quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Insone

Praticamente, todas as noites quando eu deito pra dormir, eu choro. Num sentimento de grande solidão. Tem sido assim nas últimas semanas. É o momento em que me sinto mais sozinha, ainda que o Celso esteja deitado ao meu lado. Raramente há um toque. Ele se vira para um lado e eu para o outro. Mas isso já é meio que uma coisa nossa, porque infelizmente, eu me sinto mais confortável deitada, virada para o lado direito, enquanto ele se sente melhor deitado, virado para o lado esquerdo. Desse jeito, acabamos ficando um de costas para o outro. 
Antes de entrarmos na crise em que estamos, já estávamos numa outra crise. Essa primeira crise já tava me incomodando pelo tempo de duração que tava levando. Foi muito ruim, e culminou com ele indo viajar para Natal e ficando praticamente dois meses por lá. É claro que nesse tempo eu pensei e refleti muitas coisas. Se antes dele viajar eu já estava incomodada com nosso distanciamento, quando ele foi embora a coisa só piorou pra mim. Ele retornou e as coisas não melhoraram. Pelo contrário, ele decidiu que seria melhor não moramos mais juntos. Isso me doeu e me dói muito até agora. Eu já disse a ele que não é uma coisa que eu queira, mas me parece que ele continua com esse pensamento. E ainda só não foi embora porque tá arrumando a casa da mãe dele para ficar habitável novamente e assim poder voltar pra lá. E pelo que me disse, seu filho vai também. Eu ainda não sei se é ele que vai morar com o filho na casa, ou se é o filho que vai morar com ele. Falando assim, pode parecer que "a ordem dos fatores não altera o produto", que não faz diferença. Mas no contexto de tudo o que vivemos ao longo de todos esses anos, faz sim, muita diferença. Ao menos pra mim.