Ele partiu em janeiro, depois de quase 12 anos preso numa cama - alcançou a liberdade, finalmente. E de repente me vi sozinha. Nosso almoço de domingo dos pais, com nosso pai, terminou.
Meus irmãos se voltaram para seus filhos, com suas famílias. Minha filha foi almoçar com seu pai, como todo ano. Meu filho, longe, vive em outro Estado. Meu marido foi almoçar com os irmãos - o pai deles também já não está mais entre nós. E eu até iria junto, mas o dia era dos pais e alguém tinha que ficar com a nossa mãe. E assim ficamos, só eu e minha mãe. Ela, debilitada, estava um pouco mais nesse dia. Me senti muito só. Um domingo solitário. Um domingo estranho.