sábado, 15 de junho de 2013

Resposta

Oi.
Você me mandou uma mensagem perguntando o que está acontecendo e até quando vamos ficar assim... Então vamos por partes. Eu confesso que fiquei irritada pela falta de contato no dia dos namorados, pois tentei ligar pra você algumas vezes no dia, mas... "sua ligação será encaminhada..." 
Bem, não tive sorte. E pelo jeito nem você, uma vez que disse ter também ligado pra mim várias vezes e não ter tido sucesso. Que pena. Estamos tão longe e a distancia só faz piorar as coisas, pois a imaginação nessa hora é um bichinho traiçoeiro.
Me senti bastante sem graça quando depois do nosso desencontro do dia, recebi o seu presente pelo meu filho quando já estava praticamente dormindo. Como já era tarde nem pude ligar pra você pra agradecer e dizer o quanto isso me deixou sensibilizada. Aguardei o dia seguinte pra falar com você, mas nosso tom não foi bom. Havia mágoa. 
No outro dia, nos falamos por telefone e achei que as coisas estavam melhores. Mas depois, de noite, foi aquela conversa estranha pelo Face, onde a gente só se falou porque eu vi uma postagem sua daquele momento e soube que estava ali, mas em off... Me explicou, não queria falar com ninguém. E acho que não falaria comigo se eu não tivesse perguntado por que estava off. Sabe, eu devia ter respeitado sua vontade quando percebi que estava offline e ter ficado no meu canto. Se estava assim era porque não queria falar com ninguém mesmo, nem comigo. Teríamos evitado toda aquela conversa que só piorou as coisas. 
Me pareceu que estava bem chateado com mais alguma coisa que aconteceu, dessa vez no trabalho. Mas como não quis que eu fizesse perguntas, no final, quando nos despedimos, olhando pro monitor fiquei pensando até aonde tudo aquilo não tinha sido só por minha causa mesmo. Afinal você disse claramente que nos últimos dias tentou me surpreender, mas não conseguiu e que foi questionado em relação ao seu caráter, que no primeiro instante pensei estar falando sobre o trabalho, mas depois, que também podia muito bem ser por minha causa, pois você mostrou ter ficado bastante chateado por eu não ter entendido que se não me retornou a ligação no dia anterior, foi porque não tinha podido naquele momento, e eu teria duvidado. 
Na verdade não foi nada disso. Como disse, confesso que fiquei irritada com a dificuldade de falar com você naquele dia, um dia de forte simbolismo (para os românticos, claro, e eu sou muito romântica), em que ficamos mais sensíveis, aguardando chamego e atenção... Mas estamos distantes demais pra chamego, eu devia entender.
Assim, depois daquela última conversa on/offline, resolvi deixar as coisas acontecerem, sem forçar nada, sem perguntar nada. Deixando que você falasse se quisesse e quando quisesse, disposto a responder perguntas, se acalmar. 
Ontem você ligou querendo saber se os tais documentos de Petrópolis tinham chegado. Pediu que eu os entregasse a Celinha. Perguntou se estava tudo bem. As coisas por aqui vão bem. Como sempre.
Se eu estou bem? Não, eu não to bem aqui desse jeito. Nunca fico bem assim. Resisto. Não to chorando pelos cantos nem me lamentando tanto. O que ta feito, ta feito. Mas com toda certeza eu não sei o que fazer e nem o que dizer pra você. Somos assim. Eu e você. Infelizmente. Quando a gente ta perto, depois de não saber mais o que dizer ou fazer, a gente se abraça, se beija e sela, desse jeito, a paz. A nossa paz novamente. Mas não estamos perto. E agora?
Sinto muito a sua falta. Todo dia. Em grandes e pequenos detalhes do nosso cotidiano. Quando vou dormir, quando acordo... quando tomo café. Sei que vou sentir sempre, enquanto você estiver longe desse jeito, pela distancia e, principalmente, por desentendimentos imbecis. Somos assim. 
Mas eu te amo. Não desisti de você quando tudo foi muito pior. Não vou desistir agora. Acalmemos nossos corações e vamos dar um jeito de consertar logo tudo isso.

Com amor,
Jaque.

PS.: Ouça... estou pensando em você.  http://letras.mus.br/nando-reis/47567/