domingo, 4 de janeiro de 2009

15/05/2006, segunda

Sinto saudades

Sinto muita saudade... muitas saudades...
Saudades de um tempo que se foi... que me pergunto se um dia voltará.
Mas acho que não.
Esse tempo se foi...

** ** **

Li em algum lugar que somos uma fração e que precisamos encontrar alguém pra que possamos nos sentir completos. Será? Não gosto mesmo da idéia de ficar só. Mas uma relação de dependência, onde um responsabiliza o outro pelo seu bem estar se torna muito perigosa. Eu fiz isso. E me desfiz em mim mesma por isso. Me abandonei. Me despersonalizei. Senti e ainda sinto pena de mim mesma de tanto que me perdi. Não entendi que gostar e desejar a companhia do outro é diferente de precisar. Acho que, sem querer, acabei por fazer o caminho inverso do que espera essa modernidade vigente que cultua o individualismo, a independência. Mas ainda me pergunto: será?
Sabe a cumplicidade? Aquela que a gente espera que o outro possa ter conosco diante de uma fase ruim? Daquela que não precisemos ouvir: "Olha que eu estou tendo muita paciência com você". Esquecendo que, eventualmente, não temos nem com a gente mesmo... E assim acabamos por perder a graça, a compostura, o humor. Não estamos nem estaremos sempre disponíveis, sempre necessariamente compreensivos.
Sou alguém. Sou defeitos. Sou qualidades. Sou vulnerável e forte, incapaz e audaciosa, assustada e corajosa. Enfim, boa e ruim. Eu quero ter o direito de fazer e dizer bobagens. Errar e acertar. Simples assim! Mas sei que nada acontece sem que haja conseqüências. Quando sinto medo, sinto a falta de um abraço. Então me abraço. Mas não é a mesma coisa que ser abraçado pelo outro.
Sei que tenho de aprender a perdoar a mim mesma porque nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém.