quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

362/365 - Sem peso

Padre Fábio de Melo me tirou um peso dos ombros. Me sentia culpada muitas vezes por não viver um dia bom nas vésperas e dia de natal e réveillon. Tanto nos preparativos como em relação a ter que ficar fazendo cara de feliz pras pessoas. Era, aliás ainda é, desconfortável você ter que sorrir e desejar um feliz Natal e um feliz ano novo contente pra pessoas que você não conhece ou que não tem nenhuma intimidade só porque estão no mesmo lugar que você.
Padre Fábio disse, numa entrevista a Leda Nagle, que não gosta de ter a responsabilidade da alegria do fim de ano. “É quase uma inquisição. Você tem que ser alegre nessa data e isso é cansativo. Porque às vezes a pessoa não está naquela alegria toda, mas tem que fazer o papel. Igual noite de Natal. Eu tenho pena de quem prepara a ceia, faz a correria toda e na hora de comer a pessoa que preparou não aguenta ficar em pé”.
Pois é. Existem pessoas que têm alegria e bom humor soltos em si. São festivos, engraçados, divertidos naturalmente. Outros são mais inibidos, sem jeito, mais sérios. Quase dá culpa ser assim. Aliás, a gente se sente mesmo culpado!
Como é bom alguém falar o que você sente mas não tem coragem de fazer diferente por causa da "obrigação de ser feliz", porque você "tem que ser ou estar feliz" nesse período de fim de ano. Principalmente no Natal. As obrigações que as tradições as vezes impõem, são enfadonhas.
Obrigada, padre, por refletir o que sinto.