anseio de também poder viver isso foi bem pequeno. Enquanto só namorávamos (9 anos) só acampei três vezes. Viajar, pra outras cidades, outros estados, não rolou. O que mais perto disso eu cheguei foi, durante 7 anos, no carnaval, alugarmos casa de temporada nas praias da Costa Verde, aqui mesmo, no Rio. Foi bom. Muito bom. Mas meus anseios não foram sanados.
Depois passamos a morar juntos e com muitas dificuldade financeira, ficava muito difícil viajar. Mas beeem de vez em quando, fomos a Região dos Lagos, na casa do irmão do meu marido, passar fim de semana; fizemos um passeio de carro percorrendo a Costa Verde, Angra, Paraty, Cunha. Fui a Natal, quando ele estava trabalhando lá e fui passar minhas férias com ele.
Talvez pareça bastante coisa, mas dentro de um universo de 18 anos juntos, foi tão pouco... Eu queria mais.
Infelizmente, com o tempo, fui perdendo a empolgação, a vontade, o desejo de sair, de viajar. Perdi o interesse. A sensação que tenho é como se eu não soubesse o que fazer saindo do meu canto, da minha casa. Mas ao mesmo tempo, me entristece um pouco ver as pessoas próximas de mim, curtindo, viajando, conhecendo lugares, passeando, enquanto eu, que tanto quis viver isso um dia, hoje não me animo. Acho que eu não acredito mais nessas coisas pra mim. OK, eu poderia fazer tudo isso sozinha, mas nunca quis fazer isso sozinha. Tem gente que gosta de viajar e se aventurar só. Eu não. Preciso do meu companheiro comigo. Dos meus filhos, de companhia. Pronto. Desabafei.